Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quarta-feira

Confira ao que se atentar na abertura do mercado brasileiro

Lara Rizério

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SÃO PAULO – As atenções do mercado brasileiro se voltam nessa sessão para a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados, enquanto o dia é de baixa para as principais bolsas mundiais na esteira de dados corporativos. Confira os destaques desta quarta-feira:

1. Bolsas mundiais

A sessão é de queda para as principais bolsas mundiais, com os olhos voltados para a temporada de balanços e para a queda do minério de ferro, enquanto o petróleo tem uma sessão próxima à estabilidade. A Rio Tinto lidera declínios entre ações de mineradoras após lucro abaixo do esperado. Por outro lado, o lucro acima do esperado anunciado pela Apple coloca o Nasdaq mini em alta superior à do S&P 500 mini e impulsiona ativos de empresas fornecedoras de peças e chips na Europa. 

Já o petróleo WTI é negociado ao redor de US$ 49 com aumento inesperado dos estoques de petróleo em 1,78 mi barris na semana passada, segundo dados do American Petroleum Institute, e à espera dos dados do Departamento de Energia americano. Além dos dados de petróleo, o mercado se volta para os números do emprego nos EUA a serem revelados esta manhã. 

Às 8h16, este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) -0,16%

*FTSE (Reino Unido) -0,31%

*DAX (Alemanha) -0,23% 

*Hang Seng (Hong Kong) +0,24% (fechado)

*Xangai (China) (fechado) -0,20% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,47% (fechado)

*Petróleo WTI +0,16%, a US$ 49,24 o barril

*Petróleo brent +0,44%, a US$ 52,01 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian -0,91%, a 544 iuanes

 * Minério de ferro negociado em Qingdao 62% -1,71%, a US$ 72,30 a tonelada

2. Noticiário político: votação da denúncia em destaque

Nesta quarta-feira, a Câmara dos Deputados vai analisar a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente da República, Michel Temer, por corrupção passiva (SIP 1/17). A autorização para que Temer seja julgado pelo Supremo Tribunal Federal será votada pelo Plenário da Câmara e, para ser aceita, precisa do apoio de 342 deputados.

Durante a votação, os parlamentares vão se pronunciar sobre o relatório do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que pede a rejeição da denúncia. Portanto, no momento da votação, os deputados favoráveis ao afastamento de Temer devem dizer “não” ao relatório e os contrários à saída de Temer precisam dizer “sim” ao parecer. (veja a análise sobre a votação clicando aqui). 

Confira como será a votação, de acordo com infográfico elaborado pela Agência Câmara:

Vale destacar ainda que, logo após o fechamento do pregão de ontem, foi divulgado que o  juiz federal Sérgio Moro aceitou a denúncia do Ministério Público no caso envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção e lavagem de R$ 1,02 milhão nas obras do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior de São Paulo.

Segundo a acusação, a Odebrecht, a OAS e Schahin gastaram R$ 1,02 milhão em obras de melhorias no sítio em troca de contratos com a Petrobras. São 13 pessoas acusadas, entre eles executivos da empreiteira e aliados do ex-presidente. Esta é a terceira denúncia contra Lula que Moro recebe, sendo que ele já é réu em seis ações na Lava Jato, Zelotes e Janus.

 

3. Especiais IMTV

O “Especial Setores” do 2º semestre chega a sua última edição nesta quarta-feira, com as análises das empresas de concessões & infraestrutura e as locadoras de veículos (Localiza e Movida). A transmissão ao vivo começa a partir das 14h10 (horário de Brasília) na InfoMoneyTV. Os convidados do programa de hoje são Adriano Casarotto, analista da Western Asset, Adeodato Volpi Netto, estrategista-chefe da Eleven Financial, Paulo Frade, analista da Claritas, e Mário Avelar, gestor da Avantgarde Capital.

Ontem, o programa comentou sobre as ações de autopeças, aviação (Gol e Azul) e a fabricante de aeronaves Embraer (veja aqui as análises). Há ainda outros 16 vídeos que foram produzidos para esse especial. Confira clicando aqui

4. Agenda econômica

A agenda econômica está esvaziada no Brasil. Em destaque, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, teve baixa marginal de 0,01% em julho, após subir 0,05% em junho, segundo dados publicados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O resultado ficou dentro do intervalo de 12 estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, que iam de baixa de 0,07% a alta de 0,05%, mas levemente abaixo da mediana, que era de queda de 0,02%.

Já nos EUA, o destaque fica para o relatório da ADP do mês de julho, mostrando a criação de vagas no setor privado às 9h15. A estimativa é de criação de 190 mil vagas. Às 11h30, destaque para os estoques de petróleo semanais, com estimativa de queda nos estoques de 3,1 milhões de barris. 

5. Noticiário corporativo

Em destaque no noticiário corporativo, a Cielo registrou lucro líquido de R$ 994,3 milhões no segundo trimestre deste ano, uma alta 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando ficou em R$ 989,2 milhões. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) da Cielo ficou em R$ 1,280 bilhão no período, queda de 5,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A transmissora de energia Cteep teve lucro líquido de R$ 504,7 milhões no segundo trimestre, decorrente do impacto de R$ 389 milhões de indenizações da União pela renovação antecipada de contratos de concessão (RBSE). Excluindo esse efeito, o lucro líquido seria de R$ 115,7 milhões, aumento de 7,2% ante o mesmo período de 2016. Já o BTG Pactual teve lucro líquido de R$ 503 milhões no segundo trimestre deste ano, metade do resultado obtido em igual período de 2016.

Além dos balanços, o grupo mexicano Lala informou que concluiu o processo de negociação para a compra da Vigor Alimentos. O texto informa que a compra inclui também os 50% que a JBS tinha na Itambé. O Grupo J&F também confirmou. Atenção ainda para a Hypermarcas: a Igarapava Participações vai transferir ações que detém da companhia para seus atuais acionistas. Com isso, João Alves de Queiroz Filho passará a deter diretamente 21,42% da totalidade das ações, segundo comunicado. Por fim, a Anatel pediu a reformulação do plano de recuperação da Oi. Segundo a agência, a minuta do plano apresenta margem para questionamento sobre sua fiabilidade temporal e de garantias de aporte de capital. 

(Com Agência Brasil, Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.