Os 5 eventos que vão agitar os mercados na semana

Confira no que ficar de olho nesta segunda e na semana antes de operar na B3

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A semana começa com queda para as bolsas europeias, apesar da alta do petróleo, enquanto o Brasil aguarda pela decisão do Copom na próxima quarta-feira, repercute o anúncio da alta de imposto da quinta-feira e olha para a intensificação da temporada de balanços. O exterior também segue no radar, com atenção especial para a reunião do Fomc, também na quarta-feira. Veja os destaques desta segunda-feira e da semana:

1. Bolsas mundiais

A sessão é de queda para as principais bolsas europeias, em meio a pressões sobre ações de montadoras alemãs após a revista Der Spiegel publicar que comitê antitruste da União Europeia estaria investigando potencial conluio entre empresas para combinar preços. Também pesando negativamente, estão os PMIs (índice de gerentes de compras, na sigla em inglês). O dado composto da zona do euro, que mede a atividade nos setores industrial e de serviços, caiu para 55,8 em julho, de 56,3 em junho, atingindo o menor nível em seis meses, segundo dados preliminares publicados hoje pela IHS Markit. Os analistas consultados pela Dow Jones Newswire previam queda apenas marginal do indicador, a 56,2.

O mercado também fica de olho na fala de Jared Kushner, genro e conselheiro de Trump, que depõe hoje a comitê de inteligência do Senado sobre relações do presidente dos EUA com Rússia. Falando sobre a relação com a Rússia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou apoio a um projeto de lei anunciado no sábado (22) pelas duas câmaras do Congresso americano para aumentar as sanções à Rússia, devido em parte à sua suposta ingerência nas eleições do país, disse no domingo a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders. Ainda sobre os EUA, o FMI ( Fundo Monetário Internacional) informou hoje, em Kuala Lumpur, que rebaixou as perspectivas de crescimento econômico dos Estados Unidos porque prevê que a política fiscal “não será tão expansiva” como se tinha pensado. A maior economia do mundo crescerá este ano 2,1% e no ano seguinte 2,1%, menos que 2,3% e 2,5% que os especialistas do FMI calcularam em abril. Além dos EUA, o FMI também rebaixou levemente o crescimento econômico da América Latina e Caribe para 2017 e 2018 e vinculou a recuperação da atividade econômica à saída de Brasil e Argentina da recessão.  O FMI calcula que América Latina e Caribe crescerão em conjunto 1% em 2017 e 1,9% em 2018, cálculo que é 0,1% inferior, em ambos os casos, ao previsto há três meses. O FMI eleva para 0,3% o crescimento econômico do Brasil este ano e rebaixa para 1,3% em 2018, em ambos os casos em comparação com as previsões de abril.

Na Ásia,  o índice blue chips da China fechou perto da máxima em 18 meses, com destaque para as ações do setor industrial. A China divulgou um rascunho de regras na sexta-feira para promover o desenvolvimento de Parceria Público Privada (PPP) em investimentos em infraestrutura, enquanto a Bolsa de Valores de Xangai anunciou que apoiaria a securitização de projetos PPP. 

No mercado de commodities, o petróleo tem ganhos antes de encontro da Opep, que deve manter sem grandes alterações acordo de abastecimento diante do crescente ceticismo sobre se os cortes na oferta estão funcionando para dar suporte a preços. Já o minério de ferro futuro com vencimento em setembro cai em Dalian após alta de 8,3% na semana passada, enquanto Qingado tem ganhos. 

Às 8h, este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) -0,12%

*FTSE (Reino Unido) -0,93%

*DAX (Alemanha) -0,57% 

*Hang Seng (Hong Kong) +0,53% (fechado)

*Xangai (China) (fechado) +0,39% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,62% (fechado)

*Petróleo WTI +1,07%, a US$ 46,26 o barril

*Petróleo brent +1,31%, a US$ 48,69 o barril

*Minério de ferro 62% spot negociado no porto de Qingdao, na China, +1,07%, a US$ 67,86 por tonelada

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -0,97%, a 512 iuanes

2. Agenda econômica da semana

O destaque da semana fica com as reuniões do Fomc (Federal Open Market Committee) e do Copom (Comitê de Política Monetária), ambas na quarta-feira (26). Às 15h (horário de Brasília), os diretores do Federal Reserve publicam a nota do encontro sobre sua política monetária. Segundo a equipe de analistas do Bank of America, “é provável que o Fomc faça pequenos ajustes na declaração, mas é improvável que altere significativamente a mensagem”. Por não contar com divulgação de projeções nem coletiva de Janet Yellen, o encontro perde força, mas não deixa de ser importante. Já no fim do dia de quarta, logo após o fechamento do mercado, será divulgada a decisão do Copom, que deve manter o ritmo de corte da Selic em 100 pontos-base, diante da evolução bastante benigna da inflação, a recuperação lenta da atividade, o quadro internacional tranquilo e a moderação das preocupações com o clima político, além da confirmação do comprometimento com a meta fiscal do ano, segundo a Rosenberg.

Entre os indicadores, a semana começará mais tranquila, com alguns PMIs nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, além do tradicional relatório Focus, a Secretaria do Tesouro Nacional divulga nesta segunda-feira o relatório mensal de dívida pública do mês de junho e, às 15h, será revelado o dado da balança comercial. Nos EUA, serão revelados às 10h45 o indicador de manufatura do Markit e às 11h as vendas de casas existentes. 

Já na sexta-feira (28), o Brasil terá dados de inflação medido pelo IGP-M e de desemprego com a Pnad Contínua. Segundo e Rosenberg, o desempenho deve atingir 13,4%, pouco acima do trimestre encerrado em maio, porém abaixo dos 13,7% verificados no trimestre anterior. Já no exterior, a semana termina com o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre dos EUA e dados de inflação. A Rosenberg acredita que o PIB pode corroborar os dados já divulgados de atividade, que têm indicado perda de ritmo do crescimento nos meses de maio e junho.

 

3. Noticiário político

O noticiário político também segue agitado, apesar do recesso parlamentar, com destaque para a repercussão do aumento da alíquota do PIS/Cofins para combustíveis da semana passada. Segundo a Coluna do Estadão, a elevação dos impostos ampliou (ainda mais) a rejeição ao presidente Michel Temer e aumentou a irritação na base aliada. Quem também se irritou com a alta do imposto foi o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que voltou a colocar o “pato amarelo” na frente da entidade. Skaf é um dos principais aliados de Temer e nome do PMDB para a disputa do governo de São Paulo, mas não escondeu sua irritação com o anúncio da medida. Neste domingo, em meio ao descontentamento com a medida, Skaf se encontrou no último domingo com Temer em São Paulo. Também estiveram neste domingo na residência do presidente o economista Delfim Netto, que é amigo pessoal de Temer, e o ministro da Fazenda Henrique Meirelles.

Além de monitorar as reações à alta de imposto, Temer intensifica as ações para barrar a denúncia contra ele na volta do recesso parlamentar, informa o Valor Econômico. Segundo o jornal, líderes aliados e ministros farão uma reunião nesta semana com o objetivo de contabilizar o apoio obtido para impedir que o processo seja encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal). O balanço de auxiliares de Temer indica que pelo menos 266 parlamentares sinalizavam votar pelo arquivamento da denúncia. Ainda nas contas do governo, a oposição tem cerca de 170 votos garantidos. 

Neste sentido, vale destacar ainda o artigo de Joesley Batista publicado no domingo no jornal Folha de S. Paulo sobre a delação que gerou a maior crise do governo Temer. Ele afirmou que não esperava o “súbito vazamento” da delação e quebrou o silêncio “para acabar com mentiras e folclores e dizer que é de carne e osso”. Joesley afirma ver na imprensa “políticos me achincalhando no mesmo discurso em que tentam barrar o que chamam de ‘abuso de autoridade'”. “Eles (os políticos) estão em modo de negação. Não os julgo. Sei o que é isso. Antes de me decidir pela colaboração premiada, eu também fazia o mesmo. Achava que estava convencendo os outros, mas na realidade enganava a mim mesmo, traía a minha história, não honrava o passado de trabalho da minha família”, destacou (veja mais clicando aqui). 

4. Especiais IMTV

O InfoMoney entrevista nesta segunda-feira (24) o gestor Roberto Knoepfelmacher, da Mosaico Capital, que tem como foco investimentos em small caps. Na entrevista, que será transmitida ao vivo às 11 horas (horário de Brasília) na InfoMoneyTV, ele comentará sobre uma ação que acredita que tenha um grande potencial de valorização na bolsa para os próximos anos.

A partir de amanhã, a IMTV dá continuidade ao “Especial Setores” do 2º semestre. Na terça-feira às 15h, serão analisadas as ações de programas de fidelidade, seguradoras e saúde. Na quarta-feira às 14h, abordaremos sobre as perspectivas para as ações de frigoríficos e educacionais. Clique aqui e assista a todo o conteúdo desse especial.

5. Noticiário corporativo

Após apenas três balanços na semana passada, os próximos dias reservam pelo menos 30 novos resultados. Entre os destaques, atenção para Fibria, Renner e Pão de Açúcar, na terça-feira; Vale, Ambev, Estácio e Raia Drogasil (quinta-feira); e Embraer, Usiminas e Hypermarcas, na sexta-feira.

Além da temporada de balanços, destaque para a precificação do IPO da Biotoscana. A companhia teve suas ações precificadas em R$ 26,50, ficando na média da faixa indicativa, que era entre R$ 24,50 e R$ 28,50. Com isso, a companhia levantou R$ 1,34 bilhão com seu IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês). As ações começam a ser negociadas na próxima terça-feira (25). Já a Usiminas informou que, seguindo solicitação dos acionistas, a empresa ajuizou uma ação de responsabilidade contra o ex-presidente Rômel Erwin de Souza, que foi destituído da presidência da siderúrgica em março. A produtora de cobre Paranapanema, por sua vez, anunciou um acordo de investimento com a multinacional anglo-suíça Glencore, dentro de seu processo de reestruturação, com a empresa tentando retomar sua plena atividade operacional.

A Triunfo Participações e Investimentos informou que realizou o pedido de homologação de planos de recuperação extrajudicial, tanto da própria companhia, quanto de suas subsidiárias, a Maestra Serviços de Engenharia, Dable Participações, Vessel-Log Serviços de Engenharia e da Concer. Os planos englobam dívidas da ordem de R$ 2,5 bilhões. Por fim, a QGEP concluiu acordo com Teekay para a entrega de FPSO Campo Atlanta. 

(Com Bloomberg, Agência Brasil e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.