Cético com reformas e “surpreso” com a reação do mercado, Verde diz que Brasil ficou “sem sunga” depois de maio

Em relatório, os gestores da Verde Asset, que tem como líder Luis Stuhlberger, dizem que a probabilidade de aprovação da reforma "caiu substancialmente" após o 17 de maio e optaram por reduzir ainda mais a já baixa exposição em ações brasileiras

Paula Barra

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SÃO PAULO – Mais cético com a aprovação das reformas e “surpreso” com a reação do mercado, os gestores da Verde Asset, que tem como líder Luis Stuhlberger, citam uma famosa frase do megainvestidor Warren Buffet para dizer que o Brasil ficou “sem sunga” após o fatídico 17 de maio, quando veio à tona a delação de Joesley Batista, que caiu praticamente como uma “bomba” sobre o governo de Michel Temer e levou o Ibovespa a acionar o “circuit breaker” no pregão seguinte. 

Em relatório de maio, os gestores dizem que optaram por reduzir ainda mais a exposição em ações brasileiras, vendo uma probabilidade cada vez menor de aprovação das reformas e citam que ficaram “surpreendidos” com a precificação do mercado sobre o tema. 

“Há meses temos mantido uma postura mais cética em relação a isso, chamando atenção para a dificuldade do cálculo político de se obter 308 votos em prol da reforma no plenário da Câmara. Hoje vemos uma situação mais complicada ainda: o custo político de votar a favor de uma reforma (e governo) impopular aumentou muito, enquanto o capital político que este governo dispõe para angariar votos se reduziu sobremaneira. Assim, acreditamos que a probabilidade de aprovação da reforma caiu substancialmente. E de maneira surpreendente, nos parece que a distância entre nossa visão sobre o tema, e o que está precificado no mercado, só aumentou desde 17 de maio”, comentam. 

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Segundo eles, o cenário atual lembra uma frase costumeiramente atribuída a Warren Buffet: “Apenas quando a maré baixa é que vemos quem está nadando pelado”. E dizem que, embora o oceano de liquidez global ainda seja abundante, em 17 de maio, “a sunga brasileira parece ter sido surrupiada”.

Além de terem reduzido a já pequena exposição em ações brasileiras, eles dizem que aumentaram os “hedges” no mercado de juros. Eles comentam que continuam mantendo convicção que o juro real tem espaço para ser substancialmente mais baixo, ainda mais dado o choque negativo de confiança que os agentes econômicos receberam.