Destaque de ganhos em dia de hecatombe no mercado, JGP nega rumores de informação privilegiada

A JGP negou os boatos em comunicado, destacando seis pontos para isso; confira

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Nesta segunda-feira, a gestora JGP esclareceu boatos que vêm circulando nas redes sociais, apontando que teria tomado conhecimento antecipado sobre o teor da notícia de Lauro Jardim, do jornal O Globo, sobre a delação da JBS. 

Segundo os rumores, com isso, o fundo teria mudado sua posição e obtido resultados positivos, enquanto muitos fundos do mesmo segmento obtiveram resultados negativos. 

De acordo com informações no site da gestora, no dia 18 (dia da hecatombe nos mercados, quando o Ibovespa fechou em queda de mais de 8%), os três fundos multimercados da casa (JGP Hedge FIC FIM, JGP Max FIC FIM e JGP Strategy FIC FIM) tiveram rentabilidades diárias de 0,96, 1,68 e 3,32 por cento. De acordo com o levantamento com base nos fundos mais representativos da IFHA com participação relativa superior a 1% no índice, apenas duas carteiras tiveram ganhos no dia, ambas sob a gestão da asset. A JGP negou os boatos de insider trading, destacando seis pontos em comunicado, que seguem reproduzidos abaixo na íntegra:

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“1. O posicionamento de nossos fundos multimercados no período recente era conservador, não acompanhando a performance da maioria dos fundos concorrentes, pois tínhamos visão diferente sobre as variáveis que influenciam os preços dos ativos, tais como:
– visão mais pessimista sobre a possibilidade de aprovação da Reforma da Previdência e certeza de que esta seria ainda mais desfigurada;
– não compartilhávamos da euforia dos mercados quanto à intensidade do ciclo de queda no mercado de juros;
– por isso, aproveitamos o cenário de baixíssima volatilidade para originarmos estruturas de proteção de portfólio utilizando opções, que se beneficiaram sobremaneira da explosão da volatilidade ocorrida no dia 18 passado.
2. Nosso economista-chefe, Fernando Rocha, esteve durante a semana passada em Brasília e constatou algum ceticismo quanto à possibilidade de se obter o número de votos necessário para a aprovação da Reforma da Previdência em plenário, ao contrário do que afirmava o Governo.
3. Aumentamos as posições na quarta-feira, pois as notícias sobre a possibilidade do impeachment do presidente Donald Trump causaram a maior queda dos mercados internacionais em muito tempo, lideradas pela bolsa de NY e com contágio para o Brasil.
4. As posições de nossos fundos multimercados, como percentual de seus respectivos patrimônios, não eram substanciais. Não obstante, o extraordinário movimento da quinta-feira nos mercados de câmbio, juros e bolsa proporcionaram retornos bem acima do esperado.
5. Os nossos Fundos de ações, em suas várias modalidades, tiveram perdas altíssimas, variando de -6,76% a -8,52%.
6. Vários dos nossos Fundos de Crédito também sofreram perdas.
Por fim, nossos advogados tomarão imediatamente as medidas cabíveis para acionar judicialmente os autores das informações falsas que estão sendo circuladas”.

Em entrevista ao InfoMoney, um dos responsáveis pela área de relações com investidores destacou que o fundo multimercado estava performando pior uma vez que estava ultimamente mais pessimista para o cenário de reformas, enquanto o mercado estava mais otimista até a eclosão da crise política.  “Esses rumores são levianos e não têm nenhum cabimento, a gestora é qualificada e independente. São 20 anos de história”, afirmou ainda. 

Procurada pelo InfoMoney sobre uma possível investigação de insider trading, a CVM informou que “o assunto objeto de sua demanda está sendo analisado no âmbito do processo CVM 19957.004665/2017-78”. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.