26 ações do Ibovespa desabam entre 10% e 20%; exportadoras se salvam do “sell off” e disparam até 11%

Confira os principais destaques de ações da bolsa nesta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO –  O mercado brasileiro viveu dia de crise semelhante ao da falência do Lehman Brothers em 2008. O Ibovespa atingiu nos primeiros minutos de pregão queda de 10% e acionou o “circuit breaker“, assim como os contratos futuros de dólar e juros, que atingiram o limite de alta e tiveram suas negociações congeladas por um breve momento na B3.

O principal índice de ações brasileiro caiu 8,80%, a 61.579 pontos, no pior pregão desde 22 de outubro de 2008, quando afundou 10,18%. O volume financeiro foi quase 3 vezes superior a média diária dos últimos 21 pregões, de R$ 24,4 bilhões. Por sua vez, o dólar comercial encerrou em alta de 8,15%, a R$ 3,38 na compra e R$ 3,3890 na venda. Esse foi o maior ganho diário da moeda desde 5 de março de 2003. O contrato futuro do dólar registrava valorização de 7,98%, a R$ 3,397.

A reação ocorreu na sequência da notícia da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, sobre gravação, feita pelos irmãos Batista, donos da JBS, que mostraria Temer supostamente dando aval para compra do silêncio de ex-deputado Eduardo Cunha.

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Em relatório, o Morgan Stanley disse nesta quinta que a agenda de reformas do Brasil está morta até o início de um novo ciclo político e que o caso de investimento para as ações brasileiras passa a ser ligado à eleição presidencial de 2018. Com isso, o banco vê como alvo para o Ibovespa em cenário de pessimista os 50.000, ou cerca de 26% abaixo do patamar atual (veja aqui). 

A contaminação da notícia afetou praticamente todos os papéis do Ibovespa, com exceção das exportadoras, que se salvaram com a disparada do dólar. Somente 6 das 58 ações do índice registraram alta, com destaque para Fibria (FIBR3, R$ 32,25, +11,48%) e Suzano (SUZB5, R$ 13,93, +9,86%), que subiram entre 10% e 11%. Apesar do movimento mais tímido, chamou atenção também as ações da Vale (VALE3, R$ 26,86, +0,07%; VALE5, R$ 25,54, +0,39%), que fecharam no campo positivo, após queda de mais de 7% na mínima do dia. 

Do outro lado, as ações ONs da estatal Eletrobras (ELET3, R$ 12,55, -20,97%) lideraram perdas do Ibovespa, seguidas pelo Banco do Brasil (BBAS3, R$ 27,08, -19,91%), que na mínima do dia atingiu queda de 25%. Os demais grandes bancos também afundaram nesta sessão, com Bradesco (BBDC3, R$ 26,10, -13,00%; BBDC4, R$ 27,30, -13,11%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 34,68, -12,05%) e Santander (SANB11, R$ 24,79, -11,15%), embora tenham conseguido amenizar um pouco o movimento mais intenso visto na abertura do pregão. 

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Outras ações também se distanciaram das mínimas, como Petrobras (PETR3, R$ 14,40, -10,68%; PETR4, R$ 13,26, -15,05%), que caiu 20% na mínima do dia; e ação da Cemig (CMIG4, R$ 7,01, -20,43%), que no pior momento deste pregão atingiu queda de 42%. A Ambev (ABEV3, R$ 18,75, -4,53%) também amenizou o movimento, após alcançar desvalorização de 8,10%, a R$ 18,05. Nesta tarde, o Deutsche Bank incluiu a Ambev na sua lista de “buy” de curto prazo. Segundo os analistas, a queda de hoje é “exagerada”.

Em meio ao “sell off”, 26 das 58 ações do Ibovespa fecharam em queda entre 10% e 20%. 

Confira as maiores baixas e altas dentre as ações que compõem o Ibovespa:

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– As ações que lideraram as quedas

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ELET3 ELETROBRAS ON 12,55 -20,97 -40,57 131,36M
 BBAS3 BRASIL ON 27,08 -19,91 -3,32 923,96M
 CMIG4 CEMIG PN ED 7,15 -18,84 -4,74 195,95M
 GOAU4 GERDAU MET PN 3,93 -17,09 -18,13 213,17M
 RAIL3 RUMO S.A. ON 8,58 -16,94 +39,74 282,63M

– As únicas seis ações que fecharam em alta

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 FIBR3 FIBRIA ON ED 32,25 +11,48 +3,61 311,10M
 SUZB5 SUZANO PAPELPNA 13,93 +9,86 +0,73 228,39M
 EMBR3 EMBRAER ON 15,40 +2,67 -2,91 178,04M
 KLBN11 KLABIN S/A UNT N2 16,10 +1,64 -7,61 126,58M
 VALE5 VALE PNA 25,55 +0,43 +20,88 1,43B
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)