Embraer vai de “compra” à “venda” e ação desaba 5%; JBS cai 12% em 2 dias e só 3 das 58 ações do Ibovespa sobem

Confira os principais destaques de ações desta quarta-feira

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa seguiu o clima de pessimismo no exterior em meio ao ambiente político turbulento nos Estados Unidos e caiu pela primeira vez em 7 pregões nesta quarta-feira (17). Com isso, o índice encerrou em queda de 1,67%, a 67.540 pontos, com apenas três das 58 ações no positivo. Foram elas: BR Malls, Qualicorp e CPFL Energia. 

Do lado negativo, as ações da Embraer lideraram a queda do Ibovespa (-5,00%), após o Santander rebaixar sua recomendação de equivalente a “compra” para “venda”. Chamou atenção novamente também as ações da JBS, que estenderam a derrocada de ontem, quando foram penalizadas pelo balanço fraco do 1° trimestre. Nos dois pregões, a queda acumulada é de 11%. 

Já fora do Ibovespa, o destaque ficou com as ações da Paranapanema, que dispararam até 13,74% nesta sessão, a R$ 1,49, após o presidente da companhia comentar, em entrevista ao valor, que vê a entrada de novos acionistas com a reestruturação financeira da empresa. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Confira abaixo os principais destaques de ações da bolsa desta quarta-feira:

JBS (JBSS3, R$ 9,50, -3,65%)

As ações da JBS estenderam derrocada de 8% ontem, quando lideraram as perdas do Ibovespa, após balanço fraco do 1° trimestre. Nos dois pregões, a queda acumulada é de 12%. Hoje, os investidores acompanham a notícia de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou que sua presidente, Maria Silvia Bastos Marques, criou uma comissão de apuração interna para avaliar todos os fatos relacionados às operações realizadas pelo banco com a JBS.

O anúncio acontece após a Polícia Federal ter deflagrado na sexta-feira operação que investiga fraudes e irregularidades na liberação de apoio do BNDES à JBS de 8 bilhões de reais.

Segundo o comunicado, a criação da comissão atende o interesse da diretoria e dos empregados do BNDES na “apuração dos atos e fatos relacionados a essas operações”.

De acordo com o jornal O Globo, a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) calculou em R$ 711,3 milhões o prejuízo que o BNDES teve com operações de compra de ações e debêntures (títulos de dívida) do JBS. Os auditores chegam a afirmar que houve “cessão graciosa de dinheiro público” para a empresa. O material é um dos elementos que levaram à Operação Bullish da Polícia Federal, deflagrada na semana passada. 

Embraer (EMBR3, R$ 15,00, -5,00%)
As ações da Embraer lideraram as quedas do Ibovespa nesta sessão, após o Santander ter cortado a recomendação dos ADRs (American Depositary Receipts) da empresa de compra para “underperform” (desempenho abaixo da média), passando o preço-alvo de US$ 25,00 para US$ 18,00. A revisão ocorre em meio à avaliação negativa para a empresa em 2018.

O banco prevê Ebitda para 2018 22% abaixo do consenso, citando que preços relativamente baixos do petróleo devem implicar em menor incentivo para as companhias aéreas renovarem frotas. Os analistas comentam ainda que a empresa é líder de mercado, com o desenvolvimento do E2 caminhando e dentro do orçamento (superando seus principais rivais, que enfrentam atrasos e superávit de custos), mas, em 2018, o foco dos investidores, a curto prazo, será a entrega de aeronaves (e resultados).

Petrobras (PETR3, R$ 16,10, -0,56%;PETR4, R$ 15,61, -0,57%)

As ações da Petrobras se descolaram dos preços do petróleo e caíram nesta sessão, seguindo a aversão ao risco que contaminou o mercado doméstico. Essa foi a primeira queda das ações PNs da estatal em 7 pregões.

Lá fora, os contratos futuros do petróleo Brent subiam 0,93%, a US$ 52,13 o barril, enquanto os do WTI registravam alta de 0,66%, a US$ 48,99 o barril, após dados dos estoques da commodity mostrarem a sexta queda semanal seguida.

Segundo dados da EIA (Agência Internacional de Energia), os estoques de petróleo caíram em 1,8 milhão na semana encerrada em 12 de maio. Analistas consultados pela Reuters, contudo, estimavam queda de 2,4 milhões de barris. Na terça-feira, o American Petroleum Institute havia reportado um aumento de 882 mil barris. Ainda de acordo com a EIA, os estoques de gasolina caíram em 400 mil barris na semana. 

No radar da Petrobras, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse ontem em evento no Rio de Janeiro, que a  Petrobras exercerá o direito de preferência em algumas áreas nos dois leilões de petróleo do pré-sal brasileiro marcados para o segundo semestre.

“A Petrobras ocupará sempre um papel importante, até porque a lei garante a ela essa preferência. Eles sinalizaram que irão, sim, exercer o direito em algumas áreas. Onde não tiver o direito de preferência, vai para processo de leilão comum”, informou ele.

O ministro lembrou que as próximas rodadas dos campos de concessão e a segunda e terceira rodadas do pré-sal estão previstos para ocorrer em 27 de setembro e 27 de outubro. As rodadas de óleo e gás deste ano poderão gerar para os cofres públicos entre R$ 8,5 bilhões e R$ 9 bilhões, destacou o ministro.

Em nota, a companhia esclareceu que o seu corpo técnico está avaliando a possibilidade e o interesse da companhia de exercer tal direito, e submeterá suas recomendações à Diretoria Executiva e ao Conselho de Administração, observando os prazos legais.

Eletrobras (ELET3, R$ 15,88, -3,52%; ELET6, R$ 19,75, -3,00%)

O processo de desligamento de servidores da Eletrobras pode alcançar cerca de 10.000 pessoas, reduzindo o quadro total de 24.000 para 14.000, diz Ancelmo Gois, colunista de O Globo, citando declarações do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, durante evento nesta terça-feira. 

Durante o evento, o ministro ainda afirmou que o governo federal planeja vender sua parte na usina de Belo Monte e também está em discussão a venda das fatias em Jirau e Santo Antônio. 

Cesp (CESP6, R$ 17,80, -0,56%)
A Cesp aguarda uma definição das condições do processo de privatização para os próximos meses, disse Almir Martins, diretor financeiro e de relações com investidores da empresa, durante teleconferência sobre o balanço do 1° trimestre realizada nesta manhã. “O próprio governando (em referência à Geraldo Alckmin) disse recentemente que o processo se encerra esse ano. Estamos no aguardo”, disse.

Na segunda-feira, próximo ao final do pregão, Alckmin disse, em entrevista à Bloomberg, disse que a elétrica vai ser privatizada até o fim deste ano. O comentário fez a ação da estatal disparar 4,17% em apenas 4 minutos naquela sessão (veja aqui). Ontem, os papéis da companhia deram sequência aos ganhos apesar do balanço ter vindo abaixo das expectativas do mercado. 

Segundo os analistas do Credit, os números operacionais não foram bons e devem continuar pressionados ao longo do ano em função da combinação de um GSF severo e preços elevados no mercado spot. “O nosso call otimista com CESP esta pautado na provável privatização e que o papel oferece um potencial de valorização bastante interessante quando consideramos este cenário, com a renovação das concessões seguindo a lei 9.074”, afirmaram.

A Cesp fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 62,5 milhões, um recuo de 36% em relação a um ano antes. A receita líquida, por sua vez, caiu 24,6% no mesmo período, para R$ 362,3 milhões. O principal motivo da queda foi o fim da operação assistida das usinas de Jupiá e Ilha Solteira. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) teve queda de 13,7% no trimestre, para R$ 167,4 milhões. O Ebitda ajustado pelas provisões operacionais apresentou baixa de 17,8% no período, para R$ 242,4 milhões.

Gerdau (GGBR4, R$ 10,23, -1,16%)

A Gerdau informou, em esclarecimento ao mercado, que não há decisão sobre a venda de ativos no México e Índia. Segundo informou o Valor na segunda, a Gerdau estaria em negociações avançadas para vender a siderúrgica Sidertul, no México, e para vender ou fazer joint venture da SJK Steel Plant, da Índia.

Ambev (ABEV3, R$ 19,64, -0,91%)
O Conselho de Administração da Ambev aprovou a distribuição de dividendos de R$ 0,16 por ação, a serem deduzidos do resultado acumulado de 2017, sem retenção de imposto de renda na fonte. O pagamento será feito com base na posição acionária de 23 de junho, com os papéis passando a ser negociados na forma “ex-dividendos” a partir de 26 de junho.

Além disso, o conselho da companhia aprovou a celebração de contratos de troca de resultados de fluxos financeiros futuros com liquidação financeira (equity swap), com instituições financeiras a serem definidas pela diretoria, tendo por referência ações ou ADRs da empresa.

A liquidação do equity swap ocorrerá no prazo máximo de 18 meses e os contratos poderão acarretar a exposição em até 80 milhões de ações ordinárias (do qual parte ou a totalidade poderá ser por meio de ADRs), com valor limite de até R$ 1,5 bilhão.

Empresa disse que irá pagar CDI ou Libor acrescido de uma taxa, durante a vigência do contrato, conforme o caso. A finalidade da operação é neutralizar os eventuais efeitos da oscilação das cotações das ações no âmbito de seus planos de remuneração baseada em ações

Oi (OIBR3, R$ 4,03, +0,75%; OIBR4, R$ 3,39, -0,59%)
O Tribunal divulgou a lista de credores da Oi revisada pelo administrador judicial da companhia, com uma dívida estimada de R$ 64 bilhões. O valor da dívida com a Anatel, de R$ 11,09 bilhões foi incluído na recuperação judicial da companhia.

Cemig (CMIG4, R$ 8,81, -0,56%)

As regras para leilão de usinas que eram da Cemig são aprovadas. A resolução do CNPE que estabelece parâmetros técnicos e econômicos de licitação de concessões de geração das usinas que estavam sob controle da Cemig é aprovada e entra em vigor com publicação no Diário Oficial desta quarta-feira. A resolução fixa valor mínimo total da bonificação pela outorga pelas usinas São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande de R$ 11,06 bilhões. A forma de pagamento da bonificação pela outorga em parcela única, sendo 100% do montante à vista, no ato de assinatura. 70% da garantia física das usinas é destinado ao Ambiente de Contratação Regulada. A remuneração do retorno dos valores mínimos de bonificação

Segundo o Valor Econômico, o leilão das quatro hidrelétricas da Cemig, com contratos vencidos ou prestes a vencer, renderá uma arrecadação adicional de R$ 1,5 bilhão neste ano que não era considerada inicialmente pelo Tesouro. O diretor geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, explicou que o valor decorre da indenização devida à companhia mineira, que será quitada somente em 2018. Com isso, a totalidade da receita com o bônus de outorga, no valor de R$ 11,6 bilhões, entrará no caixa da União livre de descontos. Em março, o Ministério da Fazenda espera receber R$ 10,1 bilhões esse ano.

Valid (VLID3, R$ 18,79, -0,48%)
A Valid informou que foi aprovada a bonificação de ações a razão de 10%, que corresponderá à emissão de 6.475.000 novas ações ordinárias, sendo 1 nova ação ordinária para cada 10 ações ordinárias possuídas pelo investidor com um custo unitário de R$ 25,28. As ações ficaram “ex-direito” à bonificação nesta terça-feira e os novos papéis serão creditados até 19 de maio.

Azul (AZUL4, R$ 26,50, +0,76%)

A Azul divulgou seus indicadores operacionais do mês de abril, com crescimento na demanda, na oferta de assentos e na taxa de ocupação em seus voos, na comparação com o mesmo mês de 2016.

No total, a demanda de passageiros (RPK, na sigla em inglês) aumentou 21,3% no mês passado, e 10% nos quatro primeiros meses do ano. No mercado doméstico, o RPK registrou alta de 11,5% em abril, e de 8% no acumulado do ano. Já nos voos internacionais, a demanda aumentou 89,3% no mês, e 20,3% em quatro meses.

Já a oferta de assentos (ASK, na sigla em inglês) cresceu 17,3% em abril, e acumula avanço de 5,8% no ano. Nas rotas domésticas, a oferta avançou 10,1% no mês, e 5,5% no ano. Já nos voos para o exterior, o indicador teve crescimento de 69,4% em abril, e acumula alta de 6,8% em 2017.

Assim, a taxa total de ocupação do Azul passou de 79% em abril de 2016 para 81,7% no mês passado. No acumulado em quatro meses, a ocupação passou de 78,3% para 81,5%. Nos voos domésticos, a ocupação no mês passou de 78,7% para 79,8%. Em quatro meses, saiu de 77,7% para 79,6%. No mercado internacional, a taxa de ocupação em abril ficou em 90,9%, ante 81,4% no ano passado. Em 2017, está em 91,6%, contra 81,4% em 2016.

Comgás (CGAS5, R$ 49,25, -0,30%)

O pedido de intervenção como terceiros interessados da Copagaz Distribuidora de Gás, Nacional Gás Butano, Supergasbras Energia e Comgás em ato de compra da Liquigás pela Ultragaz é deferido pelo Cade.

A operação consiste na proposta de aquisição pela Ultragaz de 100% das ações da Liquigás Distribuidora, atualmente detidas pela Petrobras. O Conselho decidiu pelo indeferimento do pedido de ingresso como terceira interessada da Associação dos Engenheiros da Petrobras, representada por Arthur Villamil Martins e outros, em razão de sua intempestividade. O documento do Cade está publicado no site do conselho e no Diário Oficial. 

Paranapanema (PMAM3, R$ 1,49, +13,74%)
As ações da Paranapanema dispararam nesta sessão, fechando na máxima do dia, após o presidente da empresa comentar que vê a entrada de novos acionistas com a reestruturação financeira da empresa. A alta da ação veio acompanhada hoje de forte volume financeiro, que alcançou R$ 11,9 milhões, contra média diária de R$ 513 mil nos últimos 21 pregões.

Em entrevista ao Valor Econômico, o presidente da companhia, Marcos Camara, disse ainda que a companhia começa a ganhar nova cara com a reestruturação. “Começa a sair essa imagem de empresa dos fundos de pensão”, disse, acrescentando que haverá maior controle da gestão executiva.

Segundo o executivo, após o consenso de credores e acionistas na reestruturação da dívida e na capitalização, a companhia vai terminar de costurar um novo plano de negócios para os próximos cinco anos, cujas diretrizes devem ser apresentadas ao conselho de administração até junho. 

Com dívida bruta de R$ 2,5 bilhões, a companhia desenhou um plano de reestruturação para R$ 2,1 bilhões de passivos, divididos entre adiantamentos de contrato de câmbio (ACCs), no montante de R$ 570 milhões; e dívidas quirografárias (sem garantias da companhia), no valor de R$ 1,57 bilhão. Cerca de R$ 360 milhões ficaram de fora do plano e têm como principal credor o Banco do Nordeste, com R$ 210 milhões. Para isso, terá negociação direta.