Braskem nega mudança de sede; 4 recomendações, 2 prévias de construtoras, Petrobras e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (18)

Lara Rizério

(Divulgação/Braskem)

Publicidade

SÃO PAULO – O noticiário corporativo é bastante movimentado na sessão desta terça-feira, com destaque para as notícias sobre a venda da Via Varejo, elevação de recomendação da Marfrig e redução de recomendação da Embraer, ambos pelo Bradesco BBI, além da possível mudança de sede da Braskem do México para os EUA, entre outras notícias. Confira os destaques desta terça-feira (18): 

Via Varejo (VVAR11)

O grupo varejista francês Casino manteve a previsão de crescimento do lucro anual, apesar da desaceleração das vendas no primeiro trimestre em meio a sinais de enfraquecimento dos negócios na França, enquanto a inflação mais baixa afeta as operações no Brasil.

A empresa ainda informou que não está sob pressão para vender a fatia controladora na Via Varejo, mas não forneceu um prazo para conclusão do negócio. “O clima brasileiro é favorável. Não temos qualquer pressão em relação a esse ativo, cujo valor intrínseco pode apenas melhorar”, disse a repórteres o diretor financeiro da empresa, Antoine Giscard d’Estaing.

Vale destacar que, segundo a Coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, Michel Klein, ex-proprietário da Casas Bahia, está se movimentando para levar a Via Varejo. Apesar de certo desconforto do francês Casino devido ao interesse de Klein, o ex-dono tem dito que, agora, mantém uma parceria exclusiva com o Bradesco: o banco colocaria capital na Via Varejo por meio de seu braço de private equity e financiaria o restante da operação para Klein. As conversas estão em andamento. A relação entre Klein e Bradesco é antiga e sempre foi muito boa. Uma oferta ainda não foi formalizada. Mas existe a expectativa de que o negócio possa ser retomado após a publicação do balanço da companhia, na semana que vem.

Marfrig (MRFG3)

A Marfrig foi elevada pelo Bradesco BBI para outperform após seis anos com recomendação neutra/underperform.

A desalavancagem, transformação de Keystone em uma “fábrica de dólares”, possível ciclo de gado positivo nos próximos três anos e provável IPO da Keystone motivaram elevação da recomendação da companhia, de acordo com relatório. A Marfrig teve desalavancagem significativa para 3,2 vezes da dívida líquida/Ebitda, em comparação com 6 vezes há três anos. O IPO da Keystone deve ocorrer antes do esperado, permitindo um upside de 34-64%, segundo Bradesco BBI. As melhorias alcançadas com Keystone e seu balanço patrimonial ainda não foram precificadas, diz banco. Desde que Keystone foi adquirida em 2010, volumes aumentaram organicamente em 4% ao ano, e sua margem de
Ebitda subiu de 5% para 9%, de acordo com relatório. O Bradesco BBI é “altamente otimista” com setor de proteínas dado os preços atualmente vigentes.

Embraer (EMBR3)

O Bradesco BBI rebaixou a Embraer para underperform por avaliação de riscos, com o preço-alvo do ADR sendo reduzido de US$ 22 para US$ 18. A entrega de cerca de 100 aviões em 2017 encolherá backlog do E1 para 51 aeronaves em 2018/2019. O banco vê 2-3 anos de turbulência durante a transição de E1 para E2, próxima geração de jatos regionais; contudo, o E2 será produto competitivo. A Embraer deve entregar 9 E2s em 2018 e 35 em 2019, insuficiente para evitar contração de lucros líquidos. A margem será reduzida em 2017 devido ao fim de isenção fiscal.  O Bradesco BBI reduziu estimativas de entrega de aeronaves para 88 e 83 em 2018/19, abaixo de 99 e 100 anteriormente; estimativas reduzidas para Ebit 2017/18 em 4% e 20%, respectivamente.

Santander (SANB11)

Depois de cair 22% nos últimos 30 dias, o Credit Suisse elevou a recomendação do Santander Brasil para outperform e revisou o preço-alvo para R$ 30 por ação (de R$32), uma vez que as estimativas foram praticamente mantidas. O novo preço-alvo implica em um preço-alvo de 23%. “Nos preços atuais, SANB11 está negociando a 8.8 vezes o preço sobre o lucro e 1,5 vez a relação entre o preço e o book value, “o que nos parece atrativo ao considerar crescimento de lucro por ação de 22.4% CAGR entre 2016 e 2019, o ROE sustentável de 19.4% e um dividend yield médio de 9.4% para 2017-18”, afirmam os analistas.

Qualicorp (QUAL3)

Os analistas do Credit Suisse elevaram a recomendação da Qualicorp para outperform, com preço-alvo de R$ 26 por ação. O novo preço-alvo está refletindo: (1) novas estimativas macroeconômicas; (2) resultado de 2016; e (3) mudança na dinâmica do negócio da empresa. “Estruturalmente preferiríamos ver um crescimento sólido de top line com a combinação de crescimento orgânico e aumento de preços mais modestos, mas enquanto a economia nao recupera, esperamos que aumento de preço de dois dígitos seja o principal fator do crescimento de receita. Os analistas acreditam que nossas estimativas estão conservadoras e esperamos uma compressão de margem de 30 ponto-base no curto prazo, refletindo um aumento de provisões”. 
Braskem (BRKM5)

A Braskem informou que não cogita transferir a sede do seu Complexo Petroquímico do México para os EUA e para nenhum outro país, segundo comunicado enviado por e-mail, em resposta a reportagem do Valor Econômico.

De acordo com notícia do jornal, a sede da Braskem Idesa poderia ser transferida do México para os Estados Unidos, diante das ameaças do presidente Donald Trump de fechar o mercado dos EUA a produtos do país vizinho, de acordo com o empresário Emílio Odebrecht. Ao fim de um dos depoimentos prestados ao Ministério Público Federal (MPF), Emílio, que é sócio e presidente do conselho de administração do grupo Odebrecht, controlador da Braskem, afirmou que o assunto está em estudo, conforme destacou o jornal desta terça-feira. 
Localiza (RENT3)

O conselho de administração da Localiza aprovou 12ª emissão de debêntures no valor de 700 milhões de reais para recomposição de caixa da companhia de locação de veículos e gestão de frotas, informou a empresa nesta segunda-feira.

Além disso, a Localiza informou que assembleia geral extraordinária e a diretoria da Localiza Fleet aprovaram terceira emissão de debêntures, não conversíveis, de 500 milhões de reais. Os recursos serão usados para resgate antecipado de títulos da segunda emissão e recomposição de caixa.

 Petrobras (PETR3; PETR4)
O vazamento na tubulação de gás liquefeito de petróleo (GLP) das instalações da Transpetro, empresa de transporte e logística de combustível da Petrobras, em Santo André (SP), foi contido hoje (18). A área foi isolada, apesar de não haver risco de explosão. Ninguém ficou ferido.

Segundo a Transpetro, o fornecimento de energia elétrica na região foi temporariamente suspenso por precaução. Equipes trabalham na dispersão do gás ainda presente no ar. Casas próximas foram evacuadas e seis pessoas precisaram deixar suas casas. O duto rompido está localizado na Avenida Sapopemba, 370, Jardim Utinga.

Ainda sobre a Petrobras, a 2ª Vara Federal de Sergipe suspendeu a venda feita pela estatal de 66% da participação do bloco BM-S-8, onde está o prospecto de Carcará, na Bacia de Santos, à petroleira norueguesa Statoil, afirmou em nota a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), responsável pela ação. A operação, anunciada em julho, foi concluída em novembro com o pagamento de US$ 1,25 bilhão, correspondente a 50% do valor total da transação.

Estava previsto que o restante do valor para a compra do ativo seria pago por meio de parcelas contingentes relacionadas a eventos subsequentes, como, por exemplo, a celebração de um Acordo de Individualização da Produção (unitização).

A negociação com a Statoil marcou a venda, pela Petrobras, da primeira grande área do pré-sal incluída no plano de desinvestimentos da estatal, que visa colaborar com o programa de redução de endividamento da companhia.

Para obter a liminar, a FNP entrou com uma ação popular na Justiça Federal de Sergipe após o fechamento do negócio, por discordar da decisão da Petrobras de realizar a venda sem licitação.

“Como empresa mista, ela obrigatoriamente tem que fazer licitação para vender qualquer um de seus ativos. Caso contrário, a ação é caracterizada como ilegal ou até mesmo ato de ‘lesa-pátria’, uma vez que a venda traria prejuízos econômicos e ambientais imensuráveis para o Brasil”, afirmou a FNP na nota.

A federação tem sido responsável por uma série de ações contra o plano de vendas de ativos da Petrobras. Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente ao pedido de comentário. Mas a petroleira brasileira tem informado repetidamente que está tomando as medidas judiciais cabíveis para levar adiante a sua estratégia de venda de ativos. Já a Statoil considera recorrer sobre suspensão da venda de Carcará. 

MRV Engenharia (MRVE3)
As vendas líquidas da construtora de imóveis econômicos MRV Engenharia entre janeiro e março cresceram 15% sobre igual período um ano antes, conforme os lançamentos atingiram nível recorde para o primeiro trimestre e os distratos recuaram mais de 15%.

“Esse primeiro trimestre foi de inflexão e esperamos que esse ano seja mais ativo em lançamentos e vendas comparado a 2016”, afirmou à Reuters o co-presidente da empresa, Rafael Menin. O executivo ainda disse que a MRV não espera recuperação forte da economia em 2017 e, apesar das medidas positivas adotadas pelo governo no âmbito do Minha Casa Minha Vida (MCMV), a MRV será “assertiva” nos lançamentos, concentrando-se em microrregiões subabastecidas.

No primeiro trimestre, as vendas contratadas brutas da MRV somaram R$ 1,3 bilhão, 7,2% mais ante janeiro a março de 2016, conforme prévia operacional divulgada nesta segunda-feira. Já vendas líquidas subiram 15% na mesma comparação, para R$ 1,05 bilhão. A construtora lançou 7.677 unidades nos três primeiros meses de 2017, o equivalente a um valor geral de vendas (VGV) de R$ 1,211 bilhão. A cifra é 24,5% maior que a do primeiro trimestre de 2016 e foi 13,1% acima do quarto trimestre.

Ao mesmo tempo, a relação distratos sobre vendas caiu para 20,5%, de 26% entre janeiro e março de 2016, devido à adoção do projeto ‘venda garantida’, por meio do qual a MRV contabiliza o negócios somente após o repasse.

Menin afirmou que o mecanismo posterga o reconhecimento das vendas, mas deve permitir à MRV zerar os distratos dentro de aproximadamente dois anos. “Sem isso, as vendas (brutas do primeiro trimestre) teriam crescido 12%, e não 7%”, comentou, acrescentando que a empresa espera introduzir esse método em todas as regiões até o fim deste ano. A construtora também pretende gastar entre R$ 100 milhões e R$ 120 milhões a mais com a compra de terrenos em 2017, de acordo com o executivo. “A competição está pequena e queremos montar um land bank gigantesco até esse janela de oportunidade se fechar”, afirmou.

O estoque de terrenos da MRV totalizava R$ 41,4 bilhões ao fim de março, 14,1% maior sobre o mesmo período de 2016. Segundo o co-presidente, os desembolsos com a compra de terrenos e investimentos em infraestrutura tendem a limitar a geração de caixa da empresa no curto prazo. No primeiro trimestre, a MRV teve geração de caixa recorrente de R$ 75 milhões, 58,3% menos ante igual intervalo do ano passado, afetada ainda pela postura restritiva de um dos bancos parceiros, o que comprometeu as vendas e o repasse das unidades, disse Menin. “Quando as obras ficam prontas podemos migrar de banco, então esperamos recuperação de caixa no segundo semestre em função dessa migração”, disse o executivo. 

De acordo com o Bradesco BBI, a prévia do primeiro trimestre “continua a confirmar a força do segmento de baixa renda”. 

Cyrela (CYRE3)
As vendas líquidas da Cyrela Realty tiveram queda de 4,3% no primeiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, para R$ 520 milhões, informou a incorporadora nesta segunda-feira.

Os lançamentos ficaram praticamente estáveis no período, a R$ 612 milhões. A participação da empresa nos lançamentos passou de 67% para 88%. A Cyrela informou que lançou nos três primeiros meses do ano três empreendimentos, dos quais dois na cidade de São Paulo e um no Rio de Janeiro.

A companhia informou que das vendas líquidas no trimestre passado, R$ 199 milhões foram de imóveis prontos em estoque ante R$ 99 milhões no primeiro trimestre de 2016. A participação das vendas de estoque em construção se manteve em R$ 209 milhões e o restante, R$ 112 milhões, correspondeu a lançamentos.

De acordo com o BTG Pactual, os números foram fracos, apesar de esperados, refletindo um cenário complicado para as vendas para a renda média e alta.  “Depois de um desempenho das ações forte este ano (alta de 32% no acumulado do ano), nós consideramos a avaliação não é uma pechincha avaliamos que o impulso fraco pode persistir. Dito isto, mantemos nossa recomendação para Cyrela para compra, colocando-as como uma das nossas ações preferidas”, afirmam os analistas. 

Engie (ENGI11)

O Conselho de Administração da elétrica Engie Brasil aprovou por unanimidade a participação da empresa no leilão de transmissão, marcado para 24 de abril, diretamente ou por intermédio de qualquer de suas controladas, informou o colegiado nesta segunda-feira.

No documento, o conselho explicou que a companhia ou a controlada que for definida para participar do leilão deverá contratar todas as garantias necessárias para participação no leilão e assinar termos de compromisso, de forma a fixar o preço para cada contrato.

Oi (OIBR4)

Apesar de ser alvo da maior recuperação judicial do País e de ter fechado 2016 no vermelho, a Oi pretende pagar, em média, R$ 15,3 milhões a cada um de seus três diretores estatutários em 2017, informa o Estadão. A remuneração é mais de quatro vezes superior à estimada pelas rivais Vivo e Tim.

O total a ser pago pela Oi aos executivos deve somar R$ 45,8 milhões caso o valor seja aprovado na assembleia do dia 28 de abril, contra R$ 10,9 milhões na Vivo e R$ 27,2 milhões na Tim, que tem cinco diretores a mais. 

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.