Azul estreia na bolsa após precificar IPO de R$ 2 bi; 4 recomendações, Petrobras e mais destaques no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (11)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Esta terça-feira marca a estreia da Azul na bolsa, após precificar a oferta a R$ 21,00. O noticiário segue movimentado com diversas recomendações no radar. 

Azul

A companhia aérea Azul deve finalmente fazer sua estreia na B3 após ter precificado sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) nesta segunda-feira, concluindo com sucesso sua quarta tentativa de chegar ao pregão, numa operação que chegou a ser suspensa após vazamento de informações no mercado.

Terceira maior companhia aérea do país, a Azul precificou sua oferta a 21 reais por ação, no centro da faixa estimada pelos coordenadores, de 19 a 23 reais por papel. Incluindo as oferta primária (ações novas) e secundária (de papéis detidos pelos sócios da companhia), a operação envolveu 96,2 milhões de ações, movimentando 2,02 bilhões de reais.

Sob o ticker AZUL4, a ação deve estrear no pregão da Bovespa nesta terça-feira. No pregão, a companhia vai competir com a Gol.

Ainda falando sobre aéreas, vale destacar o noticiário de que o governo, após idas e vindas, vai liberar o capital estrangeiro para as companhias do setor.  Hoje o teto para capital externo com direito a voto nas empresas do setor está em 20%. O fim das restrições será anunciado nesta terça-feira por auxiliares do presidente Michel Temer, que deu aval para sua inclusão na medida provisória com ações de incentivo ao turismo, informa o Valor Econômico.

Por fim, sobre a Gol (GOLL4), a companhia informou que a demanda por voos no mercado doméstico aumentou 13,2 por cento em março ante mesmo mês de 2016, enquanto a oferta subiu apenas 6,8 por cento. De acordo com o comunicado da companhia aérea, a taxa de ocupação no mês passado ficou em 76,9 por cento, alta de 4,3 ponto percentual frente ao mesmo mês do ano anterior. Os dados do sistema total da empresa, que incluem voos nacionais e internacionais, mostram alta de 11,8 por cento na demanda em março e elevação de 5,8 por cento na oferta.

Considerando apenas os números internacionais, a demanda subiu 1,7 por cento no mês passado, enquanto a oferta teve baixa de 1,6 por cento, levando a taxa de ocupação para 80,5 por cento, elevação de 2,6 pontos em relação a março de 2016.

Oi (OIBR4)

A Justiça nomeou o escritório Arnoldo Wald como administrador judicial da
companhia, em substituição ao papel da PwC na empresa. Ainda no radar da empresa,  os credores enviaram carta ao presidente do conselho pedindo mais informações sobre as negociações com credores, segundo cópia do documento, ao qual a Bloomberg teve acesso.

A carta questiona declarações feitas pela companhia quando divulgou a proposta revisada de recuperação judicial, especificamente comentários de que o plano foi elaborado “a partir de conversas realizadas em mais de 50 reuniões presenciais com diversos credores da Oi no Brasil e no exterior”, de acordo com a carta. “Achamos essa declaração surpreendente e enganosa, já que estamos cientes de que vocês não tiveram nenhuma negociação substancial com o Steering Committee, o International Bondholder Committee ou Export Credit Agencies”, segundo a carta, assinada por Erick Alberti, diretor da Moelis, e advogados da companhia. A Moelis não quis comentar e a Oi não retornou imediatamente o pedido de comentário feito pela Bloomberg.

Bancos

O Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) tiveram a recomendação elevada para ‘sector perform’ pelo Scotia Capital. Ainda no radar do setor, o Itaú confirmou que em comunicado que o  Carf proferiu decisão favorável ao banco, reconhecendo serem inaplicáveis pretendidas cobranças de IR e de CSLL e ratificando regularidade e legitimidade dos atos da fusão com Unibanco da forma como foram integralmente aprovados pelo BC, CVM e Cade. 

Outras recomendações

Ainda no radar de recomendações, a Cosan (CSAN3) foi rebaixada de compra para neutra pelo Goldman Sachs, enquanto a Ultrapar (UGPA3) foi rebaixada de compra para neutra pelo Citi.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras comentou a elevação do rating de seu de B2 para B1 pela agência de classificação de risco Moody’s, além da alteração da perspectiva de estável para positiva na tarde de segunda-feira. 

“A revisão da nota de crédito da Petrobras pela Moody’s reconhece o trabalho intenso que vem sendo feito na melhora dos indicadores operacionais da companhia, além do esforço de redução da dívida. Mostra que estamos no caminho correto, mas é também a constatação de que é o início de um trabalho e que ainda há muito a ser feito”, declarou o presidente da Petrobras, Pedro Parente.

Cyrela (CYRE3)

A Cyrela Brazil Realty Empreendimentos e Participações informou ao mercado que está encerrando a parceria que tinha desde 2006 com a Mac Investimentos e Participações Ltda (MAC Par) na joint venture Mac Empreendimentos Imobiliários Ltda (MAC).

De acordo com o comunicado, Cyrela e MAC Par acertaram uma reorganização societária da MAC de forma que os empreendimentos que compõem o banco de terrenos sejam divididos entre MAC Par e Cyrela por meio de arranjos societários envolvendo as SPEs detentoras de tais ativos. Ainda segundo o acordo, os empreendimentos imobiliários já lançados permanecem na parceria até a alienação da totalidade de suas unidades, com a consequente distribuição de seu caixa ou recebíveis para MAC Par e a Cyrela.

A Cyrela ainda informou que pretende participar do novo aumento de capital da Tecnisa, o que permitirá manter sua fatia de 13,62% na incorporadora. No fim de março, a Tecnisa anunciou aumento de capital de R$ 150 milhões e a data limite para a subscrição das ações da companhia é 28 de abril. 

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A Eletrobras informou que três associações, Abrace, Abividro e Abrafe, ganharam tutela antecipada parcial visando à suspensão dos efeitos sobre suas tarifas do pagamento dos créditos relativos a ativos considerados não depreciados existentes em 31 de maio de 2000 da rede básica, segundo comunicado à CVM.

 Os associados não conseguiram suspender o pagamento integral da Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão – TUST. Os demais pedidos de associações foram indeferidos. A Eletrobras registrou cerca R$ 36,5 bilhões a receber a título de
RBSE e vai avaliar efeitos da decisão. A companhia informou que manterá o mercado informado. 

A decisão também afetou a a Transmissão Paulista, que afirmou estar avaliando as medidas cabíveis, inclusive no campo judicial, para defesa de seus interesses, sem prejuízo de seu apoio à atuação da Associação Brasileira das Empresas de Transmissão de Energia Elétrica – ABRATE, admitida, nesta mesma decisão, como assistente processual da União Federal e da ANEEL no âmbito da Ação ABRACE e
aguarda posicionamento da ANEEL e MME quanto aos procedimentos a
serem adotados, sem prejuízo da manutenção do seu direito à integralidade
dos valores contabilizados. “Em 31 de dezembro de 2016, a companhia apresentava em seus registros contábeis o valor equivalente a R$ 8.809,49 milhões, referente a seu direito de recebimento do RBSE”, informou. 

Marfrig (MRFG3)

O acionista controlador da Marfrig elevou a fatia na empresa de 34,3% para 35% em março, segundo comunicado à CVM. As compras de ações somaram R$ 23,9 mi, em várias transações ao longo do mês, a preços entre R$ 5,90 e R$ 6,92. As ações da companhia acumularam queda de 8,6% no mês passado, quando eclodiu a Operação Carne Fraca. 

Sabesp (SBSP3)

A Sabesp informou ter fechado protocolo de intenções com Guarulhos (SP) para elaborar estudos e avaliações visando o equacionamento das relações comerciais e das dívidas existentes entre o município e a empresa. Em janeiro de 2016, a as duas partes haviam anunciado acordo semelhante mas, em agosto, a empresa suspendeu as negociações com Guarulhos sobre dívida estimada então em R$ 2,3 bilhões, acumulada pela cidade ao longo de 20 anos, devido à falta de consenso entre as partes.

Prumo (PRML3)

A CVM enviou carta à Prumo na qual diz considerar que Mubadala está alinhada ao interesse dos controladores e não deve ser considerada como titular de ações
em circulação para fins da OPA. A CVM determina que Prumo altere e reapresente os documentos da OPA até 19 de abril, excluindo o acionista Mubadala como
detentor de ações em circulação para fins da OPA.

CVM também pede que cia. esclareça, até dia 13, como será preservado o direito de os titulares de ações em circulação efetivamente decidirem sobre a realização de nova avaliação da empresa,  já que o voto de Mubadala foi decisivo para rejeição da proposta em reunião em fevereiro. 

Cemig (CMIG4)

Nesta terça-feira, após o fechamento do mercado, a Cemig divulgará os seus números do quarto trimestre de 2016. 

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.