Os 1ºs efeitos da Carne Fraca para BRF e JBS; 3 bancos recomendam compra para “novata da Bolsa” e mais notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo nesta segunda-feira (20)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo segue tendo como destaque os desdobramentos da Operação Carne Fraca deflagrada na última sexta-feira, que impactaram principalmente as ações da BRF e JBS. Além disso, as recomendações agitam o radar, com destaque para o início de cobertura para a Movida por três casas de análise, enquanto a Gafisa foi rebaixada pelo Bradesco BBI. Confira os destaques desta segunda-feira (20):

BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3)

As ações da BRF e JBS devem seguir no foco dos mercados após despencarem na última sessão com a Operação Carne Fraca. De acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg, a China suspendeu temporariamente a importação de carne do Brasil, enquanto a Coreia  do Sul vai intensificar a fiscalização de carne de frango importada do Brasil e banir temporariamente as vendas de produtos da BRF. Já o  Comitê Europeu para a Saúde e Segurança Alimentar busca informações adicionais.

O ministério da Agricultura suspendeu a operação da BRF em Mineiros (GO). A BRF disse que a liberação deve ocorrer quando empresa atestar a segurança e qualidade dos produtos, o que deve acontecer em breve, segundo nota no website da cia. Em relação ao caso de salmonella na Itália, companhia diz que é importante esclarecer que a BRF não incorreu em nenhuma irregularidade.

De acordo com o Bradesco BBI, as estimativas iniciais indicam uma queda de 15% no Ebitda da BRF no fim de 2017, “mas estamos procurando ativamente por mais detalhes para ter mais precisão sobre o impacto”, “Não vemos isso como um impairment permanente, com impacto limitado a partir de 2018. Ainda é cedo para estimar o impacto, mas poderíamos ver as regiões importadoras (por exemplo, UE) aumentando restrições sobre carnes do Brasil por 3 a 6 meses. Esperamos que a restrição seja limitada à liquidação de estoque de negociadores e outros fornecedores locais, que normalmente leva de 3 a 6 meses”, afirmam os analistas.

A Europa representa 10% das exportações de aves do Brasil, segundo o relatório. “A carne exportada para a UE pode ser redirecionada para outras regiões menos rentáveis?do mundo, impactando margens e no Ebitda a um nível mais profundo do que os volumes”, destaca o banco.

Já a Folha de S. Paulo destaca que o escândalo da carne lança dúvidas sobre oferta de ações da JBS em Nova York. Ao contrário de outras operações que envolveram o grupo nos últimos meses, a divulgação da Carne Fraca lançou dúvidas, num primeiro momento, sobre a qualidade do produto da companhia, que vende ao mercado interno e exporta para mais de 150 países. A JBS, porém, não teve fábricas interditadas e não há menção no relatório da PF a irregularidades sanitárias da companhia, como a venda de produtos estragados. 

Segundo um executivo ouvido pela Folha, a companhia preparava-se para, nesta semana, atualizar as informações do registro para a oferta de ações. O plano era deixar tudo pronto para que a operação pudesse ser feita de “meados para o final” de abril. Agora, os próximos passos dependerão de como investidores reagirão ao longo desta semana, diz um membro do alto escalão da companhia. Procurada, a empresa disse que não comentaria o processo.

Via Varejo (VVAR11)

De acordo com o Valor Econômico, os fundos de investimentos estiveram nos últimos dias com assessores ligados ao empresário Michael Klein na tentativa de alinhar uma proposta de compra da Via Varejo. O prazo de entrega das propostas ao Grupo Pão de Açúcar (GPA), controlador da varejista de eletroeletrônicos que reúne Casas Bahia e Ponto Frio, termina na sexta-feira.

Segundo o jornal, Klein considera um plano em que se tornaria controlador da Via Varejo, com pouco mais de 50% das ações, e teria autonomia na gestão. 

ABC Brasil (ABCB4)

O ABC Brasil concluiu a recompra de notas subordinadas a US$ 344,4 milhões. O prazo para credores concordarem com os termos da oferta foi em 16 de março às 17h de Nova York, segundo comunicado ao mercado. O valor é equivalente a 58,46% do valor de principal vigente em 8 de março de 2017 com vencimento em 8 de abril de 2020.

Braskem (BRKM5)

Em resposta à notícia do Estadão, a Braskem informou que o controlador Odebrecht negou a notícia sobre venda de participação e afirmou que a conveniência de dispor de ações cabe aos acionistas.

Movida (MOVI3)

A Movida teve a recomendação iniciada por três casas de análise. O Morgan Stanley iniciou cobertura com recomendação overweight (exposição acima da média do mercado) com preço-alvo de R$ 11,00. Já o Santander tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 11,60. Por fim, o BTG Pactual iniciou cobertura com recomendação de compra com preço-alvo de R$ 14,00, destacando perspectiva de alto crescimento e alto valor. A ação da Movida estreou na Bolsa em 8 de fevereiro deste ano. 

Gafisa (GFSA3)

A Gafisa, por sua vez, teve a recomendação rebaixada de outperform (desempenho acima da média do mercado) para neutra pelo Bradesco BBI.

Cemig (CMIG4)

A Cemig teve a recomendação elevada de venda para neutra pelo UBS, com preço-alvo de R$ 13,00 por ação. 

Transmissão Paulista (TRPL4)

A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista reconhece valor financeiro referente às instalações da rede básica do serviço existente de R$ 8,8 bilhões, segundo comunicado à CVM.

O  reconhecimento do valor terá impacto de R$ 7,3 bilhões no ativo financeiro, R$ 6,5 bilhões na receita operacional líquida e R$ 4,3 bi no lucro líquido do ano de 2016. O efeito caixa relativo ao recebimento dos valores está previsto para início de julho de 2017. As demonstrações financeiras do período encerrado em 31 de dezembro de 2016 tiveram parecer dos auditores independentes sem ressalvas. 

GP Investments (GPIV33)

A GP Investments informou o pré-pagamento de US$ 47,7 milhões em empréstimo com Itaú BBA. 

Locamerica (LCAM3)

O Cade aprovou a operação de R$ 47,7 milhões da Locamerica com Panda de
Itu.

Vale (VALE3.VALE5)

Destaque para uma notícia que pode mexer com a Vale. Segundo a coluna Painel, da Folha, o governo prepara, por meio de medida provisória, um pacote para o setor de mineração. A proposta é transformar o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) em uma agência reguladora e fazer mudanças nas regras da contrapartida cobrada pela extração e venda de minério. O jornal informa que a MP passa pelos últimos ajustes na Casa Civil, que espera um “ok” do presidente Michel Temer para anunciá-la. 

(Com Agência Estado, Reuters e Bloomberg)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.