Esclarecimento da Petrobras sobre Braskem, 5 balanços do 4º tri e 4 recomendações; veja mais notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (9)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em destaque no noticiário corporativo desta quinta-feira, está a temporada de balanços do quarto trimestre, que vem ganhando forças. Além disso, o mercado fica de olho nas negociações da Petrobras e espera pela precificação da oferta de ações da CCR. Confira os destaques da sessão:

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras enviou nota de esclarecimento à Bovespa sobre notícia de que a companhia vai rever o acordo de acionistas sobre a Braskem. A Petrobras afirmou que, conforme previsto no Plano de Negócios e Gestão 2017-2020, divulgado em 20 de setembro do ano passado, pretende sair integralmente do setor petroquímico, visando à redução da alavancagem financeira, preservação do caixa e concentração nos investimentos prioritários, notadamente de produção de petróleo e gás no Brasil em áreas de elevada produtividade e retorno. No entanto, até o momento, não foi iniciado processo para alienação da participação acionária detida na Braskem. 

“A Petrobras está em constante busca pela valorização de seu portfólio, o que inclui a avaliação de possíveis alterações nos acordos de acionistas por ela firmados, nas sociedades em que possui participação. No que diz respeito ao contrato de fornecimento de nafta celebrado em 2009 e às perdas associadas, a Petrobras esclarece que, ao longo do ano de 2015, prestou as devidas informações ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal, conforme solicitações recebidas durante as investigações que deram origem às ações em curso no âmbito da operação Lava-Jato, conforme Comunicado ao Mercado anunciado em 21 de julho de 2015”, informa a companhia. 

Ainda no noticiário da estatal, a Itaúsa negocia com a Brookfield Asset Management para participar do consórcio que vai adquirir a NTS, empresa de gás natural da Petrobras, segundo informou a Bloomberg citando 4 pessoas com conhecimento direto do assunto.

A companhia negocia a compra de uma fatia entre 7% e 9% da Nova Transportadora do Sudeste, disse uma das pessoas, que pediu anonimato porque as discussões são privadas. A aquisição deve ser avaliada em até US$ 520 milhões, segundo o valor do negócio anunciado. A subsidiária da Brookfield listada em bolsa, Brookfield Infraestructure Partners, lidera um grupo de empresas que fechou a compra da NTS.

Suzano (SUZB5)
A Suzano Papel e Celulose fechou o quarto trimestre de 2016 com prejuízo líquido de R$ 440 milhões, revertendo lucro de R$ 341 milhões de um ano antes. Segundo a companhia, o resultado reflete o cenário mais adverso tanto para os negócios com celulose quanto no segmento de papel. No acumulado do ano passado, porém, a companhia conseguiu reverter prejuízo e lucrar R$ 1,69 bilhão.

Já a receita líquida da Suzano caiu 7,8% em um ano e ficou em R$ 2,5 bilhões nos três últimos meses do ano passado. No anualizado, a receita caiu 3,3%, a R$ 9,88 bilhões. Enquanto isso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado ficou em R$ 902 milhões no trimestre, queda de 26,5%, com margem Ebitda ajustada de 36,1% – 9,2 pontos percentuais menor. No consolidado do ano, o Ebitda ajustado recuou 15%, para R$ 3,9 bilhões.

O Itaú BBA espera reação positiva a resultados “sólidos”. Já o Santander afirma que, apesar de os resultados operacionais ficarem em linha com nossas estimativas, eles confirmaram que a Suzano está tendo o melhor ‘momentum’ entre os players do setor”. A companhia realizou “forte redução do custo caixa de celulose por tonelada (queda de 10% na comparação trimestral, que deve continuar nos próximos trimestres devido à menor distância média de madeira e ao impacto reduzido das paradas de manutenção”. A forte geração de caixa operacional no trimestre ajudou a Suzano a manter o balanço patrimonial mais forte do setor, afirmam os analistas do banco. 

Vale destacar ainda que a companhia informou que  usará sua geração de caixa para manter o processo de desalavancagem em 2017, dentro do plano de obter o grau de investimento das agências de classificação de risco ainda no primeiro semestre.  “Entendemos que já temos as métricas necessárias para obter o investment grade”, disse a jornalistas o diretor financeiro e de relações com investidores da empresa, Marcelo Bacci.

Duratex (DTEX3)
A Duratex registrou lucro líquido de R$ 25,2 milhões no quarto trimestre do ano passado, com queda de 53,6% ante o mesmo período de 2015. Já a receita líquida da companhia aumentou 7,7%, para R$ 1,028 bilhão, enquanto o Ebitda cresceu 71,3%, para R$ 289,29 milhões. A margem Ebitda aumentou de 17,7% para 28,1% na comparação anual.

A receita líquida da Duratex no mercado externo — incluindo a colombiana Tablemac e as exportações — cresceram 8,2% no quarto trimestre. No período, os embarques aumentaram 20,5%, enquanto a receita da Tablemac caiu 0,9%.

No acumulado de 2016, a Duratex teve um resultado líquido recorrente negativo de R$ 12,9 milhões, revertendo dado positivo de R$ 221,8 milhões em 2015. O Ebitda ajustado e recorrente do ano passado totalizou R$ 680,9 milhões, baixa de 18,6% ante 2015. A margem do Ebitda ajustado recorrente caiu 3,4 pontos porcentuais, para 17,4%. Sem ajustes, o lucro líquido em 2016 foi de R$ 26,2 milhões, recuo de 86,3%.

De acordo com o Santander, os resultados operacionais foram “em linha” com estimativas, “mas abaixo do potencial total da empresa em bases recorrentes”. O quarto trimestre reforça visão “de que a recuperação consistente da demanda doméstica na divisão Madeira pode levar mais tempo do que o estimado, potencialmente impedindo a recuperação da lucratividade da indústria”. Já o Bradesco BBI ressalta que o balanço foi “fraco”, “conduzido pelo fraco desempenho da Deca”. O banco mantém recomendação outperform e destaca “que o momentum dos resultados deve ganhar força nos próximos trimestres, impulsionado por aumentos de preços anunciados recentemente, redução de custos e melhora dos volumes (principalmente em madeira)”. 

Banrisul (BRSR6)

O Banrisul divulgou seu balanço do quarto trimestre, registrando um lucro líquido de R$ 652,3 milhões. O banco informou ainda que os ativos totais somaram R$ 69 bilhões, alta de 3,1% na comparação anual. A expectativa do banco é de uma expansão na carteira de crédito de 3% a 7% em 2017; a carteira de crédito ampliada somou R$ 31,24 bilhões no quarto trimestre. 

ABC Brasil (ABCB4)

O banco ABC Brasil registrou lucro líquido recorrente de R$ 108,5 milhões no quarto trimestre, ante lucro de R$ 105,5 milhões no mesmo período do ano passado.  A carteira de crédito expandida somou R$ 22,7 bilhões em dezembro de 2016, alta de 5,4%, enquanto a projeção para carteira 2016 era 2% a 7%. O ROAE do quarto trimestre foi de 15,2% ante 17% no quarto trimestre de 2015 e 15% no terceiro trimestre de 2016. Já a inadimplência acima 90 dias caiu de  0,7% ante 1,05%. A provisão para devedores duvidosos foi de R$ 55,3 milhões ante R$ 48,6 milhões no ano passado. 

Segundo o Itaú BBA, os números foram melhores do que o esperado, com destaque para o lucro líquido acima da estimativa; a recomendação para as ações segue outperform com preço-justo de R$ 16,70. 

São Martinho (SMTO3)

O lucro líquido da São Martinho caiu 29,5% no terceiro trimestre da safra 2016/2017, para R$ 55,8 milhões, em meio à quebra da safra de cana com as geadas no inverno e a antecipação das exportações de açúcar na primeira metade do ciclo 2016/17. A receita líquida do período foi de R$ 607,8 milhões, queda de 12,8%. Já o Ebitda ajustado caiu 17,1%, para R$ 341,6 milhões, reduzindo a margem Ebitda para 46,2%.

Segundo o Santander, os resultados ficaram “abaixo das estimativas, com receita de açúcar 28% menor do que esperávamos, como resultado da estratégia da empresa de concentrar as vendas no quarto trimestre fiscal de 2017 para capturar melhores preços”; “apesar dos números mais fracos, esperamos uma melhora sequencial no quarto trimestre fiscal 2017 devido aos maiores volumes e no de 2018, impulsionado pelo impacto positivo da incorporação da fatia de 49,05% na usina Boa Vista”. 

Mineração e siderurgia

O Credit Suisse revisou o setor de mineração e siderurgia, mantendo a Gerdau (GGBR4) como top pick com um preço-alvo de R$ 16,00 por ação, enquanto manteve a recomendação neutra para a Vale (VALE3;VALE5), com preço-alvo de US$ 7 por ADR. Já a CSN (CSNA3) seguiu com a recomendação underperform, com uma pequena elevação do preço-alvo de R$ 8,00 para R$ 9,00.

Conforme destaca o Credit, os próximos oito trimestres devem trazer boas notícias para a Gerdau, enquanto a demanda de aço deve bater o fundo no primeiro semestre de 2017. “Os preços de aços longos estão sendo ajustados acima da inflação e acreditamos em um crescimento de volume de aço no Brasil de cerca de 7,5% na base de comparação anual. O volume em dólar deve ser uma das maiores surpresas positivas e deve ser suportado por ganho de share e aumento de mercado”.

BR Properties (BRPR3)

O Itaú BBA elevou a recomendação das ações da BR Properties para compra com preço-justo de R$ 10,60, destacando que o baixo desempenho da ação parece injustificado quando comparado com os de fundos imobiliários brasileiros, especialmente considerando que a companhia é um dos players que mais se favorece em um cenário de queda de taxa de juros. 

CCR (CCRO3)

A CCR precifica nesta quinta-feira oferta de ações. No final de janeiro, a companhia confirmou que iria se capitalizar com o objetivo de financiar uma nova rodada de investimentos. O conselho de administração da companhia aprovou a oferta pública de distribuição primária com esforços restritos de, inicialmente, 221,2 milhões de ações ordinárias, nos mercados de Brasil e Estados Unidos. Pela cotação dos papéis na quinta-feira (26), de R$ 15,82, o montante da oferta ficaria em torno de R$ 3,5 bilhões.

Usiminas (USIM5)
O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu hoje, por 3 a 0, que a Ternium não precisa fazer uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) na Usiminas, segundo informou o jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

A decisão contraria um pedido da CSN, que reclamou da mudança de controle na empresa quando a Ternium comprou parte das ações de controle da Usiminas. A decisão da Justiça reforça o entendimento da CVM, que, em dezembro do ano passado, afirmou que não houve mudança de controle.

Construtoras

O governo federal estuda estabelecer multa de 25 por cento do valor já pago além da entrada do imóvel em caso de distrato, como é chamado a desistência de unidade vendida na planta, mas com valor limitado a 10 por cento do valor do contrato, afirmou uma fonte da equipe econômica com conhecimento direto do assunto nesta quarta-feira à agência Reuters. 

A fórmula consiste numa solução equilibrada para uma queda de braço entre construtoras –que queriam o valor do contrato como base de cálculo para a multa–, e os consumidores, que defendiam que penalidade incidisse apenas sobre o montante já desembolsado no âmbito do financiamento do imóvel novo, disse a fonte. O projeto de lei sobre o tema, que segue sendo analisado pelo governo, busca dar referência legal a uma prática que saltou nos últimos anos, na esteira da recessão econômica. Segunda a fonte, o percentual de distratos gira em torno de 42 por cento hoje, ante cerca de 20 por cento em 2013.

Para dar previsibilidade para as companhias e fôlego para que terminem o projeto imobiliário, a devolução ao consumidor do saldo remanescente –diferença entre o total pago, menos a multa — será feita apenas em até 30 dias após a conclusão da obra.

 Copel (CPLE6)

A Copel informou que o total de energia vendida caiu 0,4% no quarto trimestre de 2015 na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo o Santander, este é mais um conjunto de resultados operacionais fracos no período, com baixos volumes no mercado cativo e na energia vendida da unidade Araucaria”. No entanto, uma melhor estratégia de alocação adotada pela unidade de geração e as vendas de energia excedente da unidade de distribuição no mercado spot poderiam ajudar, segundo a opinião dos analistas. 

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.