UBS vê alta de 40% da Petrobras e mais 4 recomendações; chinesa conclui compra da CPFL e outras 10 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (24)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário desta terça-feira é bastante movimentado. O destaque fica para a revisão de recomendações, com destaque para a elevação do preço-alvo da Petrobras pelo UBS, vendo potencial de valorização de 40%, enquanto o Credit rebaixou Eletropaulo e BTG Pactual rebaixou Suzano. Destaque ainda para a CPFL: a chinesa State Grid fechou contrato de compra da empresa de energia por R$ 14,19 bilhões. Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (24):

Petrobras (PETR3;PETR4)
O UBS manteve a sua estimativa para o petróleo em 2017 a US$ 60 o barril, mas cortando a estimativa para 2018 de US$ 70 para US$ 65 o barril. Mesmo em meio às revisões para baixo, o banco manteve a Petrobras como top pick do setor, destacando a forte redução de ativos e do capex e geração de caixa em 2016, além da política de preços com melhor visibilidade. Desse modo, os analistas do banco esperam que haja um potencial de valorização de mais 40% para a ação. 

O preço-alvo para os ativos PN foi elevado de R$ 21,30 para R$ 22,50, o que representa um potencial de valorização de 40,71% em relação ao fechamento da véspera. Já o preço-alvo para os ativos ON passou de R$ 21,00 para R$ 22,20, o que representa um upside de 23,47%. 

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Ainda em destaque, a Petrobras é processada por grupo de investidores na Holanda. O processo foi aberto na última segunda-feira por grupo de investidores institucionais que sofreram perdas com investimentos na Petrobras, segundo comunicado distribuído pelo serviço Business Wire.

O grupo representa investidores que compraram títulos da Petrobras no Brasil e no exterior por meio de transações que não estão cobertas pelos processos abertos nos EUA

“Processo de 172 páginas alega que, quando anos de esquemas de fraude e suborno complexos orquestrados pela administração e funcionários da Petrobras foram finalmente revelados ao público em 2014, os investidores perderam bilhões de dólares, euros e reais, resultando em significativas baixas contábeis e quedas vertiginosas nos preços das ações da Petrobras”, segundo o comunicado.

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Além disso, em nota divulgada na segunda, a Petrobras fez uma defesa enfática da sua escolha de lançar uma licitação com 30 empresas estrangeiras para disputarem uma obra no Comperj. Segundo a empresa, a recuperação da economia “passa pela retomada de investimentos e geração de empregos”.

“As discussões sobre as melhores políticas para alcançar esse consenso são sempre bem-vindas, mas argumentos simplistas sobre uma inexistente preferência por empresas estrangeiras versus empresas brasileiras nessa retomada não colaboram, além de serem desrespeitosos aos milhões de brasileiros que neste momento buscam trabalho”, afirma a nota da estatal. A Petrobras diz que a Constituição “não diferencia empresas de acordo com a origem de seu capital”. 

A estatal chegou a comparar o caso com o que ocorre no setor automotivo, que no país é formado por empresas estrangeiras com fábricas locais. “Criticar a Petrobras por convidar empresas estrangeiras para retomar as obras de escoamento de gás do pré-sal que serão feitas no Comperj, no Rio de Janeiro, é tão absurdo quanto dizer que todos nós dirigimos carros importados fabricados em São Bernardo, Betim ou Resende por empresas que estão estabelecidas no Brasil há décadas”, afirma a nota.

Ainda no noticiário, a Petrobras informou que obteve na Justiça a autorização, por meio de um recurso junto ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região, para poder retomar a venda de concessões de petróleo em águas rasas no Ceará e Sergipe.

A Petrobras afirmou, no entanto, que a assinatura dos contratos depende de um pronunciamento do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre ajustes solicitados na sistemática de desinvestimentos da companhia, que a empresa espera concluir “no menor prazo possível”, segundo fato relevante publicado pela estatal.

CPFL Energia (CPFE3)
A CPFL Energia anunciou na segunda-feira (23), o fechamento do contrato para que a State Grid assuma o controle da companhia. A companhia chinesa adquiriu as participações da Camargo Correa, da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), da Fundação Cesp, da Fundação Sistel, da Petros, da Petrobras, e da Sabesprev, da Sabesp. Fazem parte do negócio 556.164.817 ações ON da CPFL Energia, que representam aproximadamente 54,64% do capital total da companhia.

O preço pago à vista foi de R$ 25,51 por ação, equivalente a R$ 14,19 bilhões. Foi também fechada a aquisição da CPFL Renováveis, controlada pela CPFL Energia, pelo valor de R$ 12,20 por ação, ou R$ 3,17 bilhões. Hoje, CPFL ON fechou cotada a R$ 25,39, enquanto CPFL Renováveis ON encerrou com o preço de R$ 11,98. Por conta da mudança de controle na companhia, a State Grid deverá realizar uma oferta pública para aquisição de ações (OPA, na sigla em inglês), tanto para a CPFL Energia quanto para a CPFL Renováveis. Os preços por ação na oferta serão os mesmos pagos aos controladores, ou seja, R$ 25,51 no caso da CPFL Energia, e R$ 12,20 por ação da CPFL Renováveis.

Em Fato Relevante, a CPFL informa que a State Grid estuda a possibilidade de fechar o capital das duas companhias. No mesmo comunicado, a CPFL informa que houve renúncia de membros titulares e suplentes do Conselho de Administração da companhia. Renunciaram os conselheiros Murilo Cesar Lemos dos Santos Passos, Francisco Caprino Neto, José Florêncio Rodrigues Neto, Decio Bottechia Junior, Arnaldo José Vollet, Martin Roberto Glogowsky, Fernando Luiz Aguiar Filho, Roberto Navarro Evangelista, Livio Hagime Kuze, Fernando Manuel Pereira Afonso Ribeiro, Heloisa Helena Silva de Oliveira e Carlos Alberto Cardoso Moreira. Houve renúncias também no conselho fiscal da CPFL Energia. 

De acordo com o Itaú BBA, a expectativa é de que a State Grid realize um aumento de capital na CPFL para reduzir o endividamento da empresa e posicioná-la como um dos consolidadores naturais no segmento de distribuição. A CPFL “provavelmente participará da privatização dos ativos de distribuição da Eletrobras e poderá até considerar ativos como a Eletropaulo e a Light”. 

“Observamos que poderia haver uma leitura positiva para essas empresas, uma vez que ambas são negociadas abaixo do que vemos como múltiplos justos de M&A”, afirmam os analistas. O Itaú BBA aponta que a “State Grid é agora um dos maiores players privados e estrangeiros do setor e acreditamos que a CPFL continuará a desempenhar um papel importante no mercado brasileiro de serviços públicos”. “Agora esperamos que a State Grid realize uma Oferta Pública de Aquisição das ações remanescentes de minoritários”

“Acreditamos que a maioria dos acionistas minoritários aceitará a oferta”, destacam os analistas. “Considerando um período de 45 dias entre o anúncio e a oferta, esperamos um preço de fechamento para os acionistas minoritários de R$ 26,07 por ação, o que implica um desembolso adicional de R$ 8,5 bilhões”. 

Eletropaulo (ELPL4)
O Credit Suisse rebaixou a recomendação das ações da Eletropaulo de neutra para underperform (desempenho abaixo da média), com preço-alvo de R$ 10,00 por ação. 

Papel e celulose
O BTG Pactual revisou o setor de papel e celulose, destacando esperar surpresas positivas para este ano ao ver um melhor cenário para os exportadores de celulose agora. A Suzano (SUZB5) é a top pick do setor, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 14 para R$ 18. A Fibria (FIBR3) também tem recomendação de compra, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 28 para R$ 38. Já a Klabin (KLBN11) teve o preço-alvo inalterado em R$ 19,00, com a recomendação sendo rebaixada para neutra.  

Ainda no setor, a Suzano autorizou a celebração de um empréstimo de R$ 260,2 milhões junto ao Banco do Brasil.

Ultrapar (UGPA3)
Os acionistas da holding Ultrapar, reunidos em assembleia geral extraordinária nesta segunda, aprovaram a compra pela subsidiária Ultragaz da Liquigás, distribuidora de gás de cozinha da Petrobras. O contrato de compra e venda foi firmado pelas companhias em 17 de novembro de 2016, por R$ 2,8 bilhões, e a operação está sujeita a outras condições precedentes.

Rodobens (RDNI3)
A construtora Rodobens divulgou sua prévia operacional reportando que seus lançamentos no quarto trimestre de 2016 somaram R$ 18 milhões. No ano passado, a empresa mais que dobrou o valor em lançamentos, para R$ 273 milhões. Segundo a empresa, o desempenho melhor no segundo semestre foi resultado da força tarefa implementada de junho a dezembro, com o objetivo de comercializar os estoques.

As vendas brutas totais atingiram R$ 173 milhões nos três últimos meses do ano, um aumento de 40% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. No acumulado do ano, o volume vendido somou R$ 365 milhões, queda de 5,3%.

Ouro Fino (OFSA3)
A Ouro Fino Saúde Animal anunciou um programa de recompra de até 1,5 milhão de ações, o equivalente a 6,3% do papéis em circulação no mercado. A validade será de um ano. Em fato relevante, a Ouro Fino informou que a recompra de ações visa a “maximização da geração de valor” aos acionistas da empresa veterinária.

Advanced Digital Health (ADHM3)
Vale lembrar que nesta segunda-feira, as ações da Advanced – antiga Vitalyze.Me – passou a ser negociada agrupada na razão de 4 para 1. Com isso, os papéis desabaram 19,19%, cotados a R$ 3,62, após uma forte alta nos últimos dias, com os papéis acumulando ganhos de 410% nos últimos sete dias. O volume financeiro ficou acima da média de 21 dias (R$ 531,1 mil) e fechou em R$ 926,4 mil.

IPO da Odebrecht
Segundo o Valor Econômico, a construtora
Odebrecht organiza a saída da família que controla a empresa e planeja abrir seu capital em 2018. O presidente da companhia, Newton de Souza, se recusou a comentar os planos de negócio do grupo, mas confirmou que não haverá mais integrantes da família que dá nome à empresa nem na presidência dos conselhos nem na presidência executiva. Ainda segundo a reportagem, depois que Emílio Odebrecht deixar a presidência do colegiado da holding Odebrecht, dentro de cerca de 2 anos, somente profissionais deverão ser indicados pela família.

Oi (OIBR4)
A companhia de telecomunicações apresentou relatório mensal com as informações consolidadas das empresas do grupo que estão em recuperação judicial referente a novembro. Somando os desempenhos de OI S.A., Telemar Norte Leste, Oi Móvel, Compart4, Compart5, PTIF e Oi Coop, foi registrado prejuízo de R$ 1,394 bilhão no penúltimo mês do ano passado, ante lucro de R$ 689,647 milhões em outubro. O resultado financeiro ficou negativo em R$ 2,076 bilhões, ante R$ 803,549 milhões positivos em um mês antes. Já as despesas operacionais ficaram em R$ 510,878 milhões, 29,76% acima das despesas registradas em outubro.

JBS (JBSS3)
A unidade do frigorífico no Paraguai registrou alta de 12% no volume de carne bovina exportada in natura em 2016 ante o ano anterior. A companhia informa que 85% de toda a produção no país vizinho é destinada a exportações, que tem como principais destinos países da América Latina, Ásia e Europa.

Prumo Logística (PRML3)
Acionistas com mais de 10% de participação na companhia enviaram correspondência solicitando a convocação, pelo conselho de administração, de assembleia geral para deliberar sobre a realização de nova avaliação para determinação do valor das ações da companhia.

(com Agência Estado, Bloomberg e Reuters)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.