Ibovespa tem 6ª alta em sete pregões, dispara 8% e encosta nos 62 mil pontos

Na volta das negociações nas principais bolsas mundiais, índice teve dia de recuperação após queda na véspera puxado por boas notícias na China

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após abrir o novo ano em queda em uma sessão de baixo volume financeiro na véspera, o Ibovespa teve um pregão de recuperação nesta terça-feira (3), com um volume mais forte e a “volta” do investidor estrangeiro após dois pregões. O benchmark da bolsa brasileira fechou com forte valorização de 3,73% – maior alta diária desde 7 de novembro -, aos 61.813 pontos, registrando sua sexta alta em sete pregões, em seu maior fechamento desde 30 de novembro, quando atingiu os 61.906 pontos. Desde o dia 22 de novembro, quando iniciou este rali, o índice já subiu 8%, ou cerca de 4.500 pontos. O volume financeiro nesta sessão ficou em R$ 7,442 bilhões.

Segundo Ari Santos, trader da H. Commcor, o dia tranquilo no cenário político e a ausência de grandes notícias por aqui acabaram ajudando a aliviar o ambiente de negócios, favorecendo para o bom humor do mercado. Além disso, a volta do investidor estrangeiro após dois pregões também ajuda: “hoje o volume na Bolsa já foi bem melhor que nos últimos dias, o que é mais uma sinal positivo”, explica o trader ressaltando que a bolsa acentuou ganhos após a abertura de Wall Street, o que reforça a ideia de que os estrangeiros ajudaram na alta desta sessão.

Um dos fatores que mais favoreceram o mercado hoje foi a divulgação dos dados de manufatura da China apontando para a resiliência econômica do gigante asiático. O PMI Caixin de manufaturas de dezembro subiu inesperadamente para 51,9 ante estimativa de 50,9, o que também impulsionou as commodities e leva ações como a Vale e siderúrgicas para fortes ganhos.

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Mais cedo, ajudava o mercado também a alta de mais de 2% do petróleo, com o barril WTI superando os US$ 55 pela primeira vez desde julho de 2015. A empolgação vinha das novidades envolvendo cortes de produção do Kuwait, que foram vistos como sinal de que os membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) vão reduzir a extração, como previsto em acordo. Por outro lado, a commodity virou durante a tarde em meio à notícia de alta na produção na Líbia.

Por aqui, os contratos de juros futuros fecharam em alta, com os DIs com vencimento em janeiro de 2018 saltando 2 pontos-base, a 11,46%, e os papéis com vencimento em janeiro de 2021 tendo ganhos de 5 pontos-base, a 11,24%. Já os contratos de dólar futuro com vencimento em fevereiro apresentaram variação negativa de 0,71%, sinalizando cotação de R$ 3,291, ao passo que o dólar comercial recuou 0,59%, cotado a R$ 3,2609 na compra e R$ 3,2624 na venda.

Destaques da Bolsa
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) registraram forte alta na sessão de hoje, apesar da virada do petróleo, com os investidores de olho nas notícias sobre a oferta da commodity no mercado internacional. O barril tipo WTI havia superado os US$ 55 pela primeira vez desde julho de 2015 durante a manhã após cortes de produção do Kuwait, mas virou para queda em meio à notícia de alta na produção na Líbia.

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Conforme aponta Ari Santos, há rumores no mercado de que a Petrobras irá elevar os preços dos combustíveis na próxima sexta-feira (6) ou durante o fim de semana. A nova política de preços de combustíveis foi instaurada em outubro e, na época, a estatal destacou que o Grupo Executivo de Mercados e Preços se reuniria uma vez por mês para rever os preços, com base no mercado internacional. Já ocorreram três reuniões, com duas decisões de queda dos preços de diesel e gasolina e uma alta em dezembro.

As ações da Vale (VALE3; VALE5) e Bradespar (BRAP4) – holding que detém participação na mineradora – subiram forte também, seguindo os dados positivos do PMI Caixin de manufaturas China. Em dezembro, o indicador subiu inesperadamente para 51,9 ante estimativa de 50,9. Ainda no radar da mineradora, o Itaú BBA afirmou ver o quarto trimestre da Vale ajudado por preço de minério e metais. O Ebitda da Vale no período poderia alcançar US$ 4,5 bilhões, acima dos US$ 3,0 bilhões no terceiro trimestre, ajudado pelo aumento de preço do minério de ferro e de outras commodities, segundo relatório com cálculos preliminares de analistas liderados por Marcos Assumpção.

Acompanharam o movimento das ações da Vale as siderúrgicas, com Metalúrgica Gerdau (GOAU4), Gerdau (GGBR4), CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5). No radar, o Itaú BBA vê as siderúrgicas anunciando nova rodada de reajustes. “As empresas de aço podem anunciar uma nova rodada de aumentos de preços, possivelmente levando a reações positivas nas ações”, segundo relatório de analistas liderados por Marcos Assumpção.

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As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CYRE3 CYRELA REALTON 11,15 +8,46 +8,57 35,81M
 CPLE6 COPEL PNB 29,23 +7,46 +6,83 32,11M
 PETR3 PETROBRAS ON 17,58 +6,35 +3,78 172,89M
 SMLE3 SMILES ON EJ 46,97 +5,81 +5,08 22,20M
 PETR4 PETROBRAS PN 15,50 +5,73 +4,24 599,58M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 EQTL3 EQUATORIAL ON EJ 54,64 -0,20 +0,44 67,68M
 FIBR3 FIBRIA ON 32,06 -0,16 +0,53 53,99M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

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 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 15,50 +5,73 599,58M 481,27M 37.184 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN EDJ 34,95 +4,24 576,42M 374,02M 31.882 
 VALE5 VALE PNA 24,11 +5,51 424,22M 414,87M 25.809 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 30,00 +4,23 399,28M 235,51M 31.641 
 BVMF3 BMFBOVESPA ON EJ 16,95 +4,12 232,86M 138,13M 21.343 
 BBAS3 BRASIL ON 28,80 +4,58 216,15M 161,97M 16.158 
 PETR3 PETROBRAS ON 17,58 +6,35 172,89M 139,58M 16.501 
 HYPE3 HYPERMARCAS ON 26,90 +2,79 161,20M 58,05M 16.035 
 ABEV3 AMBEV S/A ON EJ 16,64 +2,02 150,78M 177,90M 17.776 
 CTIP3 CETIP ON EJ 45,00 +1,35 147,50M 64,14M 6.382 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Noticiário político
Em destaque no noticiário político, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, reafirmou na segunda-feira que a reforma da Previdência enviada pelo governo (PEC 287/16) deverá ser aprovada até o final de março na Câmara e terá a votação concluída até junho no Senado. A proposta de emenda à Constituição foi aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) em dezembro. Segundo ele, a medida é essencial para equilibrar o orçamento do sistema previdenciário, evitando casos de insolvência como no Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

“Com uma projeção de crescimento de despesa da União sem receita, eu tenho certeza de que a maioria absoluta da Câmara dos Deputados vai ter condição de aprovar essa matéria; tenho convicção de que a Casa vai cumprir seu papel”, ressaltou. Para Maia, a medida terá impacto direto na redução da taxa de juros, que, em sua opinião, cairia para menos de 10% nos meses seguintes à aprovação, sem necessidade de intervenção do Banco Central.

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Especial InfoMoney: Entrevista
Dando continuidade ao guia Onde Investir 2017, o InfoMoney publica nesta terça-feira uma entrevista exclusiva com o ex-ministro da Fazenda e economista Maílson da Nobrega. Para ele, houve uma expectativa excessiva sobre o pós-Dilma: “todo mundo errou”. No entanto, ele não demonstra-se preocupado com as projeções atuais, que empurram a recuperação do Brasil para cada vez mais perto de 2018. O grande objetivo de Temer será o de colocar o trem de volta aos trilhos.

Questionado se o Brasil corre algum risco, ele foi direto: “Eleger um candidato típico aventureiro, como Ciro Gomes e Jair Bolsonaro” (clique aqui para conferir a entrevista na íntegra).

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.