Reações ao anúncio bilionário da Petrobras, “iminente” pedido de recuperação judicial da PDG e mais 14 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (22)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os próximos dias prometem ser de menor liquidez para a Bovespa em meio à proximidade das festas de fim de ano, mas o noticiário corporativo é bastante movimentado. Em destaque, está o anúncio da Petrobras de acordo com a Total, duas recomendações de ações, uma possível recuperação judicial da PDG e venda de ativos da Hypermarcas. Confira os destaques desta quinta-feira (22):

Petrobras (PETR3;PETR4)
A Petrobras informou na quarta-feira que fechou acordo estimado em 2,2 bilhões de dólares com a petroleira francesa Total, envolvendo cessão de direitos em áreas no pré-sal, compartilhamento de terminal de regaseificação, transferência de fatias em térmicas, entre outros negócios.

O montante inclui entrada de caixa de 1,6 bilhão de dólares após conclusão da operação, o que deve demorar cerca de 60 dias, além de pagamentos contingentes e um carrego de investimentos no desenvolvimento da produção de ativos comuns às duas empresas.

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O montante será pago pela Total à Petrobras e suas subsidiárias. Com o acordo, a Petrobras já cumpriu cerca de 13 bilhões de dólares do plano de desinvestimentos para o biênio 2015-16, de 15,1 bilhões de dólares.

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse a jornalistas que a empresa trabalhará para atingir a meta de desinvestimentos até o fim de 2016. Ele disse ainda que o acordo com a Total é de cooperação e parceria, e por isso não pode ser considerado apenas como uma operação de desinvestimento.

O acordo foi avaliado positivamente por analistas de mercado. Segundo o Santander, a materialização do acordo coloca a Petrobras perto de suas metas importantes de desinvestimento e desalavancagem, além de ajudar a reduzir investimentos futuros em capex. Já o Bradesco BBI avalia que o acordo seja o primeiro de vários outros nas atividades de transporte e distribuição de produtos. Já o Itaú BBA aponta que, mesmo se a Petrobras não cumprir o guidance de desinvestimento, “o que acreditamos ser possível, dada a proximidade do encerramento do exercício, consideramos que a administração foi bem-sucedida no programa de venda de ativos”. 

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Universidades
O MEC divulgou as regras de seleção dos estudantes a serem financiados com recursos do Fundo de Financiamento Estudantil no primeiro semestre de 2017.

Poderá se inscrever no Fies o estudante que tenha participado do Enem e obtido média aritmética nas provas igual ou superior a 450 pontos e nota na redação superior a zero, além de possuir renda familiar mensal bruta per capita de até 3 mínimos. O número de vagas a serem ofertadas no âmbito do Fies será distribuído de acordo com o conceito do curso obtido no âmbito do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – Sinaes. 

Até 50% das vagas, irão para cursos com conceito cinco; até 45% das vagas, para cursos com conceito quatro; até 30%, para cursos com conceito três; até 25%, para cursos cujos atos regulatórios mais recentes sejam de “autorização”. A portaria com regras está no Diário Oficial.

De acordo com o BTG Pactual, o edital veio sem grandes novidades e reitera visão positiva para o setor, com a Kroton (KROT3) seguindo como top pick. 

PDG (PDGR3)
De acordo com fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, a PDG vai entrar com pedido de recuperação judicial em janeiro. Com dívida total estimada em cerca de R$ 7,5 bilhões, a necessidade do pedido de proteção da Justiça contra credores ficou mais evidente depois de a companhia informar ao mercado, na noite de terça-feira, que não vai pagar juros relativos a debêntures (títulos de dívida) emitidas.

 Hypermarcas (HYPE3)
O grupo brasileiro de produtos farmacêuticos Hypermarcas decidiu vender a divisão de fraldas para a belga Ontex por cerca de 1 bilhão de reais em dinheiro, disse uma fonte para a Reuters com conhecimento da operação.

A Ontex confirmou nesta quinta-feira que as conversas para possível aquisição dos negócios estão em estágio avançado, mas ressaltou não haver garantias de que a transação vai se materializar.

De acordo com a fonte, que pediu o anonimato porque os termos do negócio permanecem confidenciais, o anúncio de venda pode sair ainda nesta quinta-feira. Um executivo de relações públicas da Hypermarcas não comentou imediatamente o assunto. Segundo o Credit Suisse, se a transação ocorrer, seria uma surpresa positiva para o mercado já que não havia um timing claro para a transação. 

Gol (GOLL4)
A Gol anunciou nesta quinta-feira que estima uma queda de até 2% na oferta total, com reduções entre 3% e 5% no número de assentos vendidos e também no volume de decolagens, segundo relatório com as perspectivas financeiras preliminares para 2017. De acordo com o documento, a taxa de ocupação média dos voos deve variar de 77% a 79%, enquanto a margem Ebit (Lucro antes de juros e imposto de renda) deve ficar entre 5% e 7%.

A companhia destaca porém que as projeções podem mudar, dependendo do desempenho da economia. “Em função da volatilidade do cenário macroeconômico brasileiro, estas perspectivas financeiras para o ano de 2017 poderão ser ajustadas visando incorporar a evolução de seu desempenho operacional-financeiro e eventuais mudanças nas tendências de crescimento de PIB, taxa de juros, câmbio, e preço do petróleo (WTI e Brent)”.

OSX (OSXB3)
A OSX informou que Mauro Lúcio de Abreu não será mais o Diretor Financeiro e de Relações com Investidores da companhia a partir de janeiro. Em fato relevante divulgado na noite desta quarta-feira (21), a empresa informa que Abreu segue no cargo até 31 de dezembro e uma nova reunião do Conselho de Administração ainda será convocada para a escolha de um substituto “tão logo existam candidatos qualificados para tanto e com a previsão de remuneração compatível com a Companhia”. Se os cargos não forem ocupados até lá, o atual Diretor Presidente, Eduardo Meira Farina, acumulará a função de Diretor de Relações com Investidores, como prevê instrução da CVM (Comissão de Valores Imobiliários)

Cosan (CSAN3)
A Cosan vai recomprar até 4 milhões de ações ordinárias até 21 de dezembro de 2017. O montante representa 0,98% da quantidade total de papéis da companhia. As instituições financeiras que vão intermediar as recompras são o Credit Suisse e o Bradesco.

Cemig (CMIG4)
O Conselho de Administração da Cemig, em reunião realizada ontem, definiu a destituição, a partir da quinta-feira, 22, de Mauro Borges do cargo de diretor-presidente da estatal, e de Fabiano Maia Pereira como Diretor de Finanças e Relações com Investidores. No lugar de Borges, foi nomeado Bernardo Afonso Salomão de Alvarenga, que completará o mandato previsto para o cargo. Para a diretoria de Finanças e Ri, foi nomeado Paulo Roberto Castellari Porchia.

Porchia assumirá também o cargo de Diretor vice-presidente da Cemig. Além disso, o conselho nomeou Dimas Costa como Diretor de Gestão Empresarial. Ele vai exercer a função juntamente com a de Diretor Comercial, que ocupa atualmente.

Energisa (ENGI11)
O Itaú BBA iniciou a cobertura para as units da Energisa com recomendação outperform e preço-alvo de R$ 24 por ativo. “A Energisa tem se provado um dos players privados mais eficientes no setor de distribuição, com treze subsidiárias espalhadas pelo país”, ressaltam os analistas, apontando que os próximos anos para a empresa devem indicar um momentum positivo para os lucros.

Klabin (KLBN11)
Os analistas do Itaú BBA rebaixaram a recomendação para a Klabin de outperform para marketperform e mantiveram o preço-alvo de R$ 20,00 para os ativos para 2017. Segundo eles, a ação é uma “história para 2018” apontando que, apesar do momentum fraco no curto prazo, a empresa continua a ter uma boa perspectiva no médio prazo. 

TIM Participações (TIMP3)
O Itaú BBA revisou as suas estimativas após os resultados do terceiro trimestre da TIM, destacando ainda uma tendência mais construtiva no curto prazo para a companhia. Os analistas reiteraram recomendação marketperform e possuem preço-alvo de R$ 9.

JHSF (JHSF3)
A JHSF comunicou que concluiu a venda de 100% das ações da Companhia Metro Norte, que detém o Shopping Metro Tucuruvi, para a REC 2015 Empreendimentos e Participações.

O valor final da operação, segundo Fato Relevante divulgado pela companhia, foi reduzido em aproximadamente 5%, totalizando R$ 418,1 milhões, que serão utilizados, segundo a companhia, no aprimoramento da estrutura de capital.

Light (LIGT3)
A Light entrou com pedido de falência da SuperVia, empresa que opera o serviço de trens urbanos na região metropolitana do Rio, por causa de uma dívida de R$ 38 milhões. O pedido foi feito à Justiça do Rio na tarde de ontem, 19. O caso foi distribuído para a 4ª Vara Empresarial do Rio.

Segundo a Light, o débito foi formado depois de a concessionária de trens ter assinado um parcelamento da dívida em juízo no primeiro semestre deste ano. Ainda de acordo com a empresa, o parcelamento de cerca de R$ 1 milhão por mês está sendo pago, no entanto, a conta normal de consumo mensal não é quitada há quatro meses.

O consumo de energia da SuperVia equivale ao fornecimento para todo o Leblon, bairro na zona sul do Rio, ou todo o município de Nilópolis, de acordo com a distribuidora. A Light diz que cumpriu todos os procedimentos de cobrança e regulatórios anteriores ao pedido de falência, bem como realizou diversas reuniões com a SuperVia em busca da efetiva regularização do fluxo de pagamentos. “A empresa adotou esta medida após esgotar todas as possibilidades de negociação”, diz em comunicado.

Já a SuperVia informa que não recebeu qualquer notificação a respeito deste tema e vê com surpresa a manifestação pública da Light “uma vez já está marcada para o próximo mês audiência de conciliação entre a concessionária , a distribuidora de energia e o governo do estado do Rio de Janeiro para uma negociação entre as partes”.

Natura (NATU3)
A agência de classificação de risco S&P rebaixou o rating da Natura de “BBB-” para “BB+”, retirando assim o grau de investimento da companhia. Na escala nacional, o rating foi rebaixado de “brAAA” para “brAA”. Em ambas as escalas, as notas foram mantidas sob perspectiva negativa.

Segundo a S&P, o corte reflete a fraca performance operacional da Natura em 2016 e a expectativa de uma recuperação apenas moderada em 2017. A agência cita volume de vendas fraco no Brasil, principal mercado da companhia; aumento da necessidade de capital de giro; enfraquecimento no fluxo de geração de caixa e, consequentemente, na relação entre recursos da operação e dívida, de 34,6% nos 12 meses findos em 30 de setembro.

Duratex (DTEX3)
A Duratex informou que sua controlada Duratex Florestal concluiu uma captação de 700 milhões de reais a uma taxa de 98 por cento do CDI, com prazo de 6 anos, com pagamento de juros semestrais e de principal ao final do período.

PetroRio (PRIO3)
A PetroRio fechou a aquisição, por meio de uma de suas subsidiárias, dos 23,19% detidos pelo Goldman Sachs na Brasoil, companhia holding que detém indiretamente participação de 10% sobre os direitos e obrigações do contrato de concessão do Campo de Manati, que, por sua vez, produz atualmente 4,1 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Além da participação no Campo de Manati, outros ativos relevantes da Brasoil incluem a participação indireta de 100% nas concessões do Campo de Pirapema.

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.