Minério de ferro dispara 6,5% e Vale sobe em NY; veja os 5 assuntos que agitarão esta terça-feira

Veja o que de mais essencial você precisa saber antes de começar a operar nesta terça-feira

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Depois de uma disparada de 1,85% do Ibovespa, que atingiu os 61.070 pontos, e uma queda de 1% do dólar, que chegou a R$ 3,35, a terça-feira promete ser mais uma vez de ânimo para o mercado brasileiro, em meio ao dia positivo no exterior. O petróleo segue em alta com a expectativa de acordo da Opep. Enquanto isso, a agenda política é bastante movimentada. Confira os destaques desta terça-feira (22):

1. Bolsas mundiais
A maior parte dos índices acionários registra ganhos nesta terça-feira, seguindo os recordes de alta em Wall Street e em meio às expectativas de que a Opep alcançará um acordo para cortar a produção de petróleo. Os metais avançam e cobre sobe pelo 2º dia com especulação de que indústria e infraestrutura vão crescer globalmente no ano que vem.

Já o minério de ferro spot (à vista), negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, fechou em alta de 6,48%, passando de US$ 70,34 para US$ 74,90. Com isso, os ADRs da Vale negociados em Nova York sobem 3% no pré-market, para US$ 7,89.

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Na Ásia, os mercados chineses atingiram nova máxima de 10 meses e meio, impulsionados por uma forte alta nas blue-chips, em particular nos setores financeiro e de energia. No restante da região as ações atingiram as máximas de uma semana, embora os investidores tenham se mostrado receosos em buscar preços mais altos até que o presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump escolha sua equipe econômica. Já o dólar tem o segundo dia de queda contra a maior parte das divisas mundiais, mesmo em meio à aposta de que o Federal Reserve subirá os juros atingindo 100%.

Às 09h53, este era o desempenho dos principais índices:

* FTSE 100 (Reino Unido) +0,95%

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* CAC-40 (França) +0,70%

*DAX (Alemanha) +0,50%

* Xangai (China) +0,98% (fechado)

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*Hang Seng (Hong Kong) +1,43% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,31% (fechado)

*Petróleo WTI +0,33%, a US$ 48,40 o barril

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2. Agenda política
A agenda política é movimentada: a proposta de emenda à Constituição (PEC) 55/2016, que institui o teto de gastos públicos para os próximos 20 anos, e a PEC 36/2016, que trata da reforma política, devem voltar a ser alvo de debates no Senado nesta terça-feira. Em sessão extraordinária, pela manhã, o plenário fará um debate temático com economistas sobre a PEC do Teto de Gastos. Depois, volta a discutir a PEC da reforma política e vota o projeto que muda as regras para aplicação do Imposto Sobre Serviços.

Ainda na terça, na segunda sessão do dia, a previsão é que o plenário vote o projeto de lei que reabre o prazo para repatriação de dinheiro enviado ao exterior sem declaração à Receita Federal. O  novo prazo será de 1° de janeiro a 15 de março, e os contribuintes que sonegaram o imposto deverão pagar multa e Imposto de Renda de 17,5%, cada. Se aprovado, o texto seguirá para a Câmara dos Deputados. Também contará prazo para mais uma sessão de discussão da PEC do Teto de Gastos. Assim, ficará faltando apenas a quinta e última sessão antes que a PEC possa ser votada em primeiro turno, o que está previsto para ocorrer no dia 29. 

Ainda na agenda política, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles se reúne com governadores às 15h30 para discutir as saídas para a crise dos estados. Em seguida, eles devem se encontrar com o presidente Michel Temer. Vale destacar que, na véspera, o ministério da Fazenda revisou para baixo as novas projeções econômicas. Este ano a expectativa passou de -3% para -3,5%, enquanto para ano que vem ficou em 1%, ante alta de 1,6% prevista anteriormente.

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3. Agenda de indicadores
Na agenda brasileira, às 9h, o IBGE divulgará a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) contínua do terceiro trimestre, com os dados de emprego. Já o Banco Central revelará a nota do setor externo de outubro, às 10h30. Vale lembrar que, após quatro dias de queda do dólar, o Banco Central não fará leilão de swap tradicional, fazendo apenas rolagem de 19.815 contratos para rolagem às 11h30, com resultado às 11h50. 

Nos EUA, será revelado o dado de vendas de imóveis usados no país referente ao mês de outubro. 

4. Presidente do Uruguai no Brasil
O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, esteve ontem em almoço com empresários e políticos em São Paulo e conquistou boas impressões sobre sua gestão. O representante do país-vizinho se diz de esquerda, mas nem por isso quer o mercado distante de seu governo. Muito pelo contrário: o presidente uruguaio traz na ponta da língua as projeções de crescimento para o país (0,5% neste ano e mais de 1% em 2017), assim como as avaliações de rating pelas agências de classificação de risco.

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“Mantemos o rating BBB da Standard & Poor’s, deixamos de ser importador de energia e passamos a exportador e 90% da energia produzida no Uruguai hoje vem de fontes renováveis”, orgulha-se. Vázquez também falou sobre o futuro do Mercosul, a crise na Venezuela e até a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. Leia mais sobre o evento nesta reportagem.

5. Noticiário corporativo
Em destaque no noticiário corporativo, está a elevação da recomendação das ações do Bradesco pelo Santander de compra para neutra; o banco também reforçou os papéis do Banco do Brasil como top pick do setor após a notícia da reestruturação do banco. A Petrobras informou ter atingido o maior uso de refinarias em quatro meses em outubro. Além disso, destaque para a Suzano, que anunciou novo aumento para o preço da celulose de eucalipto na China. O reajuste será de US$ 20 por tonelada, elevando a US$ 550 a tonelada a cotação de referência  a partir de 1º de dezembro.

(Com Reuters e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.