Os 5 assuntos que agitarão o mercado na volta do feriado

Veja o que de mais essencial você precisa saber antes de começar a operar nesta quarta-feira

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A volta do feriado promete ser bastante movimentada nesta quarta-feira, com o mercado repercutindo a forte volatilidade dos ADRs (American Depositary Receipts) da véspera. Nesta quarta, o mercado também fica de olho na agenda política, com o presidente Michel Temer promovendo um jantar para senadores para angariar apoio à PEC do teto, enquanto o cenário corporativo segue movimentado com a repercussão da reta final da temporada de resultados. Confira no que se atentar nesta quarta-feira (16):

1. Bolsas mundiais
O dia é de leves variações para os mercados mundiais nesta terça-feira. As bolsas europeias variam entre leves perdas e ganhos, enquanto o índice S&P futuro tem ligeira queda, de olho nas perspectivas econômicas do governo Donald Trump. Os mercados seguem repercutindo a expectativa de que o republicano aumente os gastos com infraestrutura e corte impostos para estimular a economia, o que deve impactar a política de juros do Federal Reserve. Agora, a expectativa dos operadores de mercado é de uma alta de 94% dos juros na próxima reunião do Fed. 

Nesta quarta, o membro do Federal Reserve James Bullard afirmou que uma alta da taxa de juros, possivelmente no próximo mês, pode ser suficiente para levar os juros norte-americanos a uma configuração neutra. 

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As bolsas chinesas fecharam estáveis nesta quarta-feira, com as ações de recursos básicos sendo pressionadas por temores de que quedas acentuadas nos mercados futuros de commodities do país poderiam levar os reguladores a apertar os controles para diminuir a volatilidade. Os contratos futuros de minério de ferro na China caíram 9%, recuando acentuadamente pela segunda sessão consecutiva em meio a novas perdas nos preços do aço. O restante dos mercados da região foi sustentado por uma pausa nas vendas generalizadas de títulos globais e pelo fortalecimento do dólar, além de ovas máximas atingidas em Wall Street. O índice Nikkei de Japão teve alta de 1,1 por cento, a máxima de nove meses, graças a um dólar mais forte ante o iene.

Às 08h05, este era o desempenho dos principais índices:

* FTSE 100 (Reino Unido) -0,25%

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* CAC-40 (França) -0,29%

*DAX (Alemanha) -0,33%

* Xangai (China) -0,05% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -0,19% (fechado)

*Petróleo brent -0,32%, a US$ 46,80 o barril

2. Desempenho dos ADRs
Apesar da sessão mais tranquila para as bolsas mundiais, o mercado brasileiro deverá repercutir a forte volatilidade dos ADRs registrada na véspera. O Brazil Titans 20 Dow Jones registrou ontem alta de 2,01%, a 18.703 pontos, puxado pela corrida dos investidores por ativos da Petrobras e bancos, que subiram até 7%. Em meio à euforia, somente 3 empresas figuraram no campo negativo: Vale, penalizada pela derrocada do minério, Gerdau, que se descolou da sua concorrente CSN, e Fibria. Analistas de mercado têm destacado a bolha do minério do ferro, que pode levar a uma forte correção de ações de mineradoras e siderúrgicas após a disparada das últimas sessões. Confira a análise completa clicando aqui

No caso da Petrobras, uma das maiores altas do índice, os papéis reagiram aos preços do petróleo no mercado internacional, que dispararam quase 6% na véspera, em meio às expectativas por um acordo entre os membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para corte de produção. O contrato do WTI teve alta de 5,8%, a US$ 45,81 o barril, enquanto o Brent avançou 5,6%, a US$ 46,93 o barril. 

Empresa Ticker Variação Cotação
Santander BSBR +6,62% US$ 7,89
Petrobras PN PBR.A +5,47% US$ 8,67
Itaú Unibanco ITUB +5,06% US$ 10,59
Cemig CIG +4,66% US$ 2,47
Petrobras ON PBR +4,39% US$ 9,99
Pão de Açúcar CBD +3,39% US$ 16,15
Bradesco BBD +4,24% US$ 8,86
CPFL Energia CPL +3,21% US$ 14,14
Sabesp SBS +3,23% US$ 8,30
TIM TSU +3,12% US$ 12,21
Ambev ABEV +2,99% US$ 5,16
BRF BRFS +2,80% US$ 15,06
Ultrapar UGP +2,04% US$ 19,53
Telefônica Brasil VIV +2,20% US$ 12,21
CSN SID +1,55% US$ 3,27
Embraer ERJ +1,06% US$ 20,94
Copel ELP +0,37% US$ 8,13
Fibria  FBR -2,04% US$ 8,63
Gerdau GGB -3,32% US$ 3,78
Vale ON VALE -4,81% US$ 7,32
Vale PN VALE.P -6,12% US$ 6,75

3. Agenda dos EUA
Na agenda internacional, os EUA contarão com importantes indicadores, como o índice de preços ao produtor de outubro, a ser revelado às 11h30, além dos dados de produção industrial às 12h15. Às 13h30, será revelado o dado semanal de estoque de petróleo, importante balizador para o preço da commodity: é esperada uma alta de 596 mil barris nos estoques americanos. Ontem, foram revelados os dados de venda do varejo no país, que subiram mais que o esperado em outubro ao registrarem avanço de 0,8% no mês passado, também impulsionadas pela demanda por material de construção. Economistas esperavam alta de 0,6% nas vendas em outubro.

Vale ficar atento ainda às falas do presidente do Federal Reserve de Mineapólis, Neel Kashkari, às 10h45, e de Patrick Harker, da Filadélfia, às 20h30. 

4. Agenda doméstica
Na agenda brasileira, destaque para o jantar que será promovido nesta quarta-feira por Michel Temer com senadores em busca de apoio para a PEC do teto de gastos. Vale destacar ainda que, na última segunda-feira, em entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura, o presidente afirmou que o governo irá enviar a Reforma da Previdência ao Congresso ainda este ano. Ele afirmou ainda que o projeto já está todo formatado. A proposta prevê paridade entre aposentadorias de servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada.

Além disso, chama a atenção o relatório do FMI sobre o Brasil. O Fundo avalia que a economia brasileira dá sinais de que está perto de deixar o período de recessão. No entanto, as perspectivas dependem da aprovação de reformas fiscais pelo governo brasileiro.  De acordo com o fundo, a economia brasileira deve começar a se recuperar gradualmente a partir do segundo semestre deste ano com a aprovação de reformas. Para 2017, o FMI projeta crescimento de 0,5% para a economia e queda de 3,3% para 2016.

Por fim, o Banco Central faz oferta de até 10.000 contratos de swap regular das 9:30 às 9:40, resultado às 9:50 e também faz oferta de até 20.000 contratos para rolagem de 1 de dezembro, das 11:30 às 11:40, com resultado a partir das 11:50, em meio à volatilidade do dólar com o efeito Trump. O BC divulga ainda fluxo cambial semanal às 12:30.

5. Noticiário corporativo
O mercado também repercute o movimentado noticiário corporativo, com destaque para a temporada final de balanços, com o JBS registrando lucro líquido 74% menor na comparação anual, para R$ 887 milhões. Além disso, chama a atenção a fala do presidente da Petrobras Pedro Parente, que afirmou em Nova York que a estatal permanecerá fiel à meta de desinvestir 15,1 bilhões de dólares até 2016. Confira mais destaques clicando aqui. 

(Com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.