Ibovespa ganha força no fim, sobe quase 1% e tem primeira alta após eleição de Trump

Em sessão bastante volátil ainda de olho no "efeito Donald Trump", Ibovespa consegue subir forte e se aproximar novamente dos 60 mil pontos

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve um dia de forte volatilidade nesta segunda-feira (14), como tem sido as últimas quatro sessões desde a eleição de Donald Trump para presidente dos EUA. Após chegar a cair 1,46% na mínima do dia e subir 1,31% na máxima, o índice fechou o pregão com ganhos de 0,8%, aos 59.657 pontos. Com isso, a Bovespa encerrou uma sequência de três quedas seguidas após a eleição com uma queda de 7,75% acumulada no período. O volume financeiro desta sessão ficou em R$ 10,569 bilhões.

Enquanto isso, o contrato futuro de dólar com vencimento em dezembro voltou a subir forte, com ganhos de 1,26%, a R$ 3,453. O Banco Central atuou novamente no mercado ao colocar 15 mil contratos de swaps cambial, equivalente à venda da divisa americana no mercado futuro, em meio às condições de mercado. Vale destacar ainda a entrevista do presidente do BC, Ilan Goldfajn, ao jornal La Tercera do Chile. Ele afirmou que o país tem instrumentos para absorver choques e que, além do câmbio flutuante, Brasil tem grande quantidade de reservas internacionais. 

As taxas dos contratos de juros futuros também registram alta em meio à disparada do yield de títulos externos, mas com ganhos menores em relação à abertura. A véspera do feriado doméstico é mais um ponto para deixar mercado apreensivo, já que investidores tendem a se posicionar para eventuais surpresas. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 ficou praticamente estável em 13,72%, enquanto o janeiro de 2018 teve alta de 17 pontos, a 12,50% e o janeiro 2021 teve alta de 40 pontos-base, a 12,39%.

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Cabe ressaltar que, após Trump, as expectativas dos economistas consultados semanalmente pelo BC para a atividade econômica brasileira foram novamente reduzidas para este ano e o seguinte. Conforme aponta o relatório Focus de 11 de novembro, a mediana das projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2016% m foram cortadas, de queda de 3,31% para retração 3,37%, e de 2017, de de alta 1,20% para avanço de 1,13%. 

No caso da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), as expectativas para este ano recuaram de 6,88%, para 6,84%, ao passo que para 2017, tiveram queda de 4,94% para 4,93%. Já para a Selic, as estimativas para a taxa no fim deste ano avançaram de 13,50% para 13,75% e, foram mantidas em 10,75% para 2017. Do lado do câmbio, as apostas para o final deste ano passaram de R$ 3,20 para R$ 3,22 e houve leve avanço para a cotação esperada ao fim do ano que vem, de R$ 3,39 para R$ 3,40.

O mercado de commodities repercutiu ainda os dados econômicos chineses. Após uma disparada de 18,36% na semana passada, o minério de ferro registra queda nesta segunda-feira. O minério de ferro spot (à vista), negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, fechou em queda de 2,56%, a US$ 77,77. As ações da Vale abriram em queda, mas logo viraram para alta em meio à tendência de ganhos para a commodity e a ação PNA sobe cerca de 3%. 

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A economia do gigante asiático mostrou sinais adicionais de estabilização em outubro, como esperado, mas o decepcionante crescimento das vendas no varejo e os temores de tensões comerciais com os Estados Unidos após a vitória de Donald Trump à Presidência estão piorando as perspectivas. O investimento em ativos fixos acelerou ligeiramente e superou as expectativas entre janeiro e outubro, após o governo intensificar os gastos com infraestrutura para dar novo fôlego ao crescimento. Mas uma série de outros indicadores divulgados ao longo da última semana, de exportações a empréstimos bancários, sugerem que o momento econômico pode vacilar nos próximos meses.

Destaques da Bovespa
Já no noticiário corporativo, atenção para os resultados da BM&FBovespa, que viu seu lucro cair para R$ 468,3 milhões, uma baixa de 85%. Enquanto isso, a CSN informou que o prejuízo ao controlador caiu para R$ 137,2 milhões no terceiro trimestre. O balanço foi considerado forte por analistas do Credit Suisse. Por outro lado, eles destacaram as preocupações com o nível de alavancagem da empresa persistem.

A Cemig por sua vez obteve no terceiro trimestre lucro líquido de R$ 433,502 milhões, o que representa um aumento de 159,6% sobre os R$ 166,954 milhões do mesmo período do ano passado. Os números foram considerados fortes por analistas de mercado, caso do BTG Pactual, que apontou números operacionais positivos e boa performance de custos. Porém, a ação segue o movimento das siderúrgicas e registram um dia de baixa. 

Já a produção de petróleo e gás natural da Petrobras no Brasil em outubro somou 2,68 milhões de barris de óleo equivalente (boed), enquanto a produção total, incluindo no exterior, somou 2,81 milhões de boed. Vale destacar que hoje o dia é de queda para a commodity, com o petróleo em baixa superior a 1% após o Irã anunciar aumento de produção. Na última sexta-feira, os papéis PN caíram 9,61%, enquanto os ativos ON tiveram baixa de 5,82%, em meio ao cenário de aversão ao risco com Trump e após o balanço, que praticamente dizimou as chances de pagamento de dividendos e fez as ações PN registrarem queda bem mais expressiva que as ON. Hoje, as ações ficaram entre perdas e ganhos. O petróleo WTI registrou leve alta de 0,28%, a US$ 43,53 o barril, em meio às notícias sobre aumento de produção no Irã. 

Entre os destaques de alta, continuam com ganhos os papéis das exportadoras Fibria e Suzano, enquanto os papéis da Cemig subiram após o balanço. A Cemig obteve no terceiro trimestre lucro líquido de R$ 433,502 milhões, o que representa um aumento de 159,6% sobre os R$ 166,954 milhões do mesmo período do ano passado.

Já o Bradesco teve leves ganhos e deu continuidade a sua recuperação iniciada na sexta-feira, após cair 11,5% em três pregões até quinta-feira. O Itaú Unibanco, por sua vez, ficou próximo da estabilidade, deixando para trás a chance de uma recuperação após cair mais de 9% nas três sessões até sexta-feira, enquanto o Banco do Brasil subiu 3% e ficou entre as maiores altas do dia.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 GGBR4 GERDAU PN 13,35 +10,42 +187,99 244,11M
 USIM5 USIMINAS PNA 4,22 +7,65 +172,26 203,50M
 GOAU4 GERDAU MET PN 5,22 +7,41 +214,46 197,86M
 CSNA3 SID NACIONALON 10,96 +5,18 +174,00 114,05M
 BRAP4 BRADESPAR PN 15,04 +5,17 +201,40 30,52M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ECOR3 ECORODOVIAS ON ED 7,50 -7,98 +50,68 55,03M
 RUMO3 RUMO LOG ON 5,25 -4,72 -15,87 91,04M
 CYRE3 CYRELA REALTON 9,00 -2,39 +23,19 38,30M
 CPLE6 COPEL PNB 27,87 -2,24 +19,75 21,53M
 SUZB5 SUZANO PAPELPNA 12,38 -2,13 -32,32 95,30M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 14,00 -0,07 1,19B 1,10B 102.496 
 VALE5 VALE PNA 24,72 +4,70 669,31M 669,60M 47.114 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 34,44 -0,61 600,87M 521,56M 50.071 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 29,27 +0,72 440,44M 400,88M 50.557 
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 16,75 -1,47 416,00M 221,05M 50.038 
 BBAS3 BRASIL ON 24,42 +2,78 308,18M 291,08M 34.817 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 17,36 -0,52 266,25M 296,18M 53.686 
 PETR3 PETROBRAS ON 16,27 -0,37 249,71M 248,28M 33.663 
 GGBR4 GERDAU PN 13,35 +10,42 244,11M 172,70M 32.384 
 ITSA4 ITAUSA PN 8,57 -0,12 214,09M 216,26M 41.433 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.