Vale dispara 20% em 5 dias, JBS afunda 11%, Natura cai 4% e varejista desaba 30% em 2 pregões

Confira os destaques da Bovespa desta quarta-feira (26)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa amenizou as perdas após dados melhores do que o esperado dos estoques de petróleo nos Estados Unidos, mas não conseguiu engatar uma recuperação. O índice teve leve queda nesta quarta-feira (26), com pressão adicional dos papéis da JBS, que desabaram após anúncio de cancelamento de reorganização societária da empresa. No pior momento do dia, as ações da companhia atingiram queda de 21,03%, a R$ 9,31. Seguiram o movimento outra açao do setor, a Marfrig, que figurou como a segunda maior queda do ídnice. 

Chamou atenção também a forte reação negativa das ações da Natura à notícia de saída de Roberto Lima da presidência, após dois anos e dois meses no cargo. A saída de Lima ocorre antes do esperado e sem um período de transição. 

Do outro lado, as ações do setor de papel e celulose novamente foram os destaques positivos do dia. Os papéis da Suzano subiram até 5% nesta sessão, com possível corte em produção de celulose em 2017. A companhia reportou nesta manhã seu balanço do 3° trimestre. Também dando sequência à temporada de resultados o Santander reportou hoje seus números, mostrando lucro líquido de R$ 1,884 bilhão entre os meses de julho a setembro deste ano. As units do banco registraram alta de até 2,49% nesta sessão. 

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Confira abaixo os principais destaques da Bovespa nesta quarta-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 19,21, +1,27%; PETR4, R$ 18,10, +0,56%)
As ações da Petrobras retomaram alta apesar da queda do petróleo no mercado internacional, depois de falharem na tentativa de recuperação com a divulgação dos dados de estoques dos Estados Unidos, que vieram melhores do que o esperado. 

Segundo dados da AIE (Agência Internacional de Energia), os estoques de petróleo dos EUA caíram em 553 mil barris na semana, contra expectativa de analistas consultados pela Reuters de alta 1,7 milhão de barris. Apesar da “boa notícia”, os preços do petróleo fecharam em queda, após aumentarem as dúvidas se a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) irá cortar sua produção da commodity. O contrato do petróleo Brent recuou 1,8%, a US$ 49,88 o barril, enquanto o WTI caiu 1,6%, a US$ 49,18 o barril.  

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JBS (JBSS3, R$ 10,44, -11,45%)
As ações da JBS amenizaram a derrocada de até 21% registrada nesta manhã. A reação ocorreu após a companhia comunicar que a acionista BNDES Participações manifestou-se contrariamente à proposta de reorganização societária, exercendo o seu direito de veto previsto na Cláusula 4.2 do acordo de acionistas da JBS. Em vista disso, a companhia está cancelando os trabalhos de implementação da Reorganização.

Em teleconferência realizada nesta tarde, o presidente-executivo da JBS, Wesley Batista, disse que uma eventual listagem de ações das operações norte-americanas da JBS está dentro de várias opções que o grupo brasileiro de alimentos poderá avaliar nos próximos meses após o BNDES vetar uma reorganização global da companhia. Questionado em teleconferência por analistas sobre os motivos que levaram o banco de fomento a vetar a transação, o executivo não comentou o assunto. Ele apenas afirmou que o “BNDES entendeu que a proposta de reorganização do jeito que foi apresentada não representava o melhor caminho para a JBS”.

O Bank of America Merrill Lynch optou por rebaixar a recomendação da ação para neutra após a notícia, com preço-alvo caindo de R$ 14,00 para R$ 12,00. O analista Pedro Leduc, do JPMorgan, alertava nesta manhã para significativo “sell off” na ação, em meio à notícia muito negativa e inesperada. Já o estrategista-chefe da XP Investimentos, Celson Plácido, disse que “o BNDES, em princípio, está com uma gestão mais profissional e não vai deixar muita coisa acontecer; é difícil dizer até onde vai o papel”. 

O plano de reorganização foi oficialmente informado ao mercado em 11 de maio deste ano. No dia seguinte ao anúncio, as ações subiram 21%. A ideia era criar uma empresa que reuniria todas as operações internacionais da companhia fora do Brasil, além da Seara Alimentos. A expectativa era que a nova empresa, que se chamaria JBS Foods International, fosse listada na bolsa de Nova York. O grupo esperava concluir a reorganização em novembro.

A JBS Foods International reuniria uma base de ativos que vai da Argentina aos EUA, além de Reino Unido e Austrália. A nova empresa teria 35 bilhões de dólares em receita anual e 115 mil funcionários em mais de quatro continentes.

Natura (NATU3, R$ 32,00, -4,28%)
As ações da Natura caíram forte após a renúncia do CEO Roberto Lima. A companhia informou também que o conselho elegeu João Paulo Brotto Gonçalves Ferreira para ocupar o cargo no lugar de Lima, que deixa a Natura após dois anos. Gonçalves, ocupou vários cargos na empresa, onde está há sete anos, o última deles a vice-presidência de redes, responsável pela área comercial, afirma o documento.

Dado o momento que a companhia está passando, este tipo de mudança não é bem-vinda. A notícia foi totalmente inesperada”, afirma o BTG Pactual.

“Acreditamos que esta é uma má notícia para a empresa, uma vez que ela ainda está implementando sua nova estratégia de digitalização/multicanal. Em nossa opinião, Lima foi responsável por mudar a mentalidade de Natura e construir a nova estratégia baseada em um sistema de distribuição multicanal. Apesar de acreditarmos que o novo líder da equipe tem experiência e energia suficiente para continuar a implementar o novo plano, esperamos que as preocupações dos investidores aumentem após este anúncio”, afirmam os analistas do Santander.

Vivo (VIVT4, R$ 44,80, +3,54%)
As ações da Vivo subiram após a divulgação do resultado. A empresa encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 952,7 milhões, alta de 9,6% na comparação com o mesmo período de 2015. O desempenho melhor reflete o resultado operacional mais forte, em virtude das sinergias com a integração da GVT e a redução dos custos. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia totalizou R$ 3,41 bilhões no período, 8,8% superior ao registrado um ano antes. A margem Ebitda atingiu 31,9%, representando um aumento de 2,3 pontos percentuais frente ao mesmo período de 2015. A receita líquida ficou em R$ 10,69 bilhões, crescimento de 1,1% em bases anuais.

Segundo o BTG, os números foram bons e em linha, confirmando papel como nosso top pick no setor. O destaque fica para a receita de serviços móveis, que mais que compensou a queda (esperada) de receita de serviços fixos. Além disso, a empresa também teve bom desempenho no corte de custos no trimestre, entregando forte aumento de 8,8% na comparação anual no Ebitda para R$ 3,4 bilhões.

Vale destacar que o presidente da companhia, Amos Genish, disse a repórteres em São Paulo que a empresa não está interessada em comprar a Sky. “Não é nosso objetivo comprar mais ativos no Brasil”, afirmou, destacando que a empresa quer “investir no futuro, não no passado. Para mim, o futuro é tornar a empresa mais digital”. Genish ainda afirmou que a transição para novo presidente está indo muito bem e deve ser concluída antes do final do ano, disse ele, que será substituído por Eduardo Navarro de Carvalho no ano que vem. 

Gafisa (GFSA3, R$ 2,64, -2,22%)
Após queda de até 13% nos últimos 2 pregões, o BTG Pactual reforçou o call de compra das ações da Gafisa, que eles ainda veem forte potencial de valorização. “A queda recente foi baseada em uma avaliação de que a ação estaria cara, mas discordamos desse ponto”, comentaram.

Segundo eles, há dois pontos que jogam contra o argumento de que Gafisa estaria cara pós-IPO da Tenda. São eles: a Alphaville é um ativo muito bom, embora (de fato) esteja indo mal operacionalmente; e dado ao valuation “muito amassado” de Gafisa e qualquer 0,1 vez a mais de P/BV (price-to-book) – que busca identificar quando o investidor está pagando além do valor de liquidação da empresa – que se coloque no múltiplo de saída já dá um potencial de alta adicional de cerca de 30%.  

Santander Brasil (SANB11, R$ 25,05, +0,48%)
O Santander Brasil teve leve alta após a divulgação do balanço do terceiro trimestre. O banco teve lucro líquido acima do esperado por analistas, em um resultado apoiado por reprecificação de empréstimos e venda de mais serviços financeiros que compensou o impacto de alta nas provisões para perdas com empréstimos.

O maior banco estrangeiro em operação no país divulgou nesta quarta-feira que lucro líquido gerencial de 1,884 bilhão de reais para o terceiro trimestre, ante resultado positivo no mesmo período de 2015 de 1,7 bilhão. Analistas, em média, esperavam lucro de 1,462 bilhão para os três meses encerrados em setembro, segundo pesquisa da Reuters. O banco teve receitas com prestação de serviços de 3,437 bilhões de reais no terceiro trimestre. Sobre o mesmo período do ano passado, a linha apresentou alta de 17,7 por cento e no comparativo trimestral houve aumento de 3,3 por cento nas receitas.

Mas o índice de inadimplência subiu. O nível de operações de crédito vencidas há mais de 90 dias foi de 3,5 por cento ante 3,2 por cento no mesmo período de 2015 e no segundo trimestre deste ano. Como resultado, as provisões para perdas com crédito subiram 13 por cento sobre o segundo trimestre, para 2,837 bilhões de reais, nível mais alto em mais de três anos. O índice de cobertura, um indicador de reservas disponíveis, caiu 0,1 ponto percentual, para 198,1 por cento, o menor nível deste ano.

A primeira leitura do BTG é de que o resultado do Santander foi bom e melhor do que o esperado com forte NII. “Apesar da base ser mais baixa, o banco tem apresentado os melhores resultados entre os grandes nos últimos trimestres”, afirma o BTG.

Multiplus (MPLU3, R$ 43,99, -6,38%)
A Multiplus viu suas ações afundarem após a companhia ter a recomendação rebaixada pela Santander Corretora de compra para underperform, com o preço-alvo sendo rolado de R$ 39,00 em 2016 para R$ 50,00 em 2017. De acordo com os analistas, em meio à baixa perspectiva de crescimento do lucro por ação e com os múltiplos já esticados, a recomendação é que os investidores embolsem o lucro com os papéis. 

Copasa (CSMG3, R$ 33,24, +1,31%)
A Copasa subiu após ter a sua recomendação elevada para outperform (desempenho acima da média) pelo Itaú BBA. O preço-alvo é de R$ 50,00. O Itaú BBA também manteve a recomendação outperform para a Sabesp (SBSP3, R$ 32,17, -0,37%), com preço-alvo de R$ 45,00. 

Cosan (CSAN3, R$ 41,23, -4,09%)
O UBS elevou o preço-alvo para as ações da Cosan de R$ 43 para R$ 47, mas rebaixou a recomendação dos ativos de compra para neutra após a forte alta dos papéis, o que leve à queda dos papéis. 

Vale (VALE3, R$ 21,77, +1,97%;  VALE5, R$ 20,80, +1,86%)
As ações da Vale subiram após abrirem em queda, chegando a uma baixa máxima de 3,5%. Com isso, os papéis VALE5 renovaram a máxima desde outubro de 2014 e registram um rali de 21% nestas últimas cinco sessões, seguindo o minério de ferro. Nesta quarta, o minério de ferro negociado em Qingdao registrou alta de 1,76%, a US$ 63,07 a tonelada após uma disparada de 4,5% na véspera. 

Já as ações das siderúrgicas tiveram pregão misto nesta quarta-feira, com Usiminas (USIM5, R$ 4,11, -1,67%), Gerdau (GGBR4, R$ 10,61, +0,66%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,55, -0,66%) e CSN (CSNA3, R$ 10,57, -1,12%). 

Em conferência no Rio de Janeiro, o presidente da Gerdau, André Gerdau, pediu o fim da tributação para elevar as exportações. Segundo ele, o consumo de aço no Brasil deve cair 36% no ano, para o menor nível na década. Gerdau disse que as vendas de aço doméstico caíram 29%, enquanto as exportações já subiram mais de 60% neste ano. 

Papel e celulose
As ações do setor de papel e celulose seguiram em alta em meio à recuperação dos preços da commodity e alta do dólar frente ao real nesta sessão. As ações da Fibria (FIBR3, R$ 24,33, +0,95%), Klabin (KLBN11, R$ 16,25, +0,56%) e Suzano (SUZB5, R$ 11,00, +1,95%) registraram ganhos nesta sessão. 

Na máxima desta sessão, os papéis da Suzano atingiram valorização de 4,63%, a R$ 11,29, na maior alta desde julho, com possível corte em produção de celulose em 2017, segundo o presidente, Walter Schalka, em teleconferências sobre resultados. Segundo o executivo, o possível corte na produção visaria melhor precificação.

No terceiro trimestre, a Suzano teve lucro líquido de R$ 53 milhões no 3° trimestre depois de um resultado positivo três meses antes de R$ 954 milhões. Mas o desempenho conseguiu reverter o prejuízo de R$ 959 milhões sofrido entre julho e setembro de 2015. Na semana passada, a rival Eldorado Brasil divulgou lucro de R$ 11 milhões para o 3° trimestre, ante resultado positivo um ano antes de R$ 334 milhões. A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) teve queda de 43%.  Na Suzano, a queda do Ebitda na comparação anual foi de 48 por cento, a 767 milhões de reais em termos ajustados. 

“O resultado do segmento de celulose continuou sentindo as consequências de fatores exógenos (pressão no preço da celulose e apreciação do real ante o dólar)”, afirmou a Suzano no balanço, acrescentando que elevou seus preços para a China para 530 dólares a tonelada a partir deste mês, repetindo estratégia de aumento das rivais Fibria e Eldorado, que elevaram seus preços em 20 dólares. De acordo com o BTG, o resultado foi fraco. 

Paraná Banco (PRBC4, R$ 14,65, -13,42%)
As ações do Paraná Banco caíram forte após a disparada de 45% na véspera em meio à
 notícia de que os controladores apresentarão pedido para OPA (Oferta Pública de Aquisição). Os controladores do Paraná Banco e a Cox Gestão de Recursos, que representa “certos acionistas minoritários” acertaram compromisso de compra e venda no qual os controladores “comprometem-se a adquirir, do vendedor, ações preferenciais de emissão da companhia, representativas de 10,71% de seu capital social”, segundo comunicado.

“Caso a transação venha a ser concluída, o percentual de ações em circulação passará a ser de 20,96%, resultando em desenquadramento do percentual mínimo de 25% das ações em circulação” exigido pela BM&FBovespa, “e na obrigação de realizar oferta pública de aquisição de ações por aumento de participação”. Os controladores apresentarão à CVM pedido de registro de OPA “unificada por aumento de participação para fins de cancelamento de registro de companhia aberta na categoria ‘A’ e saída do segmento especial de listagem” Nível 1 da BM&FBovespa, “mediante a conclusão da transação”.

Os conselheiros concluíram que a realização de OPA representa os interesses da companhia e mostra-se benéfica aos seus acionistas, na medida em que os acionistas minoritários terão a possibilidade de alienar suas ações por valor justo, a ser determinado por empresa avaliadora independente, informou a empresa. O conselho também aprovou a distribuição de dividendos, com recursos provenientes do saldo da reserva de lucros, no valor total de R$ 215,9 milhões, correspondentes a R$ 2,62 por ação, e de juros sobre o capital próprio, referentes ao terceiro trimestre, no valor bruto total de R$ 60,2 milhões, correspondentes a R$ 0,73 por ação.

Telebras (TELB4, R$ 31,99, -20,02%)
As ações da Telebras tiveram mais um dia de queda forte na Bovespa. Ontem, os papéis tiveram uma baixa de 24,54% após um rali de 307% entre quinta e segunda-feira.

O motivo da euforia veio junto com a notícia de que o governo autorizou um aumento de R$ 854,4 milhões no capital social da empresa, conforme decreto publicado no Diário Oficial da União na manhã da última quinta-feira. A questão é que, por natureza, o comunicado seria uma “má notícia” para os acionistas, dado que um aumento de capital normalmente provoca diluição dos minoritários. Mas aí que mora o “ponto-chave” do movimento: para os fundos não serem diluídos, eles precisariam subscrever essas novas ações, mas como ela tem baixa liquidez é possível “forçar” o preço da ação e foi isso que eles provavelmente fizeram. 

Se a empresa precisaria emitir 64,6 milhões de ações ao preço de R$ 13,00, para totalizar os R$ 854,4 milhões do aumento de capital, com a cotação a R$ 40,00 (preço atual), será preciso 21,36 milhões de ações. Ou seja, provocando uma diluição menor, caso o acionista não acompanhe a subscrição. Por isso, o que era para ser uma má notícia acabou se transformando em uma boa notícia para alguns investidores. Confira a explicação sobre a empresa clicando aqui. 

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 69,50, -16,27%)
As ações do Magazine Luiza teve nova derrocada na Bolsa, acumulando em dois pregões queda de 30%. Vale destacar, contudo, que os papéis ainda registram uma alta de 851% se comparada com a mínima registrada em dezembro, de R$ 7,78. Segundo dados do Profit Chart, as maiores vendas ocorreram por ordens intermediadas pela corretora do UBS, seguida pela do Safra, o que pode sinalizar saída de investidor estrangeiros do papel. Para o analista Raphael Figueredo, da Clear Corretora, a alta de 465% acumulada pelos papéis no ano até 24 de outubro pode ser considerada excessiva, visto que o Brasil enfrenta a maior recessão do século. 

No próximo dia 7 de novembro, a varejista divulgará o balanço, mas as expectativas até o momento do mercado apontam bons números para o 3° trimestre. Recentemente, o BB Investimentos revisou os números da companhia, sinalizando “bons ventos a frente” e reiterando recomendação market perform (desempenho em linha com a média), com preço-alvo previsto para 2017 de R$ 100,00 por ação. 

CCR (CCRO3, R$ 17,44, -0,06%)
Em entrevista para o Broadcast, o CEO da CCR, Renato Vale, afirmou que a empresa não descarta a possibilidade de ficar fora do próximo leilão de aeroportos, que concederá à iniciativa privada os terminais de Fortaleza, Florianópolis, Porto Alegre e Salvador. Considerada grande candidata, em particular para a concessão do aeroporto de Salvador, na qual já anunciou repetidas vezes interesse, agora a companhia sinaliza que o projeto como está sendo desenhado pode não ser atraente.

A empresa aguarda a publicação da Medida Provisória sobre as concessões existentes, esperada para os próximos dias, para destravar investimentos adicionais em suas rodovias e renegociar contratos que considera desequilibrados do ponto de vista econômico e que, por isso, podem ter obras paralisadas em um futuro próximo.

A companhia defende a realização de investimentos em sua concessionária NovaDutra que podem passar de R$ 4 bilhões, a serem incorporados no contrato de concessão em troca de uma extensão de prazo. Mas Vale estima que, de maneira geral, a MP pode destravar cerca de R$ 30 bilhões em obras em concessões existentes de rodovias, ferrovias e portos. 

(Com Reuters e Bloomberg)