Credit eleva preço-alvo de Petrobras, disputa na Usiminas, possível IPO e mais 6 notícias no radar

Confira o que é destaque no noticiário corporativo desta segunda-feira (26)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Além do noticiário agitado no Brasil com a 35ª fase da Operação Lava Jato sendo deflagrada e culminando com a prisão do ex-ministro Antônio Palocci, assim como a expectativa pelo debate presidencial nos EUA, os mercados brasileiros ficam de olho no agitado noticiário corporativo desta segunda-feira (26): 

Usiminas (USIM5)
O jornal O Estado de S. Paulo informa que, prestes a completar dois anos, a briga societária entre os sócios controladores da Usiminas – Techint/Ternium e Nippon Steel – se mostra longe de um desfecho. Logo após a siderúrgica ter conseguido alongar sua dívida, ponto crucial para a reestruturação da empresa, a Nippon evidenciou a falta de acordo com sua sócia ítalo-argentina e voltou a bater na sua falta de concordância sobre a eleição de Sérgio Leite para a presidência da Usiminas, no lugar de Rômel de Souza, nome de confiança da empresa japonesa.

Souza substituiu Julian Eguren em setembro de 2014, quando o até então presidente da Usiminas foi afastado com outros dois diretores, todos indicados pela Ternium. Desde então, os dois conglomerados siderúrgicos travam brigas, inclusive na esfera judicial. A posse de Leite, que está há 40 anos na Usiminas e que antes ocupava o cargo de vice-presidente comercial, vem sendo questionada pela Nippon na esfera judicial, em um processo que tramita em segredo de Justiça e que teve pedido de intervenção realizado pela japonesa.

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Na semana passada, a Nippon Steel jogou um balde de água fria naqueles que achavam que a Usiminas vivia dias mais tranquilos, com uma carta publicada na imprensa. O texto, que acabou não sendo bem recebido pelo mercado, tratava dos feitos de Souza e ainda de Paulo Penido, ex-conselheiro da Usiminas indicado pela Nippon, que faleceu no mês passado. “Sem a dedicação e o empenho demonstrados pelos srs. Rômel e Penido, a Usiminas não teria concluído o refinanciamento das dívidas, crucial para superar a crise histórica que enfrenta”, diz a carta, citando um provérbio sobre gratidão. Uma fonte próxima à Nippon Steel ouvida pelo jornal disse que a intenção dessa publicação foi exaltar a importância de Penido para a trajetória da Usiminas.

Depois de um longo período de briga e sem acordo à vista, a única saída vislumbrada seria a separação da Usiminas, com Nippon Steel ficando com a usina de Ipatinga (MG) e Ternium com a unidade de Cubatão, na Baixada Santista, que está com a atividade primária paralisada desde o início do ano. Mas nada foi feito para viabilizar esse divórcio até aqui e o assunto está parado. 

Petrobras (PETR3;PETR4)
O Credit Suisse analisou o plano estratégico da Petrobras publicado na semana passada e aumentou o preço-alvo da Petrobras para US$11 por ADR (American Depositary Receipt), o que representa um potencial de valorização de 20%, mas mantendo recomendação neutra por causa dos riscos de execução.

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“No novo cenário base, estamos assumindo: (1) plano de desinvestimento mais agressivo, mas mais longo do que o guidance; (2) aumento da produção, chegando a 2,5 milhões barris por dia em 2021 (versus 2,4 milhões anteriormente); (3) capex menor (US$ 74 bilhões versus 85 bilhões antes); (4) menor custo de rolagem da divida (5.5% de 6.5%); e (5) aumento de preços em 2018, seguindo a paridade de importação. Os analistas acreditam que o plano está na direção correta, mas também é desafiador e deve demorar um tempo para os resultados serem verificados. No nivel de preço atual, para ter mais upside, vai depender da vontade dos investidores pagarem por (1) preço do petróleo acima de US$ 70 ou (2) o plano de negócio ser muito bem executada. Se incorporassemos o plano de negocios exatamente como foi anunciado, o nosso modelo traria 44% do nivel de preco atual (US$13.8 por ADR)”, afirmam os analistas.

Em entrevista à Bloomberg, o diretor financeiro da Petrobras Ivan Monteiro afirmou que a venda da participação que a estatal tem na Braskem está incluída na meta de desinvestimento de US$ 19,5 bilhões entre 2017 e 2018.

“Temos interesse de vender, mas ainda não temos data”, disse Monteiro. Ele ainda afirmou que a reação ao plano de negócios 2017-2021 apresentado na última semana “foi nitidamente positiva”. O CEO da Petrobras, Pedro Parente, irá apresentar o plano durante evento na Fiesp em São Paulo, às 14h desta segunda-feira.

Segundo Monteiro, há mais “opções de financiamento agora, é o melhor
cenário em muito tempo” para a Petrobras; opções “melhoraram muito”. “Sempre vamos avaliar oportunidades de mercado, mas o
custo financeiro será chave”. De acordo com o CFO, as dívidas a vencer em 2017 e 2018 estão mais gerenciáveis, mas afirmou que a gestão da empresa ainda não está satisfeita. “O tamanho da dívida é um problema”. 

“Apesar de rolagem ter melhorado, e volume maior de dívidas passar a vencer em 2019, o vencimento de dívidas ainda é uma preocupação”. De acordo com ele, a Petrobras vai atingir métricas para voltar a ser investment grade até 2018. O corte de 18% nos custos previsto no plano de negócios, de US$ 153 bilhões para US$ 126 bilhões, virá de nova metodologia interna para aprovação de orçamento, assim como corte de custos já em andamento, a exemplo dos programas de demissão voluntária e de três rodadas de renegociação com fornecedores.  Ivan Monteiro não quis comentar política de preços e como ela afeta a vvenda da BR Distribuidora. 

Além disso, destaque para a notícia do jornal Valor Econômico de que, mesmo com corte de investimento, a Petrobras tem conseguido evitar uma queda maior na produção de petróleo e gás graças ao aumento significativo da produtividade dos campos do pré-sal. Em 2017, a produção diária de barris de petróleo vai cair de 2,145 milhões para 2,070 milhões, mas, nos anos seguintes, a curva de produção vai crescer, apesar dos desinvestimentos e do declínio da extração na Bacia de Campos.

“A produtividade está bem maior. Em média, antecipava-se que [no campo de Lula, da camada pré-sal] seria de 15 mil barris diários por poço. O que estamos encontrando são 25 mil barris por dia, chegando 40 mil barris”, disse, em entrevista ao Valor, Pedro Parente. Ele também destacou a necessidade da estatal reduzir a sua dívida rapidamente. 

Gafisa (GFSA3)
A Tenda, braço de baixa renda da Gafisa, começou a se estrutural para um possível IPO (Initial Públic Offering), de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com fontes ouvidas pelo jornal, a companhia já contratou Bradesco BBI, Itaú BBA, Votorantim, Banco do Brasil e Bank of America Merrill Lynch para coordenarem a operação.  

Profarma (PFRM3) e Brasil Pharma (BPHA3)
A Profarma anunciou nesta segunda-feira que sua subsidiária Nice RJ Participações celebrou com a Brasil Pharma  contrato para comprar a totalidade das ações ordinárias de emissão da Drogaria Rosário S.A. A transação tem valor de R$ 173 milhões, a serem pagos em duas parcelas: a primeira, em setembro, e a segunda, 36 meses após o fechamento da compra. A operação está sujeita à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

O contrato, celebrado no dia 25 de setembro, também inclui totalidade das quotas de emissão da COF (Centro Oeste Farma Distribuidora de Medicamentos Ltda).

Embraer (EMBR3)
A Embraer aceitou 1.463 dos 1.470 empregados inscritos no PDV (Programa de Demissão Voluntária) da companhia.  

Oi (OIBR4)
A Oi deu entrada nesta sexta-feira (23), na 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, com um requerimento solicitando a instauração de processo de mediação com a Anatel, que está entre os maiores credores da companhia, com R$ 11 bilhões dos R$ 65 bilhões em passivos que a Oi tem.

Segundo o Valor Econômico, a advogada Ana Teresa Basilio, do Basilio Advogados, que representa a Oi no pedido, afirmou que foi incluída no plano de recuperação judicial, assim como para os demais titulares de multas administrativas, para facilitar a discussão da proposta alternativa apresentada no plano. Na mediação, o objetivo é discutir a conversão das multas em obrigações como investimentos em infraestrutura, benefícios aos consumidores e utilização de valores já depositados judicialmente para os processos relativos a essas multas administrativas.

CPFL Energia (CPFE3)
A CPFL Energia informou que a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, venderá sua participação de 29,4% na empresa para a State Grid. Em fato relevante a companhia disse que o fundo exerceu o direito de venda conjunta previsto no acordo de acionistas, a fim de vender com a ESC Energia e Camargo Corrêa a totalidade de sua participação para a State Grid Brazil Power, subsidiária da chinesa State Grid.

Comgás (CGAS5)
O conselho de administração da Comgás elegeu Rafael Bergman como novo diretor estatutário da companhia. Bergman assume a diretoria de relações com investidores da Comgás após a renúncia de Nelson Roseira Gomes Neto, passando assim a acumular o cargo de diretor financeiro.

MRV Engenharia (MRVE3)
O conselho de administração da MRV aprovou a emissão de CRIs (certificados de recebíveis imobiliários) no valor de R$ 200 milhões, com a possibilidade de chegar a R$ 270 milhões com a colocação dos lotes extras. O lastro dos papéis será crédito imobiliário decorrente de debêntures.

(Com Agência Estado e Bloomberg) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.