Petrobras sobe 3% e Fibria ressurge com disparada de 7%; veja os destaques do dia

Confira os principais destaques de ações da Bovespa desta sessão

Paula Barra

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SÃO PAULO – As ações ligadas a commodities puxaram o Ibovespa nesta terça-feira (23), após forte correção na véspera. O principal motor foi a virada dos preços do petróleo para cima nesta tarde, após o Irã dar sinais de que apoiará um acordo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para sustentar os preços do petróleo. Com isso, as ações da Petrobras dispararam até 5% nesta sessão, levando o índice para ganhos de 1,41% na máxima do dia. No entanto, uma forte desaceleração das ações da Vale, das 14h50 (horário de Brasília) até o fechamento, contribuiu para que o benchmark fechasse em alta de 0,65%, a 58.155 pontos. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão: 

Vale (VALE3, R$ 18,75, +2,01%;VALE5, R$ 15,81, +1,54%)
As ações da Vale e Bradespar (BRAP4, R$ 10,99, +0,83%) – holding que detém participação na Vale – tiveram dia de alta após forte queda na véspera, na esteira dos preços do minério de ferro, que puxaram as demais mineradoras no exterior. O movimento desses papéis, no entanto, sofreu forte desaceleração das 14h50 até o fechamento, com as ações PNs da Vale recuando 2% nesse período. 

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O minério de ferro com pureza de 62%, no Porto de Tianjin, na China, subiu 0,8% no mercado à vista e foi a US$ 61,6 a tonelada seca, de acordo com dados do The Steel Index. Já a tonelada do insumo com teor de concentração de ferro de 62% e de 2% de alumínio, entregue no Porto de Qingdao, avançou 0,8% e foi para US$ 61,9 a tonelada. 

Acompanharam o movimento as ações das siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 9,72, +0,83%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,87, +2,11%), CSN (CSNA3, R$ 9,39, +1,51%) e Usiminas (USIM5, R$ 3,73, +3,32%) encerrando o dia no positivo.  

No radar, a produção mundial de aço somou 133,7 milhões de toneladas em julho de 2016, caindo 5% na comparação mensal, embora tenha subido 1,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados da Associação Mundial do Aço. No acumulado do ano, a queda é de 1,1%. A taxa de utilização foi de 68%. Após a divulgação dos dados, a Citi Corretora comentou que segue otimista com o Brasil, com perspectivas de uma recuperação cíclica da demanda (recomendando compra de Usiminas e Gerdau).

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Além disso, a Inda (Instituto Nacional de Distribuidores de Aço) publicou os dados do setor de siderurgia de julho, com números mais fraco do que o esperado para aço plano. Analistas do BTG Pactual deram 3 motivos para isso: 1) a compra veio com queda de 10,2% na comparação mensal e os embarques com retração de 4%, sendo que a INDA tinha guiado anteriormente para um mercado estável; 2) guidance fraco para agosto; e 3) estoques ainda altos para alguns produtos (galvanizados estão 4 vezes os embarques mensais). 

Papel e celulose
As ações das empresas do setor de papel e celulose Fibria (FIBR3, R$ 21,75, +6,77%), Suzano (SUZB5, R$ 9,99, +4,61%) e Klabin (KLBN11, R$ 16,55, +1,53%) dispararam, em dia de alta do dólar frente ao real, apesar de queda dos preços da commodity. Dados da consultoria Foex desta terça-feira mostraram mais uma semana de queda nos preços da celulose na China (queda de 0,82% no período), indo a US$ 490,20 a tonelada, embora registrado certa estabilidade na Europa (leve desvalorização de 0,12%), para US$ 670,40 a tonelada. 

O dólar comercial registrou alta de 1,0% nesta sessão, fechando cotado a R$ 3,2320 na compra e R$ 3,2335 na venda.

Outra ação exposta ao câmbio na Bolsa também mostrou forte alta na Bolsa hoje. As ações da petroquímica Braskem (BRKM5, R$ 22,35, +3,71%) figuravam neste momento como a terceira maior alta do Ibovespa.  

Petrobras (PETR3, R$ 14,93, +3,18%; PETR4, R$ 12,67, +2,59%)  
As ações da Petrobras aceleraram ganhos nesta tarde, atingindo alta de 4,8% na máxima do dia, acompanhando os preços preços do petróleo no mercado internacional, que depois de abertura negativa viraram para alta, após o Irã, terceiro maior produtor da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), confirmar que vai participar da próxima reunião da Opep na Argélia, no próximo mês, segundo uma fonte da Opep disse nesta terça-feira. O contrato Brent registrava alta de 1,85%, a US$ 50,07 o barril, enquanto o WTI subia 1,79%, a US$ 48,26 o barril. 

Os membros da Opep vão se reunir no Fórum Internacional de Energia (IEF, na sigla em inglês), que agrupa produtores e consumidores, entre os dias 26 e 28 de setembro. A Opep provavelmente vai reavivar as conversas sobre o congelamento dos níveis de produção de petróleo no encontro com nações não integrantes da Opep na Argélia, dizem as fontes, o que tem colaborado para sustentar os preços.

Bancos
Os bancos tiveram dia misto nesta terça-feira, com queda do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,58, -0,17%), Bradesco (BBDC4, R$ 28,32, -1,08%) e Santander (SANB11, R$ 22,25, -0,67%), enquanto Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,58, +1,75%) encerrou o dia em alta. 

No radar, dados da pesquisa de crédito do Banco Central do 2° trimestre, que confirmaram melhora, apesar de um ritmo menor e vindo de uma base menor de comparação, comentaram os analistas do BTG Pactual. 

“De forma geral, enxergamos pela pesquisa espaço para melhora nas condições de crédito no 3° trimestre, com oferta e aprovações no imobiliário em território positivo pela 1ª vez desde 1° trimestre de 2015 e 2014, respectivamente”, disseram.

Conversando com os bancos, eles destacaram que a leitura também é mais construtiva para o crescimento de crédito ano que vem (versus perto de zero este ano)o que deve ser o tema mais importante para o setor no ano que vem. Estabilização dos números poderia começar a aparecer no 2º semestre agora, com crescimento de cerca de 6% em 2017, avaliaram. Aliado a isso, destaque para o novo time econômico, com as expectativas já mudando, com cenário de queda de juros, reformas e melhora de confiança podendo ajudar a destravar o mercado. “Tudo isso fez com que mudássemos nosso viés para os bancos nos últimos meses, e enxergamos espaço para re-rating (mesmo após rally recente) se o mercado de crédito voltar a crescer nos próximos trimestres”, ressaltaram.  

Gafisa (GFSA3, R$ 2,55, -3,04%)
Segundo fontes disseram à Reuters, a Gafisa está inclinada a fazer o IPO (Initial Public Offering) da tenda, seu braço de construção de baixa renda, acelerando os esforços para reduzir sua dívida. 

As fontes disseram também que o IPO da Tenda seria mais eficaz do que uma venda da empresa para ajudar a reduzir o ratio da Gafisa em dívida sobre patrimônio líquido, segundo a Reuters. A Gafisa, que tinha uma dívida líquida consolidada de R$ 1,45 bilhões (ou US$ 453 milhões) no final de junho, contratou a Rothschild & Co para aconselhar sobre possíveis opções para a Tenda.

Seguradoras
Os analistas do BTG Pactual estiveram na semana passada com um player não listado na Bovespa do setor de seguros de veículos no Brasil. A principal leitura deles foi que o setor viveu praticamente uma tempestade perfeita no 2° trimestre, com fraca de venda de novos veículos, loss ratio mais alto e com Selic mais baixa podendo pressionar mais os resultados em 2016 e 2017. A boa notícia fica para o fato de que, com os fracos resultados da indústria, o cenário competitivo está mais favorável, com os aumentos de preços de cerca de 12% de fevereiro a maio (com efeito líquido de cerca de 8% na receita líquida, com cancelamentos e faltas de renovações), sendo seguido a partir de julho pelo líder de mercado (Porto Seguro), comentaram os analistas do banco.

Com aumento de preço, muitos clientes deixaram de renovar contratos, movimento que pode ser acelerado com desemprego, cujo cenário segue desafiador. Com prêmios caindo e loss ratios mais alto, eles mantiveram recomendação neutra em Porto Seguro (PSSA3, R$ 26,34, +0,15%), com visão mais cautelosa por conta de momento e valuation. A preferência segue por BB Seguridade (BBSE3, R$ 28,23, -0,04%) e Par Corretora (PARC3, R$ 12,72, -0,31%). 

Educacionais
A Ser Educacional (SEER3, R$ 17,11, +1,24%) contratou advogados para fazer lobby contra a fusão da Kroton (KROT3, R$ 14,04, -0,64%) e Estácio (ESTC3, R$ 17,26, -0,92%), segundo informações da Reuters, citando uma fonte com conhecimento do tema. De acordo com a agência de notícias, a empresa contratou advogados do escritório de advocacia Sampaio Ferraz Advogados para tentar impedir a fusão.

A fonte disse anteriormente à Reuters que a Ser planejava usar todos os meios legais para garantir que a fusão vá de encontro às regras antitruste. Um porta-voz do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) disse que ainda precisa ser formalmente notificado da fusão.

Ainda no noticiário do setor, foi adiada para esta tarde a reunião da comissão sobre MP do Fies; a instalação da comissão que vai analisar a Medida Provisória 741/16 foi para hoje às 14h. 

A instalação e eleição de presidente, vice-presidente e relatores seria feita nesta segunda-feira, mas não houve quórum, segundo a Câmara Notícias. O texto determina que a remuneração administrativa dos bancos na concessão do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) será paga pelas instituições privadas de ensino superior, e não mais pela União, segundo a Câmara Notícias.

A remuneração prevista na lei de criação do Fies é de 2% sobre valor dos encargos educacionais liberados, segundo a Câmara Notícias. Antes da edição da MP, bancos eram remunerados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A mudança passou a valer a partir das inscrições e renovações semestrais referentes ao 2º semestre de 2016, realizadas entre 15 de julho e 1 de agosto. O Valor Econômico destaca que o setor de ensino superior defende duas mudanças na legislação do Fies .

Uma delas é uso dos recursos do FGTS para amortização parcial ou integral do financiamento e a outra é estabelecimento de prazo máximo de 12 meses para instituições de ensino pagarem taxa bancária de 2%.

Setor farmacêutico
Destaque para notícia da Bloomberg de que, após uma intensa alta das ações da Raia Drogasil (RADL3, R$ 60,29, +0,52%) nos últimos dois anos, agora os investidores olham para uma de suas rivais: a Profarma (PFRM3, R$ 10,40, +1,56%).

A Profarma teve uma alta de mais de 24% nos lucros entre 2012 e 2015: Um ano antes, a companhia, que era apenas distribuidora de medicamentos, adotou a mesma estratégia da Raia Drogasil de abrir lojas físicas. A Profarma deve registrar alta adicional de 22% em seu Ebitda neste ano, segundo Guilherme Assis, analista do Brasil Plural. As redes de farmácias estão mostrando resiliência em relação à crise econômica do Brasil. Tanto Profarma quanto Raia Drogasil continuam a expandir seus pontos de venda mesmo com a desaceleração econômica pelo segundo ano consecutivo.

Depois de ficar abaixo do desempenho das ações da rival Raia Drogasil em 2015, neste ano os papéis da Profarma acumulam alta de 112%, ante os 69% da Raia. Com uma relação preço estimado/lucro que é hoje metade da da Raia Drogasil, a Profarma mostra mais espaço para crescer, diz Adeodato Volpi Netto, chefe de mercado de capitais da Eleven Financial Research.

“A Profarma está inteligentemente alterando seu modelo de negócios para focar no varejo, abrindo lojas em cidades onde o consumo de medicamentos é maior”, disse Volpi Netto. “A estratégia é positiva para o negócio de distribuição de remédios também, pois não precisa imobilizar muito do seu caixa em estoque”.

Três analistas que cobrem Profarma recomendam compra da ação. Entre os 16 que acompanham Raia Drogasil, 7 lhe dão a mais alta recomendação e o restante recomenda manter. A Raia Drogasil acumula alta de 180% nos últimos 2 anos, comparada à queda de 25% da Profarma.

Vulcabras (VULC3, R$ 3,00, +27,66%)
As ações da small cap Vulcabras Azaleia dispararam até 40,43% na máxima desta sessão, indo a R$ 3,30, com forte volume financeiro de R$ 810,2 mil, contra média diária de R$ 567,3 mil nos últimos 21 pregões. No radar da empresa, no entanto, nenhuma notícia aparecia nesta sessão que pudesse justificar o movimento.