Dólar e DIs sobem com Copom “hawkish” e exterior fraco; Bolsa escapa de queda

Mercado tem dia de perdas e ganhos com o noticiário extremamente agitado por indicadores

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou estável nesta quinta-feira (21), com a queda dos bancos ofuscando o forte desempenho da Vale. Lá fora, os índices Dow Jones e S&P 500 nos EUA apresentaram quedas de 0,43% e 0,37% respectivamente após o Japão decepcionar os mercados ao negar que vá fazer estímulos no modelo conhecido como “dinheiro de helicóptero”. 

 O benchmark da bolsa brasileira teve leve alta de 0,11%, a 56.641 pontos. O volume financeiro negociado na Bovespa foi de R$ 6,607 bilhões. 

Já o dólar comercial avançou 1,02% a R$ 3,2810 na compra e a R$ 3,2816 na venda, enquanto o dólar futuro para agosto sobe 0,70% a R$ 3,291 no after-market. O câmbio desta vez reagiu após o Banco Central colocar todo o lote de 10.000 contratos de swap cambial reverso ofertados entre as 9h30 e as 9h40 (horário de Brasília). 

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2018 sobe 13 pontos-base a 12,79%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 sobe 6 pontos-base a 11,98% também no after. 

Ainda no noticiário de hoje, o BCE (Banco Central Europeu), fez o esperado e manteve a taxa de juros em 0%, com o presidente da autoridade monetária, Mario Draghi, afirmando que a autoridade monetária está pronta para agir se necessário para conter as consequências negativas do “Brexit”. Por aqui, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou um pouco acima do esperado e o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve os juros em 14,25% ao ano. 

BCE
O BCE decidiu nesta quinta manter as taxas de juros na zona do euro em 0%, como era esperado pela mediana dos economistas consultados pela pesquisa Bloomberg. Já a taxa de depósitos foi mantida em -0,4%, também em linha com o esperado pelo mercado.

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Assim como esperado, as compras de ativos dos 19 países da zona do euro dentro do programa de estímulos conhecido como “Quantitative Easing” foram mantidas em 80 bilhões de euros por mês. 

O presidente do BCE, Mario Draghi, reiterou que o BCE está pronto, com vontade e capaz de agir se necessário para conter uma recessão na Europa provocada pelo “Brexit”. 

IPCA-15
O IPCA-15 avançou 0,54% entre os dias 15 de junho e 15 de julho, frente à alta de 0,40% no período anterior, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (20). Em 12 meses, o avanço da inflação foi de 8,93% contra os 8,98% registrados no período anterior. 

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A mediana das expectativas dos economistas projetava avanço de 0,45% no período analisado. Para o acumulado em 12 meses, a expectativa da mediana dos analistas era de em torno de 8,83% de inflação.

Copom mantém juros
Ontem, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 14,25% ao ano, o que já era amplamente esperado pelo mercado. Para a Rosenberg Associados, o mercado recebe bem este novo formato de comunicado. Segundo a consultoria, pelo texto, não há espaço para corte de juros tão cedo, “praticamente sepultando as chances de corte em agosto e outubro”. Contudo, ainda há muita divergência entre as projeções de analistas. A maioria continua esperando corte em outubro, mas já há quem imagine que uma redução das taxas virá apenas em 2017. 

O fato é que o cenário, apesar de projetar um maior otimismo, ainda está indefinido, já que a autoridade monetária depende de que a expectativa de inflação de 2017 convirja para a meta e de que o IPCA corrente dê sinais de desaceleração consistente. Além de tudo isso, o BC ainda precisa contar com o bom trabalho do governo em cortar gastos. Para saber mais, clique aqui

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Ações em destaque
As ações PNs da Petrobras (PETR3, R$ 13,80, +1,10%; PETR4, R$ 11,85, +0,25%) fecharam entre perdas e ganhos, com a queda do petróleo pesando. Lá fora, o contrato do petróleo Brent registrou queda de 2,31%, a US$ 46,08 o barril, enquanto o WTI (West Texas Intermediate) terminou o dia em forte variação negativa de 2,60%, a US$ 44,56 o barril. 

No radar da empresa, segundo O Globo, a sinalização da Petrobras de que está disposta a oferecer o controle da BR Distribuidora para um sócio privado aumentou o apetite do mercado pela empresa. Na reunião do Conselho de Administração da Petrobras, amanhã, vai ser discutido qual o melhor modelo a adotar para a venda de parte das ações da BR. Além da venda do controle está também a opção de divisão da distribuidora por áreas de negócios, para futuras vendas de participações.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

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 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 USIM5 USIMINAS PNA 2,74 +10,04 +76,77
 VALE3 VALE ON 17,40 +5,39 +33,54
 CSNA3 SID NACIONALON 10,80 +5,37 +170,00
 MRFG3 MARFRIG ON 5,71 +4,20 -10,08
 KLBN11 KLABIN S/A UNT N2 16,76 +3,97 -28,07

As ações da Vale (VALE3, R$ 17,40, +5,39%; VALE5, R$ 14,04, +3,01%), por outro lado, subiram. No noticiário da mineradora brasileira, ela divulgou esta manhã seu relatório de produção. A companhia produziu 86,8 milhões de toneladas no segundo trimestre de 2016, superando em 800 mil toneladas as estimativas do mercado para o período. O volume registrado representa uma redução de 2,8% da produção na comparação anual. A produção de pelotas registrada pela Vale também apresentou retração no mesmo comparativo, ao somar 10 milhões de toneladas, 18% a menos ante o segundo trimestre de 2015.

Destaque também para Carajás, que alcançou recorde de produção para um segundo trimestre, de 36,5 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 15,5% na comparação anual. A mineradora também informou que sua controlada — em conjunto com a anglo-australiana BHP-Billiton — Samarco planeja retomar operações em 2017, embora o momento ainda seja incerto.

Ainda influenciando na cotação das ações da mineradora, o minério de ferro spot com 62% de pureza e entrega no porto de Qingdao teve alta de 2,54% a US$ 57,17 a tonelada seca. 

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As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 NATU3 NATURA ON 27,54 -2,06 +18,49
 BBAS3 BRASIL ON 20,95 -1,87 +45,32
 PCAR4 P.ACUCAR-CBDPN 55,25 -1,44 +32,03
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 33,90 -1,34 +32,75
 BBSE3 BBSEGURIDADEON 29,67 -1,33 +26,15

Dentro do setor mais pesado no Ibovespa, o financeiro, bancos grandes caíram. Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,90, -1,34%), Bradesco (BBDC3, R$ 29,65, -0,50%; BBDC4, R$ 28,81, -0,76%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 20,95, -1,87%) mostraram perdas. Juntas, as quatro ações respondem por pouco mais de 20% da participação na carteira teórica do nosso benchmark.

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 33,90 -1,34 528,28M
 PETR4 PETROBRAS PN 11,85 +0,25 440,34M
 VALE5 VALE PNA 14,04 +3,01 415,94M
 BBDC4 BRADESCO PN 28,81 -0,76 344,31M
 BBAS3 BRASIL ON 20,95 -1,87 310,31M
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 19,35 0,00 199,31M
 ABEV3 AMBEV S/A ON ED 19,20 +0,42 147,80M
 CIEL3 CIELO ON 36,15 -0,96 145,61M
 ITSA4 ITAUSA PN 8,30 -0,95 142,31M
 CCRO3 CCR SA ON 18,06 +1,86 137,58M

* – Lote de mil ações 
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Os reajustes de Temer
Ainda no radar econômico, o presidente interino Michel Temer sancionou sem vetos os projetos de lei que garantem reajustes para servidores do Judiciário e do Ministério Público Federal (MPF). Os aumentos serão pagos gradativamente em parcelas até 2019, e, somente no ano que vem, vão gerar impacto de mais de R$ 5 bilhões. 

Japão
O presidente do Bank of Japan (o banco central japonês), Haruhiko Kuroda, apagou perspectivas de estímulo por meio do chamado “dinheiro de helicóptero”, em que governo emite títulos perpétuos, sem data de vencimento, não negociáveis em mercado e sim comprados diretamente pelo Banco Central. Kuroda disse que não há necessidade, nem possibilidade de dinheiro de helicóptero no Japão. A ideia tinha sido sugerida por Ben Bernanke, o que fez com que o iene se fortalecesse. “Neste momento, o Banco do Japão tem 3 opções com flexibilização quantitativa e qualitativa com taxas de juros negativas”, disse Kuroda; essas políticas podem ser expandidas.

Kuroda também repetiu que está determinado a livrar o Japão de sua mentalidade de deflação, e que não há limitações significativas para mais estímulo monetário pelo BOJ, se necessário. Já as bolsas chinesas tiveram a primeira alta da semana, com os investidores voltando ao mercado em busca de barganhas.