Credit eleva Itaú e Bradesco, Petrobras pode ganhar tempo nos EUA e mais 13 empresas

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (14)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Enquanto as bolsas mundiais repercutem a decisão inesperada do Bank of England de manter os juros em 0,5% ao ano e, no Brasil, a vitória de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados, o noticiário corporativo segue movimentado. Confira os destaques desta quinta-feira (14):

Bancos
O Credit Suisse elevou a recomendação para as ações do Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4) e a holding de investimentos Itaúsa (ITSA4). O Bradesco foi elevado de underperform para outperform, enquanto Itaúsa e Itaú foram elevadas de underperform para neutra pelo Credit; o preço-alvo dos ativos ITUB4 foi elevado de R$ 25,00 para R$ 35,00.

Saraiva
A Saraiva (SLED4) perdeu 88% do valor em 5 anos em meio a briga de sócios. A GWI Asset Management citou remunerações excessivas para executivos e diz que gestão do presidente Jorge Saraiva Neto levou Saraiva à beira da insolvência. A empresa teve prejuízo em 6 dos últimos 8 trimestres. A Saraiva acusou GWI de se envolver em manipulação de ações e de invadir seu escritório ilegalmente, e pede que direitos do investidor como acionista sejam revogados, segundo documentos enviados à CVM. As ações da Saraiva caem 26% neste ano e 88% nos últimos 5 anos. A Saraiva e GWI não quiseram comentar a disputa. A GWI é o maior acionista da Saraiva.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

 Smiles
A Smiles (SMLE3) teve a recomendação rebaixada de compra para hold pelo Santander, que se baseou no valuation esticado após a forte alta dos papéis no ano, de 50%. O preço-alvo para 2017 é de R$ 54,00.

“Na nossa opinião, a empresa está deixando a era de alto crescimento e agora está se tornando uma peça de valor. Considerando a relação atual de preço sobre o lucro, ela está adequada para uma empresa com as expectativas de crescimento de um dígito para os próximos dois anos”, afirma o Santander. 

Gerdau
A Gerdau (GGBR4) acredita na possibilidade de reversão do julgamento do Carf contra a empresa e manterá postura de não fazer provisão para o caso, que envolve valores de cerca de R$ 4 bilhões. “A companhia analisará a possibilidade de apresentar recurso ainda na esfera administrativa (…) Caso apresentado e não provido, a discussão prosseguirá no Poder Judiciário”, disse a empresa em comunicado. “A companhia mantém seu posicionamento de não constituir provisão para contingências, uma vez que em seu entendimento e de seus consultores jurídicos a probabilidade de ganho da causa é possível.”

Continua depois da publicidade

Vale 
A Samarco, joint venture entre a BHP Billiton e Vale (VALE3;VALE5), confirmou ser improvável que obtenha aprovações necessárias para reiniciar suas operações neste ano calendário, disse a BHP em comunicado em seu website.

“As operações da Samarco somente irão reiniciar quando for seguro fazê-lo, e quando todas as aprovações regulatórias forem concedidas e aceitas pelas autoridades e comunidades relevantes. Ainda há muito a ser feito para reconstruir e restaurar, mas acreditamos que trabalhando com a Vale, a Samarco e as autoridades brasileiras, seremos capazes de cumprir os compromissos decorrentes do acordo e vamos fazer o que é certo”, diz Dean Dalla Valle, diretor comercial da BHP, no comunicado

A BHP Billiton Brasil pretende recorrer de decisão provisória do STJ que suspendeu homolação de acordo pelo TRF, segundo o comunicado.

De acordo com a Folha, o governo acredita em acordo com Samarco ainda em julho. O governo acredita ser possível fechar com Samarco, ainda neste mês, acordo de reparação dos danos causados pela tragédia em Mariana.

Rumo
Um incêndio ocorreu em uma das esteiras da empresa Rumo Logística (RUMO3), que atua no Porto de Santos. O fogo começou por volta das 4h30 desta quinta-feira, em uma das esteiras da empresa e ainda não se sabe o que teria causado o incêndio.

Segundo a Codesp, o incêndio atingiu uma esteira que liga 2 galpões em terminal da Rumo Logística no Porto de Santos e não atingiu carga estocada de açúcar, diz assessor da Codesp por telefone. O fogo foi controlado às 5:30. A esteira atingida pelo incêndio faz ligação entre galpões XX e XXIII e não afeta a carga de açúcar.

Ainda no noticiário, a ANTT autorizou o reajuste de 10,68% para ALL Malha Paulista. O reajuste é referente ao período entre 1º de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2015, com base na variação acumulada do IGP-DI, segundo publicação no Diário Oficial de hoje. O aumento entra em vigor nesta quinta-feira.

EDP Energias do Brasil

A EDP Energias do Brasil (ENBR3) informou o mercado, na noite da véspera, que o total de energia distribuída no segundo trimestre foi de 6,17 milhões de MWh, o que corresponde a uma queda de 3,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado dos seis primeiros meses de 2016, o volume foi de 12,43 milhões de MWh, 5,4% abaixo do registrado em 2015. O destaque negativo dos resultados de distribuição informados foi o segmento EDP Bandeirante, que responde pelo maior volume de energia vendida a clientes finais e marcou queda de 1,6% no trimestre e 4,1% no semestre.

Embraer
A imprensa internacional informou que a Embraer (EMBR3) fechou um acordo com a japonesa Itochu sobre jatos executivos. Ainda não houve confirmação oficial ao mercado por meio de comunicado da empresa.

Banco Indusval
O Banco Indusval (IDVL4) comunicou o mercado que recebeu do Morgan Stanley correspondência em que informava ter atingido posição de 1,914 milhão de ações preferenciais, chegando à participação de 5,11% no total de papéis dessa categoria e 1,26% do capital total do banco. O Morgan também teria atingido posição vendida de 19.600 ações preferenciais, o que equivale a 0,05% do número total de ações preferenciais do Indusval.

Estácio
Em resposta à Bolsa sobre uma matéria do jornal Valor Econômico, a Estácio (ESTC3) explicou que, junto com a Kroton (KROT3), já está estudando possíveis desinvestimentos (“remédios”) que serão necessários para obtenção da aprovação por parte do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) da união das empresas.

“A administração da Estácio, com o auxílio dos seus assessores legais, vem naturalmente estudando uma lista de remédios que poderiam ser propostos ao CADE, sempre em comum acordo com a Kroton”, disse a companhia. “Tais análises compreendem, naturalmente, a alienação de ativos de ensino a distância, dentre outras várias possibilidades em estudo. No entanto, nesse momento tais estudos ainda não foram concluídos, não sendo possível precisar ainda quais remédios serão propostos ao CADE”, completa a empresa em comunicado.

Oi
Conforme conta reportagem do jornal O Globo, quase 20% dos 13 mil credores da Oi (OIBR3; OIBR4) são micro e pequenas empresas, o que provoca um impacto de R$ 158 milhões da dívida sobre tal grupo, de acordo com o Sebrae. A dívida pode prejudicar a sobrevivência dos negócios, sobretudo em um momento de grandes adversidades na economia. Esse cenário levou a instituição a enviar uma carta a cada um dos credores oferecendo o apoio do projeto Recupera MPE, que, apesar de criado há dois anos, poderá ser usado pela primeira vez com a crise da Oi.

Petrobras
A Petrobras (PETR3; PETR4) informou o mercado que concluiu ontem a oferta de títulos no mercado de capitais internacional (Global Notes), no valor de US$ 3 bilhões. A oferta constituiu uma reabertura dos títulos com vencimento em 2021 e 2026, originalmente emitidos em maio de 2016. Do novo volume emitido, US$ 1,75 bilhão terá vencimento em cinco anos e US$ 1,25 bilhão em dez anos.

Segundo comunicado da petrolífera, a demanda foi aproximadamente 2,4 vezes para o título com vencimento em 2021 e 2,3 vezes para o título com vencimento em 2026. Ao todo, em torno de 350 investidores dos Estados Unidos, Europa, Ásia e América Latina participaram da operação. A estatal pretende utilizar os recursos da emissão para uma operação de recompra de títulos.

Ainda no noticiário da companhia, lembra matéria do jornal Valor Econômico que o Tribunal Federal de Apelações dos Estados Unidos vai decidir, em audiência marcada para 26 de julho, o futuro dos processos civis movidos por investidores, contra a Petrobras. Até lá, procedimentos da ação coletiva contra a companhia brasileira estarão “temporariamente suspensos”, o que faz com que a companhia ganhe tempo. A audiência definirá se o processo ficará suspenso por prazo maior.

Também merece destaque a notícia publicada no jornal Folha de S. Paulo de que o Palácio do Planalto prepara um pacote de mudanças em regras do setor de petróleo, que impactarão na rodada de licitação de novos campos de exploração, a ser realizada na primeira metade de 2017.

A gestão Michel Temer espera apenas o desfecho do processo de impeachment contra a afastada Dilma Rousseff para anunciar medidas como a regra de participação da companhia no pré-sal, a diminuição das exigências de conteúdo local, a renovação por mais 20 anos do Repetro (regime aduaneiro especial de exploração e importação) e a oferta de novos campos de petróleo na área do pré-sal. Conta a reportagem ainda que o governo interino também pretende reduzir as exigências estabelecidas na política de conteúdo local.

Usiminas
A Usiminas (USIM5) conseguiu prorrogação por mais 60 dias do acordo de 120 dias de suspensão temporária do pagamento de dívida que vence em 15 de julho, segundo o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em resposta à Bloomberg.

“Prazo de 60 dias foi resultado de negociações do BNDES em conjunto com os demais bancos, enquanto se aguarda o resultado do processo de reestruturação financeira da empresa”, disse o banco de desenvolvimento. De acordo com a Bloomberg, os bancos detêm mais da metade dos R$ 7,4 bi em dívida da Usiminas, que estão atualmente sendo renegociados.

Eletrobras
A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), subsidiária da Eletrobras (ELET3; ELET6), informou, que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) calculou que a indenização a que a empresa tem direito por ativos de transmissão não amortizados totaliza R$ 5,09 bilhões. A Chesf, com base em um laudo técnico elaborado pela Deloitte, havia solicitado o valor de R$ 5,6 bilhões.

As indenizações se referem aos ativos de transmissão anteriores a maio de 2000 que tiveram as concessões renovadas de acordo com as regras estabelecidas pela Medida Provisória (MP) 579, em 2012. A portaria determinou que os ressarcimentos serão pagos a partir dos reajustes tarifários de 2017, pelo prazo de oito anos.

Elektro
A distribuidora de energia Elektro (EKTR4) encerrou o segundo trimestre do ano com lucro de R$ 38,5 milhões, uma queda de 42% sobre um ano antes. A receita da companhia recuou 18% no período, para R$ 1,14 bilhão. Além da baixa na receita, o resultado refletiu o aumento do custo de construção, que passou de R$ 68 milhões para R$ 81,5 milhões, e as maiores despesas operacionais da companhia, que tiveram alta de 64%, para R$ 59,9 milhões. A companhia foi a primeira a divulgar seus números na temporada de balanços.

No primeiro semestre do ano, o lucro líquido da Elektro caiu 43,4%, para R$ 103,5 milhões, e a receita líquida recuou 21%, para R$ 2,3 bilhões. O volume de fornecimento de energia pela companhia ao fim de junho caiu 6,5%, para 5.984 gigawatts-hora (GWh), enquanto o número de clientes cresceu 2,3%, para 2,5 milhões.

(Com Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.