Estoque de ações para aluguel dispara, mas isso não quer dizer que o mercado está pessimista

Apesar da forte alta, estes dados não significam que aumentaram as apostas por uma queda da Bolsa

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O estoque do BTC no dia 11 de julho atingiu R$ 45,3 bilhões, seu maior valor desde maio de 2014, quando teve início a base de dados diários, mostra um levantamento feito pela consultoria Economatica. Segundo o estudo, o menor valor do estoque foi registrado no mês de setembro de 2014, quando era de R$ 27,5 bilhões. Apesar da forte alta, estes dados não significam que aumentaram as apostas por uma queda da Bolsa.

Esta disparada ocorrida no estoque do BTC pode ter duas explicações. A primeira é o simples aumento de ações para alugar, ou seja, os investidores estão comprando ações e disponibilizando seus papéis para quem quiser operar vendido. Mas outra possível explicação para isso é a própria alta das ações.

Com a recente disparada da Bolsa, os papéis se valorizaram, e isto eleva naturalmente o volume que eles movimentam. Por exemplo, se hoje são feitas 500 operações com uma ação A e ela se valoriza 10%, amanhã se forem feitas mais 500 operações, o volume movimentado será maior porque elas valem mais.

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Veja o gráfico:

Economatica BTC

Porém, esta alta do Ibovespa não ajuda a explicar completamente a elevação dos estoques do BTC. Isto porque, desde o fundo atingido em maio deste ano, com R$ 31,5 bilhões, este volume de ações para aluguel disparou 45%, ao passo que o principal índice da Bolsa subiu cerca de 13%, ou seja, não acompanhou o movimento. Por outro lado, considerando o fundo o Ibovespa este ano, no fim de janeiro, os ganhos da Bolsa chegam nestes mesmos 45%.

O número recorde, portanto, pode ser avaliado de diversas formas e não pode ser considerado como uma justificativa de que há um mais pessoas acreditando na queda do mercado. E um outro levantamento feito pela Economatica mostra bem isso. Segundo a consultoria as posições vendidas na indústria de fundos está em seus menores patamares históricos, ou seja, o volume de BTC aumentou, mas os fundos não elevaram suas posições short.

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E isto leva a mais uma questão que precisa ser ponderada neste levantamento. As incertezas do mercado têm levado muitos gestores a direcionarem seus investimentos neste momento para algo um pouco “certo”, como algo atrelado à Selic e em renda fixa. No fim, a conclusão que fica é ainda há muita indefinição no mercado e olhar para o aumento de estoques do BTC está longe de significar que os investidores esperam que a Bolsa caia daqui para frente.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.