ETF brasileiro dispara 45% e tem segunda maior alta entre emergentes no 1º semestre

EWZ só perde para o índice peruano no acumulado do ano, mas tem o melhor desempenho quando o assunto são os últimos 30 dias

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Apesar de toda a turbulência que a economia brasileira passou desde o início deste ano, o Brasil consegue terminar o primeiro semestre com um dos melhores desempenhos entre os principais mercados do mundo. Enquanto isso, o real lidera com facilidade como a moeda que mais subiu entre os emergentes, segundo um levantamento feito pelo Credit Suisse.

Entre os fatores que estão ajudando o ambiente de negócios doméstico está a disparada de commodities como o minério de ferro, que hoje subiu mais de 3% e superou os US$ 55,50, além da volta do bom humor nos mercados internacionais após as perdas registradas com o Brexit, e também a notícia de que o Banco Central da China não tem a intenção de desvalorizar o yuan para tornar o país mais competitivo. Segundo os analistas, esta última informação é bastante positiva para moedas emergentes.

“O EWZ chega ao último dia do semestre com performance muito superior a dos demais emergentes, com o real fazendo mais da metade do trabalho e chegando a quase 10% de valorização no mês”, explicam os analistas do banco.

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Na comparação anual, o ETF brasileiro (EWZ) só perde para o Peru, com 44,63% de ganhos contra 51,79% dos vizinhos latinos. Em terceiro aparece o ETF da Colômbia, que em 2016 registra alta de 21,52%, seguido pela Tailândia, que avança 19,81% este ano. Os dois piores na lista feita pelo Credit são o México e a China, com desempenho de 0,19% e queda de 3,63%, respectivamente.

Por outro lado, no desempenho do último mês o Brasil aparece na liderança com grande folga contra seus pares emergentes. O EWZ acumula alta de 16,71%, enquanto a Indonésia fica com o segundo lugar, avançando 9,30%. Na sequência ficam Colômbia, Taiwan e Peru, com altas de 7,61%, 4,57% e 4,35%, respectivamente.

Confira a tabela abaixo:

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País (ETF) Desempenho
no ano
Desempenho
no último mês
Peru (EPU) +51,79% +4,35%
Brasil (EWZ) +44,63% +16,71%
Colômbia (ICOL) +21,52% +7,61%
Tailândia (THD) +19,81% +2,13%
Rússia (RSX) +19,11% +3,75%
Indonésia (EIDO) +18,43% +9,30%
Chile (ECH) +16,64% +3,84%
África do Sul (EZA) +13,97% +2,77%
Turquia (TUR) +10,87% -0,58%
Taiwan (EWT) +9,24% +4,57%

Entre as moedas, o real deve fechar como a maior alta contra o dólar, subindo 22,98% até o momento, segundo dados compilados pelo Credit. Enquanto isso, o iene japonês já avançou 16,95% no acumulado de 2016, seguido pelo rublo da Rússia, com ganhos de 13,02%. Já entre as quedas, o peso argentino lidera com facilidade o ranking, recuando 13,60%, enquanto o peso mexicano caiu 7,10%.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.