B2W desaba 10% e Estácio cai 5% com saída do MSCI; small cap dispara 14%

Confira os destaques do noticiário corporativo nesta terça-feira (31)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa afundou nesta terça-feira (31), após o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, serem indiciados pela Polícia Federal na Operação Zelotes. Os papéis do banco, que chegaram a afundar 7% na mínima do dia, chegaram em queda de 5%. 

Entre os destaques de queda, as ações da Estácio também afundaram após terem sido excluídas do MSCI Brazil, cuja nova carteira passará a vigorar amanhã. Os papéis da B2W – cotados fora do Ibovespa – afundaram 10% pelo mesmo motivo. Por sua vez, as ações da AES Tietê, que foram incluídas no índice, fecharam estáveis após terem subido até 4% nesta sessão.

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão: 

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Bradesco (BBDC3, R$ 24,55, -3,54%; BBDC4, R$ 22,84, -4,83%)
As ações preferenciais do Bradesco – que possuem mais liquidez na Bolsa – chegaram a afundar até 7,33% nesta sessão (indo a R$ 22,24), com a notícia de que Luiz Carlos Trabuco, presidente do banco, foi indiciado pela Polícia Federal no inquérito da Operação Zelotes, que investiga a compra de decisões no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). Além do presidente do banco, outras nove pessoas foram indiciadas hoje pela PF. A informação foi divulgada primeiramente pelo jornal O Estado de São Paulo, às 15h02, e posteriormente confirmadas pelo MPF (Ministério Público Federal). Nos 16 minutos que se seguiram, os papéis afundaram 6%, indo para o patamar mínimo do dia.  

As investigações mostraram que o grupo investigado por corromper integrantes do Carf conversou com executivos do banco a respeito de um “contrato” para anular um débito de R$ 3 bilhões com a Receita Federal. 

Em resposta, a assessoria de imprensa do Bradesco informou que não houve contratação dos serviços oferecidos pelo grupo investigado, acrescentando que o banco foi derrotado por seis votos a zero no julgamento do Carf. O Bradesco esclareceu ainda que Trabuco não participou de qualquer reunião com o grupo citado. 

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Petrobras (PETR3, R$ 10,18, -3,78%PETR4, R$ 8,04, -4,06%
As ações da Petrobras afundaram nesta tarde, descolando 
dos preços do petróleo no mercado internacional. O contrato WTI caía 0,83%, a US$ 48,92 o barril, enquanto o Brent teve baixa de 0,18%, a US$ 49,67 o barril. 

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou a indicação do engenheiro e ex-ministro Pedro Parente, feita pelo presidente interino Michel Temer, para o cargo de presidente da companhia,  em substituição a Aldemir Bendine. A decisão foi tomada em reunião extraordinária realizada ontem, quando Pedro Parente também foi aprovado para o cargo de conselheiro de administração da empresa.

A informação consta do fato relevante encaminhado pela Petrobras à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No mesmo comunicado, a empresa informou que recebeu hoje a carta de renúncia de Aldemir Bendine dos cargos de presidente da empresa e do conselho de Administração. Na carta, Bendine renunciou também ao cargo de conselheiro de Administração da Petrobras Distribuidora – BR. A Petrobras informou ainda que recebeu hoje carta de renúncia do conselheiro de administração Luciano Galvão Coutinho, ex-presidente do BNDES. O cargo permanecerá vago até a eleição de um novo membro.

Impacto do MSCI
As ações da B2W (BTOW3, R$ 9,90, -9,59%) e Estácio (ESTC3, R$ 11,00, -3,51%) afundaram na Bolsa hoje com rebalanceamento do MSCI Brazil. Esses dois papéis foram excluídos da nova carteira do índice, que passará a vigorar amanhã. O fluxo que sairá desses papéis, segundo estimativas do Credit Suisse, soma mais de US$ 60 milhões. Por outro lado, as units da AES Tietê (TIET11, R$ 14,21, 0,0%) – que foram incluídas na nova carteira – chegaram a subir até 3,73% nesta sessão, a R$ 14,74. Segundo cálculos do Credit, a Bovespa deverá sofrer um impacto de mais de R$ 1 bilhão no leilão de fechamento de hoje por conta do rebalanceamento do índice (confira a matéria completa clicando aqui).

Além das ações que serão excluídas, o banco estima uma saída de recursos de cerca de US$ 100 milhões dos papéis do Itaú Unibanco, US$ 40 milhões da BRF e US$ 21,3 milhões do Bradesco PN – entre os ativos que serão mais penalizados pelo rebalanceamento do índice hoje. 

Oi (OIBR4, R$ 0,91, -6,19%) 
As ações da Oi registraram queda nesta terça-feira. A Pharol, principal acionista da companhia, anunciou prejuízo de 65,9 milhões de euros no primeiro trimestre, ante perda de 43 milhões de euros um ano antes, com a incorporação de resultado negativo de 64,1 milhões de euros da Oi. O resultado também engloba o cancelamento de 10 por cento de uma opção de compra de ações da Oi e 1,5 milhão de euros de custos operacionais.

“Para a Pharol, o ano de 2016 manterá a tendência do último semestre do ano passado: situação política e econômica difícil no Brasil”, disse o presidente-executivo da empresa, Luís Palha da Silva. “Concentraremos as atenções na melhoria do balanço e da eficiência operacional da Oi, e nossos esforços na redução dos custos da própria Pharol“.

Vale (VALE3, R$ 14,22, -0,42%VALE5, R$ 11,24, -1,14%)
As ações da Vale tiveram pregão volátil em dia de forte noticiário para a mineradora, com leve queda do minério, rumores de pressão política para a saída de Murilo Ferreira, notícias sobre a Samarco e relatório do BTG Pactual ressaltando que o cenário segue desafiador para a companhia. O minério de ferro spot (à vista), negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, fechou em queda de 0,24%, a US$ 50,15.

Segundo a Folha de S. Paulo, a Vale adulterou dados sobre o volume de lama que ela jogava na barragem da Samarco depois do acidente no local, reduzindo a quantidade de resíduo. O jornal cita relatório da Polícia Federal ao qual teve acesso.  Em resposta, a Vale disse que realizou auditoria nos dados informados anteriormente ao governo e fez alterações para corrigir o que era necessário, acrescentando que essas mudanças foram informadas à PF e ao Ministério Público Federal.

Já de acordo com o colunista do jornal O Globo Ancelmo Gois, há uma articulação no meio político para substituir Murilo Ferreira, atual presidente da Vale, por Tito Martins, presidente da Votorantim Metais. Em 18 de maio, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, negou ter tratado sobre substituição com Ferreira, dizendo que falou sobre o setor em encontro com o executivo.

Por fim, em relatório, o BTG Pactual fez uma avaliação sobre o cenário da companhia após as fortes quedas. O banco segue com recomendação neutra para a mineradora, ressaltando que a volatilidade dos preços do minério reduzem a visibilidade do case de investimentos; além disso, os próximos dois anos serão desafiadores para a empresa.

Exportadoras
As ações voltadas à exportação dispararam hoje junto com a escalada do dólar frente ao real. O dólar comercial subiu 0,96%, a R$ 3,6118 na compra e R$ 3,6123 na venda. Na Bolsa, lideraram os ganhos do Ibovespa os papéis da Fibria (FIBR3, R$ 33,40, +5,03%) e Suzano (SUZB5, R$ 14,66, +2,88%) – ambos do setor de papel e celulose. 

A Fibria anunciou aumento de preços do insumo com validade a partir de 1º de junho. Os preços subirão para 710 dólares a tonelada na Europa, 870 dólares na América do Norte e 550 dólares na Ásia. As rivais Eldorado Brasil e Suzano Papel e Celulose anunciaram aumentos na semana passada. Além disso, a companhia informou que elevou a capacidade de produção estimada do projeto Horizonte 2, de expansão da unidade de Três Lagoas (MS), para 1,95 milhão de toneladas anuais, ante 1,75 milhão de toneladas anteriormente.

O presidente-executivo da companhia, Marcelo Castelli, disse em teleconferência que o aumento não eleva o investimento previsto no projeto, cujo cronograma de desembolsos pode ser suavizado. Castelli disse ainda que, devido ao progresso das obras, é possível iniciar as operações antes do previsto: originalmente o quarto trimestre de 2017.

Vanguarda Agro (VAGR3, R$ 12,37, +14,11%)
Após chegar a subir 17,62% na cotação máxima do dia, a ação da Vanguarda Agro desacelerou os ganhos na primeira hora de negociação, mas continuou disparando na Bovespa, em meio ao noticiário sobre possíveis medidas do governo Michel Temer que podem beneficiar a companhia. Nas últimas quatro sessões, as ações da companhia já chegaram a subir 59,38%. Em entrevistas, o novo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Wellington Moreira Franco, destacaram que o governo  buscará rever a restrição de venda de terras a estrangeiros, determinada por um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) de 2010.

Segundo a equipe do BTG Pactual, players detentores de terras, caso da Vanguarda Agro são altamente impactados pois hoje eles têm sua capacidade de monetizar suas terras de forma bastante limitada. “Qualquer mudança nesse sentido é notícia positiva para os players de terras”, disseram em relatório.

BRF (BRFS3, R$ 45,67, +0,37%)
As ações da BRF tiveram pregão volátil com o rebalanceamento do MSCI Brazil, cuja nova carteira passará a vigorar a partir de 1° de junho. Segundo cálculos do Credit Suisse, o rebalanceamento do índice deve provocar neste pregão uma saída de recursos de cerca de US$ 40 milhões no papel. Apesar do fluxo negativo, uma notícia ajuda a contrabalancear o noticiário. Nesta manhã, o JPMorgan elevou a 
recomendação da ação de neutra para overweight (exposição acima da média do mercado). 

Além disso, os executivos da companhia, em reunião na segunda-feira, 30, com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, reafirmaram disposição de continuar investindo no país. A empresa tem plano de expansão no mercado argentino, com previsão de aportes de US$ 292 milhões em 2016. “Estamos convencidos de que o caminho para os próximos anos é o de otimizar o livre comércio de bens e serviços entre os membros do Mercosul e com outros parceiros comerciais, fazendo do Brasil e da Argentina uma plataforma de exportação para o mundo”, disse Pedro Faria, CEO Global da BRF, em nota. De acordo com a companhia, parte dos investimentos previstos para este ano foi aplicada nas aquisições das empresas Campo Austral e Calchaqui e na ampliação e modernização de linhas de produção de outras unidades.

A BRF opera nove unidades de produção, em quatro províncias na Argentina. No primeiro trimestre de 2016, a BRF vendeu 49 mil toneladas de produtos na América Latina, incremento de 4,9% na comparação anual, com receita de R$ 438 milhões, avanço de 11,2%. 

Totvs (TOTS3, R$ 29,62, +3,93%)
As ações da Totvs subiram forte após a recomendação ter sido elevada de neutra para overweight pelo JPMorgan.

Ultrapar e Cosan
Depois que a ANP divulgou queda de 4,4% na comparação anual nos volumes totais da indústria em abril, o Sindicom divulgou os dados das empresas associadas. Ipiranga (do grupo Ultra) viu volumes (ajustados por conteúdo energético) caírem 4,7% em relação ao ano anterior; Raízen (Cosan) teve alta de 3%; BR teve nova queda acentuada de 13,8%.

Segundo o BTG Pactual, o destaque fica claramente para para a Raízen (Cosan) que, continua surpreendendo e outperformando em relação aos seus pares, mesma tendência de trimestres anteriores. O dado de abril já sugere um 2 ° trimestre com a mesma tendência de ganho de participação contra BR Distribuidora e Ultrapar , comentaram os analistas.

Para eles, os preços continuam fortes e as margens seguem preservadas. A notícia, segundo eles, é positiva para a Cosan (CSAN3, R$ 32,83, -0,15%), enquanto para Ipiranga – da Ultrapar (UGPA3, R$ 68,25, -2,78%) – o volume veio abaixo da projeção do banco para o trimestre, que é de retração de 1,2%, e a BR Distribuidora continua apresentando performance muito fraca. 

Embraer (EMBR3, R$ 18,80, +0,80%)
Em Genebra, o presidente da Embraer Frederico Curado alvejou o que classifica de novo tipo de subsídio que a concorrente canadense Bombardier vem recebendo e que já teria feito o construtor brasileiro perder uma encomenda bilionária nos EUA, informa o Valor Econômico. Pelos cálculos da Embraer, o governo canadense tem feito “injeção de capital gigantesca” na Bombardier. Nada menos de US$ 2,5 bilhões foram acertados e estão sendo desembolsados. E a companhia canadense está pleiteando mais US$ 1 bilhão.