Temer mudará CEOs de BB e Petrobras, lucro da Gerdau cai 95%, balanço da Ambev e mais

Confira os principais destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo segue movimentado nesta quarta-feira (4), com destaque para a temporada de resultados e para as falas do vice-presidente Michel Temer, que poderá assumir a presidência em breve caso Dilma Rousseff seja afastada pelo Senado. Confira as principais notícias: 

Petrobras
Em entrevista ao jornal O Globo, o vice-presidente (e potencial presidente) Michel Temer afirmou que deve mudar o comando da Petrobras (PETR3;PETR4), atualmente exercido por Aldemir Bendine. As notícias dos últimos dias apontavam que Bendine seria mantido, pelo menos por enquanto, no comando da petroleira. 

“O novo presidente da Petrobras será um executivo provado no mercado, reconhecido por todos. Não será indicado por partidos. Já tenho dois nomes na cabeça. Mas não serão anunciados junto com o ministério. Não é preciso rupturas. Dentro de um mês, ou um pouco mais, o nome vai se tornar público. Com o Banco do Brasil, é a mesma coisa. Não haverá indicações de partidos, e o escolhido será anunciado dentro de um mês. Quanto ao Banco Central, o (Henrique) Meirelles escolherá o sucessor do (Alexandre) Tombini. Mas, da mesma forma, sem ser no primeiro momento”, afirmou o vice. 

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A Petrobras anunciou nesta terça-feira a venda de ativos de petróleo e distribuição de combustíveis na Argentina e no Chile pelo valor total de aproximadamente US$ 1,4 bilhão, dando prosseguimento ao seu programa de desinvestimentos. A estatal brasileira concluiu a venda de sua participação total na Petrobras Argentina, de 67,2%, para a Pampa Energía por US$ 892 milhões. A negociação entre as duas companhias já havia sido anunciada anteriormente. A Petrobras Argentina está entre os quatro maiores produtores de petróleo e gás do país vizinho e tem amplas operações de distribuição.

A Petrobras ressaltou que vai manter 33,6% da concessão de Rio Neuquen, “com grande potencial de produção de gás natural”, na Argentina, e de 100% dos campos de gás natural de Colpa Caranda, na Bolívia. A Petrobras disse também que acertou a venda de 100% da distribuidora de combustíveis Petrobras Chile Distribución para a empresa de private equity Southern Cross Group, por cerca de US$ 490 milhões. O valor final da operação vai depender de ajustes de preços entre as duas empresas. A Chile Distribución possui 279 postos de serviço, além de oito terminais próprios de distribuição e operações em 11 aeroportos, entre outros ativos. Os dois negócios dependem de aprovação de órgãos reguladores de mercado, destacou a Petrobras.

Ambev
A gigante de bebidas Ambev (ABEV3) teve lucro líquido de R$ 2,89 bilhões de janeiro a março, queda de 2,3% sobre o mesmo período do ano anterior, diante de maior despesa financeira e com o desempenho negativo no Brasil pesando apesar de resultados sólidos no exterior. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado ficou em R$ 5,26 bilhões, avanço anual de 3,8 por cento, informou a empresa nesta quarta-feira.

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A receita líquida avançou 7,4%, a R$ 11,57 bilhões, enquanto o volume vendido consolidado caiu 7,5%. A empresa teve um início de ano fraco no Brasil, com queda de 8,5 por cento no volume vendido no país e com baixa de 10% no volume de cerveja. Além do cenário recessivo da economia, a empresa disse que foi impactada pela base difícil de comparação com o Carnaval mais cedo e aumentos de preço para mitigar impostos, o que também levou a perda na participação de mercado. 

“Nossos resultados do primeiro trimestre confirmaram que 2016 será um ano desafiador”, disse a empresa, acrescentando porém, que o desempenho do primeiro trimestre havia sido antecipado.

Conforme destaca o BTG Pactual, a companhia reportou resultado fraco, com destaque para a performance ruim de cerveja no Brasil. “A companhia reiterou guidance ao Brasil, sugerindo que o fraco primeiro trimestre já era esperado. Também sinalizaram que mês de abril foi bom, apontando recuperação de volumes. Ainda assim, seguimos cautelosos com o papel, com pressão de top line e de custos atrapalhando números para frente. O cenário macro ruim não ajuda e vemos riscos de downside para os nossos números e, principalmente para o consenso. A recomendação neutra segue mantida”, afirma o banco. 

Gerdau
A Gerdau (GGBR4) divulgou uma queda de 94,8% do lucro líquido no primeiro trimestre de 2016 na comparação com o mesmo período do ano anterior, passando de R$ 267 milhões para R$ 14 milhões. A receita líquida, por sua vez, caiu 3,5%, para R$ 10,085 bilhões. O Ebitda ajustado caiu 15,9%, a R$ 930 milhões.  Segundo o BTG, a primeira leitura é de um resultado em linha, com o Brasil melhorando um pouco e os EUA piorando um pouco para os números da empresa. “Mantemos recomendação de compra, na expectativa de resultados melhores a frente”, afirma o BTG.

Arezzo
A Arezzo (ARZZ3) divulgou o resultado do primeiro trimestre, com um lucro líquido de R$ 14,7 milhões, queda ante os R$ 18,1 milhões dos primeiros três meses de 2015. A receita líquida foi de R$ 257,5 milhões, ante R$ 236,2 milhões na base de comparação anual. O Ebitda foi de R$ 26,3 milhões, ante estimativa de R$ 27,1 milhões e resultado anterior de R$ 28,1 milhões. 

BR Properties
A BR Properties (BRPR3) teve uma receita líquida de R$ 127,0 milhões, 5% acima do registrado no mesmo período do ano passado, considerando as mesmas propriedades. O Ebitda ajustado alcançou R$ 102,1 milhões no trimestre, com margem de 80%.

O lucro líquido ao final do período foi de R$ 106,6 milhões, alta de 254% na comparação anual. 

Gol
A companhia aérea Gol (GOLL4) informou nesta quarta-feira que está renegociando a vasta maioria de sua dívida, bem como obrigações decorrentes de contratos de leasing, o que envolve discussões com titulares de debêntures e acordos com a Delta Air Lines e a Boeing.

Com a Boeing, a Gol disse que acertou flexibilidade adicional nas futuras entregas de aeronaves, o que irá representar um alívio significativo para a companhia em termos de fluxo de caixa.

Destaque ainda para outra notícia que pode mexer com as companhias aéreas. Segundo a Folha de S. Paulo, o possível governo de Michel Temer vai apoiar no Congresso que estrangeiras possam ter controle total sobre companhias aéreas brasileiras sem que seus países ofereçam o mesmo ao Brasil.

Vale
A ação da Vale (VALE3;VALE5) deve sofrer hoje em meio à queda do minério de ferro, superior a 5%, e da notícia de que o MPF entrou com ação contra a companhia, a BHP e a Samarco, pedindo R$ 155 bilhões. “O número assusta e parece muito alto, mas não acreditamos que uma perda dessa magnitude ocorra – assumindo metade desse valor para a Vale, estaríamos falando de quase 80% do market cap da empresa”, destaca o BTG.

São Martinho
A São Martinho (SMTO3) foi incluída à ‘Brazil Buy List’ do Itaú BBA. A companhia do setor de açúcar e etanol substitui EDP Energias do Brasil, que foi removida da lista, segundo relatório. 

A São Martinho oferece margem Ebitda acima da média para o setor; além disso, o potencial de ganho da ação e robusta geração de Fluxo de Caixa Livre sustentam recomendação outperform

“A queda do preço do etanol no início da próxima safra e as discussões sobre o potencial aumento de impostos provavelmente vão dominar as manchetes do setor”, afirma o Itaú BBA. Os analistas dizem que desempenho das ações da lista foi negativo em 1,2% desde sua criação em agosto de 2014, enquanto Ibovespa caiu 14,7%. Outras ações que integram a lista são Banco do Brasil, Bradesco, BB Seguridade, entre outras

Via Varejo
Em comunicado, a Via Varejo (VVAR11) informou que a CBD negou qualquer negociação para venda de fatia. Na véspera, o Valor Econômico noticiou que Michael Klein, da família fundadora da Casas Bahia, voltou a se movimentar na tentativa de obter o controle da Via Varejo, que reúne as lojas físicas de Casas Bahia e Ponto Frio. Segundo o jornal, Klein teria sondado o mercado para avançar numa negociação com o apoio de bancos – como um possível financiamento do Bradesco. As conversas envolveriam também a aquisição do controle da empresa de comércio eletrônico Cnova, diz o jornal. 

Rumo
As ações da Rumo (RUMO3) foram reiniciadas com outperform pelo Bradesco BBI.  

BR Malls
Em comunicado enviado ao mercado, a BR Malls (BRML3) informou que Wellington Manag. passou a ter 5,45% do capital da companhia. 

Energias do Brasil
A Energias do Brasil (ENBR3) aprovou aumento de capital de até R$ 1,5 bilhão. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.