BB Seguridade cai e Oi dispara 11% na semana, enquanto CSN avança 84% em abril; veja mais

Confira os principais destaques da Bolsa nesta sexta-feira (29) Hering dispara até 7% e educacionais sobem com Fies; 5 ações reagem a resultados

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após forte volatilidade no início do pregão, o Ibovespa fechou no campo negativo em dia de destaque para a temporada de resultados corporativos, com diversas empresas refletindo seus números do primeiro trimestre. Entre as ações que pressionam o índice estão os bancos – setor com maior participação no benchmark – e a Petrobras.

Entre os resultados, destaque para a Embraer, que afundou até 9% após divulgar seu resultado. A resposta para a queda, no entanto, não está no balanço em si, que até veio acima do esperado, segundo analistas. O temor dos investidores é o que está por vir nos próximos trimestres. Em teleconferência sobre balanço, o CEO da empresa, Fred Curado, disse que a companhia vai enfrentar potenciais “ventos contrários” do câmbio com corte de custos. Enquanto isso, a Hering teve um dos maiores ganhos do Ibovespa, apesar do resultado considerado fraco. A companhia mostrou queda em todas as linhas de seu balanço no 1° trimestre. O lucro líquido da varejista caiu 29,5% no 1° trimestre de 2016, indo para R$ 29,27 milhões, enquanto a receita líquida recuou 9,4%, para R$ 314,35 milhões no período. 

Apesar da queda nesta sexta-feira, o Ibovespa fechou a semana com ganhos de 1,90% na semana. O destaques de alta da semana ficou com a Oi (OIBR4), que viu seus papéis dispararem 10,87% no período após a companhia confirmar na última segunda-feira (25) o acordo de confidencialidade para que a Moelis & Company assessore um grupo de detentores de bônus emitidos pela companhia e algumas de suas afiliadas com vistas à reestruturação da dívida da companhia brasileira. Conforme a Oi, o acordo de confidencialidade celebrado com a Moelis “configura passo inicial para discussões produtivas e ágeis” sobre uma potencial reestruturação financeira da operadora. 

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Como destaque de queda, esteve a BB Seguridade (BBSE3), que foi rebaixada pelo UBS e pelo Credit Suisse nesta semana, fechando o período com queda de 11,11%, sendo seguida pela Natura (NATU3), que teve baixa de 9,73% no mesmo período em meio aos resultados decepcionantes do primeiro trimestre deste ano. No mês, o destaque de queda ficou para a JBS (JBSS3, R$ 9,04, -17,44%), enquanto o destaque de alta foi a CSN (CSNA3, R$ 13,14, +83,78%). Em abril, o benchmark da bolsa brasileira subiu 7,70%. Para ver mais, acesse: O curioso caso da CSN: a alta de 140% em 2016 que ninguém previu

Confira os destaques do pregão desta sexta-feira (29):

Embraer (EMBR3, R$ 20,57, -3,88%)
As ações da Embraer desabaram até 9% nesta sessão, após balanço do 1° trimestre. Mas o movimento, contudo, não esteve relacionado com o resultado em si, que até veio acima do esperado, segundo analistas. O temor dos investidores estava focado nos próximos trimestres da empresa. Em teleconferência sobre balanço, o CEO da empresa, Fred Curado, disse que a companhia vai enfrentar potenciais “ventos contrários” do câmbio com corte de custos.

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Para analistas, os investidores estão focados agora no que está por vir nos próximos trimestres, com a apreciação do real frente o dólar devendo impactar as margens da empresa, assim como a concorrência com outras empresas do setor parecendo mais agressivas.

No trimestre, a fabricante de aeronaves registrou lucro líquido atribuído aos acionistas controladores da companhia de R$ 385,7 milhões, revertendo prejuízo de R$ 196,1 milhões apresentado no mesmo período do calendário anterior. Enquanto isso, a margem líquida da companhia ficou em 7,6%, comparada a uma margem negativa de 6,4% no primeiro trimestre de 2015.

Segundo a companhia, a queda dessa despesa se deu especialmente pelo efeito da valorização de 9% do real frente ao dólar no primeiro trimestre, que gerou um crédito de Imposto de Renda e contribuição social sobre itens não monetários.

As receitas líquidas entre janeiro e março alcançaram R$ 5,05 bilhões, com aumento de 64,5% sobre o mesmo intervalo do ano anterior. Já O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) cresceu 50% no comparativo anual, para R$ 643,8 milhões.

Cia. Hering (HGTX3, R$ 14,06, +2,25%)
As ações da Cia Hering dispararam até 7% nesta manhã, apesar do fraco resultado no 1° trimestre. Segundo operadores, o movimento pode ser mais técnico do que por conta do balanço em si. Entre os motivos citados, estão: 1) aluguel das ações que teria “secado” no mercado, forçando investidores vendidos a desmontar posições; e 2) a saída da ação do Ibovespa – na carteira que vai passar a vigorar na segunda-feira -, que pode ter forçado fundos que estavam posicionados em estratégias de “cash and carry invertido” a comprarem os papéis da varejista (para a explicação completa clique aqui).  

No 1° trimestre, a companhia mostrou queda em todas as linhas de seu balanço. O lucro líquido da varejista caiu 29,5% no 1° trimestre de 2016, indo para R$ 29,27 milhões, enquanto a receita líquida recuou 9,4%, para R$ 314,35 milhões no período.

A empresa viu suas vendas no segmento “mesmas lojas” (que considera lojas abertas há mais de um ano) caíram 5,5% no trimestre.O Ebitda recuou 22,6% no trimestre, indo para R$ 36,49 milhões, levando a margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) para retração de 2 ponto percentual, passando de 12% para 9,3%. 

Segundo a varejista, as incertezas sobre o cenário de vendas continuarão a ter impacto sobre os resultados da empresa em 2016. “Por mais um trimestre os efeitos do declínio do cenário macroeconômico exerceram influência negativa no desempenho de franquias e multimarcas”, disse a empresa em seu relatório de resultados, acrescentando que o desempenho das marcas continua afetado pela retração do consumo e da renda. Segundo a Cia Hering, “a desaceleração da economia se intensificou no início do ano” e isso aumenta as incertezas em relação às vendas em 2016.

Petrobras (PETR3, R$ 13,27, -2,21%; PETR4, R$ 10,23, 0%)
Assembleia de acionistas da Petrobras aprovou na quinta-feira Luiz Nelson Guedes de Carvalho, economista e contador, para seguir na presidência do Conselho de Administração da estatal, conforme indicação do controlador, o governo federal.

Acionistas também aprovaram outros nomes indicados pelo governo, como AldemirBendine, presidente-executivo da Petrobras, numa assembleia que manteve a maioria dos conselheiros, segundo ata divulgada na noite de quinta-feira. O prazo de gestão dos novos membros do conselho é de dois anos. A assembleia aprovou ainda uma reforma de estatuto social da empresa, com um novo modelo de governança.

Além disso, segundo o Estadão, a Liquigás, distribuidora e comercializadora de botijão de gás da Petrobras, começa a receber na semana que vem propostas para a venda de seu controle. Vice-líder nesse segmento, a companhia é cobiçada pelos seus principais concorrentes. A Ultragaz, do grupo Ultra; a Supergasbrás, do grupo holandês SHV, terceiro do setor; além da Copagaz, do empresário Ueze Zahan, estão entre os principais interessados no negócio, avaliado entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão, segundo o jornal.

Vale (VALE3, R$ 19,69, -0,51%; VALE5, R$ 15,74, +1,22%)
A mineradora começou o dia em alta seguindo a disparada do minério de ferro spot (à vista), negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, que fechou em alta de 5,31%, a US$ 66,24. A cotação do minério é um importante balizador para o desempenho das ações da Vale, já que é o seu principal produto. Porém, ao longo do dia, as ações da mineradora amenizaram, com o papel PNA fechando em alta de 1,22% e a ação ordinária em leve queda. 

BRF (BRFS3, R$ 49,20, +0,41%)
O lucro líquido da BRF, maior exportadora de carne de frango do mundo e uma das maiores fabricantes de alimentos processados do país, caiu 91,5% no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2015, para R$ 39 milhões. O resultado refletiu um forte aumento das despesas financeiras, principalmente devido à variação cambial, e também uma piora do resultado operacional.

O resultado financeiro da companhia ficou negativo em R$ 604 milhões, ante R$ 108 milhões negativos um ano antes, disse a companhia em seu relatório de resultados. Somente com a variação cambial, a empresa perdeu R$ 202 milhões no trimestre.

Educacionais
As ações da Kroton (KROT3, R$ 12,80, +0,71%) e da Estácio (ESTC3, R$ 11,87, +4,58%) ficaram entre os maiores ganhos do dia após o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) prorrogar para 31 de maio o prazo para realização dos aditamentos de renovação semestral dos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) do primeiro semestre de 2016.

Também foi prorrogado para a mesma data o prazo para a realização de transferência integral de curso ou de instituição de ensino e solicitação de ampliação do prazo de utilização do financiamento para o primeiro semestre deste ano. As alterações foram publicadas em portaria nesta sexta-feira no Diário Oficial da União.

Nos últimos dias, diversas novidades sobre o Fies foram apresentadas e ajudaram a impulsionar os papéis do setor.

SulAmérica (SULA11, R$ 16,75, +8,70%)
A SulAmérica chegou a subir 9% neste pregão, apesar do resultado ter ficado aquém do esperado pelos analistas. A companhia registrou lucro líquido de R$ 105,9 milhões no 1° trimestre, alta de 2,4% na comparação com o mesmo período de 2015. As receitas totais operacionais acumularam R$ 3,9 bilhões, sendo R$ 3,7 bilhões da área de seguros. Dentro desse segmento, a parte de seguros de saúde e odontológico atingiram receita de R$ 2,9 bilhões no período, crescimento de 13,5% na mesma base de comparação.

Para o BTG, o resultado foi fraco, abaixo do esperado e consenso do mercado. O crescimento e sinistralidade de saúde até surpreenderam positivamente, mas o auto e despesas foram piores que esperado, comentaram os analistas, que mantiveram recomendação de venda para a ação.

No período, o índice de sinistralidade da companhia atingiu 76,7% no 1° trimestre de 2016, contra 77,5% no mesmo trimestre de 2015. O ROAE (Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido) da companhia alcançou 15,9%, aumento de 0,9 ponto percentual.

Usiminas (USIM5, R$ 2,50, +1,63%) e CSN (CSNA3, R$ 13,14, +1,39%)
A assembleia de acionistas da Usiminas ampliou de 10 para 11 lugares o Conselho de Administração da companhia, que terá como presidente Elias Brito, candidato indicado pela Ternium. O novo conselho da Usiminas passa a incluir dois conselheiros indicados pela rival CSN. A outra vaga de acionistas minoritários ficou com representante indicado pelo BTG Pactual, com apoio da massa falida do Banco Econômico, disseram as fontes, que pediram anonimato.

Raia Drogasil (RADL3, R$ 55,04, +0,07%)
A Raia Drogasil encerrou o primeiro trimestre de 2016 com lucro líquido de R$ 90,1 milhões, o que representa um aumento de 27,4% na comparação com os três primeiros meses de 2015. A estimativa dos analistas consultados pela Bloomberg era de R$ 90,5 milhões.

O lucro líquido ajustado, que considera o benefício de amortização de ágio, foi de US$ 100,8 milhões, alta de 23,8%. A companhia concluiu, em 1° de outubro, a aquisição de 55% de participação da empresa 4Bio. A receita líquida da companhia cresceu 25,5% no período, passando de R$ 2,004 bilhões para R$ 2,515 bilhões, com destaque para as vendas do segmento de perfumaria, que subiram 27,3%. As vendas no conceito mesmas lojas tiveram alta de 16%.