Alerta para a Petrobras no pré-sal e balanços de Fibria e Bradesco; mais 11 no radar

Estatal é mais uma destaque; hoje, ela fará entrevista coletiva e deve anunciar cortes

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A agenda econômica é bastante movimentada no Brasil nesta quinta-feira, mas o noticiário corporativo de hoje também chama a atenção. 

A Petrobras é mais uma vez destaque. Na noite de ontem, a estatal convocou uma entrevista coletiva para hoje às 10h (horário de Brasília).

A companhia anunciou nesta manhã, como já esperado na véspera, uma revisão em seu modelo de gestão e governança, o que acarretará na demissão, segundo a própria empresa, de pelo menos 30% dos cargos gerenciais em áreas não operacionais.

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Em comunicado divulgado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a companhia informou que seu Conselho de Administração aprovou o novo modelo de gestão e governança. “A revisão do modelo ocorre em função da necessidade de alinhamento da organização à nova realidade do setor de óleo e gás e da priorização da rentabilidade e disciplina de capital”, disse a empresa.

De acordo com a companhia, a reestruturação envolve a fusão de áreas, centralização de atividades, novos critérios para a indicação de gerentes executivos e responsabilização formal de gestores por resultados e decisões. “A diminuição de custos com esse conjunto de iniciativas poderá alcançar R$ 1,8 bilhão por ano e haverá uma redução estimada de pelo menos 30% no número de funções gerenciais em áreas não operacionais”, diz a nota. A companhia possui cerca de 7,5 mil funções gerenciais aprovadas, das quais 5,3 mil em áreas não operacionais.

Vale ressaltar que o fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, colocou seu investimento na Petrobras sob observação após o envolvimento da estatal no maior escândalo de corrupção do Brasil.

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O fundo de mais de 800 bilhões de dólares, encarregado da gestão dos recursos provenientes do petróleo na Noruega, disse nesta quinta-feira que a decisão ocorreu com base no seu conselho de ética.

No fim de 2014, o fundo detinha fatia de 163 milhões de dólares na Petrobras International Finance, subsidiária incorporada em Luxemburgo, e participação de 38 milhões de dólares na Petrobras Global Finance, incorporada na Holanda, segundo o relatório anual do banco.

E, segundo o jornal Valor Econômico, a Petrobras registrou poço seco em área central de Libra. O jornal destacou que a estatal comunicou à ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) a sua nona descoberta de petróleo no Campo de Libra, o maior projeto no pré-sal brasileiro, leiloado pelo governo por R$ 15 bilhões em 2013. Contudo, o banco de dados de exploração e produção da ANP, que reúne todo o histórico de perfurações da indústria petrolífera, mostra que Libra não tem dado apenas notícias boas e que a estatal perfurou um poço seco no campo, no ano passado. 

O resultado ruim no quarto poço perfurado está longe de atestar o fracasso de Libra, que ainda está ainda em fase inicial de exploração e considerado pela indústria um dos maiores campos do mundo. “Mas o sinal de alerta foi ligado. Isso porque o poço seco, abandonado definitivamente, foi perfurado na área central do campo, o que coloca em dúvida a ideia de que o reservatório gigante de Libra é homogêneo e tem óleo distribuído por toda sua estrutura”, informa o jornal.

Por fim, os bancos credores da Sete Brasil, criada para construir e administrar as sondas da Petrobras no pré-sal, fecharam acordo para prorrogar por quatro meses a dívida da empresa, que já chega a R$ 14 bilhões. Uma das exigências para o novo prazo foi receber R$ 4,2 bilhões da garantia dos financiamentos, segundo O Estado de S. Paulo. O pagamento será feito com recursos do Fundo de Garantias para a Construção Naval (FGCN), administrado pela Caixa.

Fibria
A Fibria (FIBR3), empresa de melhor desempenho do Ibovespa em 2015 com alta de 71%, anunciou seus resultados do quarto trimestre na noite de quarta-feira (27) e reportou uma receita recorde no ano de R$ 10,08 bilhões, uma alta de 42% ante os R$ 7,08 de 2014. Considerando apenas os três últimos meses, a receita bateu R$ 2,98 bilhões, um aumento de 49% contra o mesmo período do ano anterior.

Enquanto isso, a companhia de celulose conseguiu reverter o prejuízo de R$ 128 mil do quarto trimestre de 2014 em um lucro de R$ 910 mil no fim do ano passado. No ano, o lucro atingiu R$ 357 mil, uma alta de 119%. Segundo a empresa, este valor “será majoritariamente destinado para pagamento de dividendos”.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês) ajustado também atingiu um recorde para o período de 12 meses, atingindo R$ 5,3 bilhões, representando um crescimento de 91% do montante registrado em 2014. No quarto trimestre, o Ebitda ajustado foi de R$ 1,6 bilhão.

A robusta evolução de 351% na geração de fluxo de caixa livre em 2015 também foi outro destaque nos resultados da companhia ao registrar o recorde de R$ 2,9 bilhões, sem considerar os pagamentos de dividendos, o investimento no projeto Horizonte 2, e a compra de terras realizada no final do ano. Desse total, R$ 866 milhões foram gerados no último trimestre do ano.

“O ano de 2015 marca uma nova fase da nossa história, com decisões estratégicas importantes rumo a um novo patamar de competitividade e aumento de capacidade operacional. Com o projeto Horizonte 2, que segue dentro do cronograma, iremos ampliar nossa posição de liderança global no setor de celulose”, disse o presidente da Fibria, Marcelo Castelli.

Conforme destaca o Bradesco BBI, os resultados em linha foram impulsionados principalmente pelos preços da celulose mais efetivos em
reais por tonelada, com a depreciação de 9% do real mais do que compensando os preços menores em dólares.

Bradesco
 O Bradesco (BBDC3BBDC4) anunciou nesta quinta-feira (28) um aumento de 14% em seu lucro líquido no acumulado anual, passando de R$ 15,08 bilhões em 2014 para R$ 17,19 bilhões no ano passado. No quarto trimestre, os ganhos cresceram em relação ao três meses anteriores. De R$ 4,12 bilhões, o lucro passou para R$ 4,35 bilhões, alta de 5,6%.

A carteira de crédito expandida no último trimestre somou R$ 474,0 bilhões, mostrando estabilidade em relação ao trimestre anterior. As micro, pequenas e médias empresas e as grandes empresas registraram queda de 1,2% e de 0,8%, respectivamente. Já a pessoa física cresceu 1,7% no período.

O índice de inadimplência das operações com atrasos superiores a 90 dias, aumentou, principalmente, em função do menor ritmo de crescimento da carteira de crédito e pelo processo de desaceleração da atividade econômica. De setembro para dezembro, a taxa subiu de 3,81% para 4,06%.

No 4º trimestre de 2015, a despesa de provisão para devedores duvidosos chegou a R$ 4,192 bilhões, uma alta de 8,8% frente ao 3º trimestre, “devido, em boa parte, à inadimplência no período, decorrente, principalmente, da desaceleração da atividade econômica”, diz o balanço.

BTG Pactual
O Grupo BTG Pactual (BBTG11) planeja cortes de até 25% de sua equipe sediada no Brasil, afirmou uma fonte com conhecimento direto do assunto à Reuters na quarta-feira, parte do esforço para adaptar seu quadro de pessoal ao novo tamanho do balanço após a venda de ativos disparada com a prisão em novembro do fundador do grupo, André Esteves. 

Segundo a fonte, que pediu anonimato por causa da sensibilidade do assunto, o BTG Pactual tem cerca de 1.500 funcionários baseados em São Paulo, Rio de Janeiro e outras cidades no país. O anúncio dos cortes deve ocorrer na quinta-feira, acrescentou a fonte.

A expectativa é que os cortes atinjam todas as áreas, incluindo atividades principais como banco de investimentos, tesouraria e gestão financeira, adicionou a fonte. O BTG Pactual, excluindo a unidade de private baking BSI Group, baseada na Suíça, tinha cerca de 3.300 empregados ao final de dezembro. Alguns funcionários já foram alertados sobre suas demissões no início da semana, disse a fonte.

B2W e Lojas Americanas
A recomendação para as ações da B2W Digital (BTOW3) e da Lojas Americanas (LAME4) foi rebaixada de neutra para underweight (exposição abaixo da média) pelo JPMorgan. O preço-alvo para as Lojas Americanas é de R$ 13,50, enquanto o preço-alvo para a B2W é de R$ 12,50 para 18 meses. 

Construtoras
A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou ontem os ratings da Brookfield, Even (EVEN3) e Gafisa (GFSA3). As ações negativas de rating refletem a percepção da Moody’s de um aumento geral de risco de crédito
para as incorporadoras residenciais brasileiras com a desaceleração nas atividades de construção e uma prolongada deterioração no mercado imobiliário, segundo o relatório. A 
Brookfield teve rating corporativo rebaixado de B1 para B3, a Even teve rating corporativo rebaixado de Ba3 para B1 e a Gafisa teve nota reduzida de B1 para B2.

Usiminas
A Moody’s cortou o rating da Usiminas (USIM5) em dois degraus, de “B2” para “Caa1”, mantendo a nota em revisão para possível novo rebaixamento. O corte reflete a contínua deterioração dos fundamentos do mercado siderúrgico no Brasil e a reduzida capacidade da Usiminas de gerar fluxo de caixa a partir de suas operações, o que eleva pressões de liquidez. A agência acredita que as operações da siderúrgica devem permanecer pressionadas ao menos até o fim de 2016.

JBS (JBSS3)
A JBS USA disse não ter planos de fechar plantas de processamento, segundo Cameron Bruett, diretor de sustentabilidade, em conferência do setor em San Diego.

Suzano
A Suzano Papel e Celulose (SUZB5) disse que a aquisição de 7,5 milhões de metros cúbicos de florestas de eucalipto em Tocantins da Eco Brasil deverá atingir montante de cerca de R$ 400 milhões, que serão pagos conforme a colheita da madeira, prevista para ocorrer substancialmente entre 2018 e 2020.

“Portanto, o Capex (investimento) total dependerá da efetiva confirmação dos volumes contratados”, informou a assessoria de imprensa da companhia, que anunciou o negócio na noite de quarta-feira. A operação tem como meta aumentar o abastecimento de madeira da Unidade Imperatriz, no Maranhão.

Elétricas
A Bandeirante Energia (EBEN4) aprovou a emissão de R$ 100 milhões em debêntures. Já a Celesc (CLSC4) aprovou a emissão de R$ 150 mi em debêntures.


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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.