Usiminas ON salta 20%, elétricas sobem até 6% e Rumo afunda 25%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sexta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa encerrou em alta nesta sexta-feira (22), embora longe da máxima do dia com as ações da Petrobras e Vale, virando para queda, depois de subirem até 7% no maior patamar desta sessão. Segunda-feira é feriado em São Paulo e a Bovespa ficará fechada, o que fez com que muitos investidores zerassem posições com temor do que possa sair lá fora e mexer no mercado interno terça-feira que vem. 

Isso ajudou, em parte, as ações da estatal se descolarem completamente da disparada dos preços da commodity. O petróleo Brent encerrou em alta de 9,33%, a US$ 31,95 o barril, com ânimo dos mercados internacionais e cobertura de posições vendidas. Segundo o analista Flávio Conde, da consultoria Whatscall, o feriado pode ter ajudado parcialmente esse descolamento da Petrobras com os preços do petróleo, mas algum grande player também deve ter contribuído para os papéis afundarem dessa maneira, reduzindo exposição na ação.  

Do lado positivo do índice, destaque para as ações das elétricas, Copel (CPLE6, R$ 19,00, +6,15%), CPFL Energia (CPFE3, R$ 14,74, +4,69%) e Cesp (CESP6, R$ 11,80, +4,42%), que lideraram a ponta positiva do Ibovespa. Um relatório do BTG Pactual de hoje apontava as elétricas como um dos grandes “calls” para o momento: além de proteger da inflação, essas ações entregam dividendos atrativos e já estão bastante descontadas em Bolsa. 

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As 14 ações que se protegem do provável cenário de disparada do dólar e da inflação

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 6,21, -1,27%; PETR4, R$ 4,41, -2,00%)
As ações da Petrobras perderam força e fecharam no negativo, apesar da disparada do petróleo, após o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, indicar ontem que a instituição pode ampliar sua política de relaxamento monetário nos próximos meses. 

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Além disso, em resposta às perguntas feitas pela Bloomberg na noite de ontem, a Petrobras  disse que a produção da plataforma P-31 segue interrompida temporariamente e não há riscos às pessoas, aos equipamentos e nem ao meio ambiente. O vazamento de água oleosa, detectado na terça-feira na casa de bombas, foi estancado, disse a Petrobras.

A companhia informou o incidente às autoridades competentes e constituiu um grupo de trabalho composto por engenheiros da companhia e representante dos empregados para a avaliação do incidente. As equipes de manutenção trabalham no reparo definitivo da linha afetada e a produção será retomada após avaliação da equipe técnica. 

Destaque ainda para a notícia de que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira resolução para “determinar à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que mantenha a atual sistemática de apuração dos preços mínimos do petróleo, considerados para o efeito do cálculo dos valores a serem pagos a título de royalties ou de Participação Especial, pelo menos até que a cotação do Petróleo Brent Dated alcance o patamar de US$ 50,00 por barril, considerando a média de sete dias consecutivos”.

Siderúrgicas
Apesar do recuo da Petrobras e Vale, os papéis das siderúrgicas seguraram os ganhos nesta sessão, com Usiminas (USIM5, R$ 1,00, +2,04%), Gerdau (GGBR4, R$ 3,32, +0,30%) e CSN (CSNA3, R$ 3,45, +3,92%).

No radar das companhias, a Gerdau teve a perspectiva de rating revisada pela S&P de estável para negativa. Em comunicado, a S&P explicou que o excesso de oferta nos EUA e a fraca demanda no Brasil pressionaram os lucros das companhias, ao mesmo tempo em que a desvalorização do real prejudicou os níveis de alavancagem. 

Além disso, a Usiminas aprovou em Assembleia Geral Extraordinária a alteração dos artigos 12 e 28 do Estatuto social da empresa para mudar a forma de eleição de representante dos empregados no conselho de administração, que se dará diretamente pelo voto dos próprios empregados e aposentados da companhia, da Usiminas Mecânica e também da Previdência Usiminas. Também foi eleito Yoichi Furuta e Oscar Montero Martinez para o conselho no lugar dos titulares Eiji Hashimoto e Daniel Agustín Novegil, que renunciaram em 29 de julho e 27 de agosto do ano passado.

Por fim, o Ministério Público Federal em Volta Redonda (RJ) instaurou inquérito civil para acompanhar as medidas de saúde relacionadas aos impactos da poluição sonora e atmosférica causada pela fábrica de cal da CSN no bairro Siderville. Os moradores relataram ao MPF, em reunião realizada no ano passado, que muitos sofrem problemas respiratórios e alérgicos e alguns são dependentes de medicamentos específicos. Na visita, a equipe do MPF pôde constatar o ruído produzido pela fábrica e sentir incômodos nos olhos e no nariz. 

Usiminas (USIM3, R$ 3,91, +19,21%; USIM5, R$ 1,00, +2,04%)
As ações ordinárias da Usiminas dispararam até 22% nesta sessão, misteriosamente, descolando completamente dos papéis preferenciais, que tiveram alta bem mais amena. Procurados pelo InfoMoney, analistas não souberam justificar o movimento. Até ontem, a ação ordinária da Usiminas caía mais de 50% nos últimos 30 dias. 

Operadores do BTC também ressaltaram que não há nenhuma movimentação anormal com o aluguel das ações. “Faz tempo que não vemos demanda pelo aluguel do papel. A posição short está em 330.000 ações apenas”, disse um deles. 

B2W (BTOW3, R$ 13,04, -0,69%)
Para o Credit Suisse, a B2W – que reúne as marcas Americanas.com, Submarino, Shoptime e Sou Barato – pode se beneficiar marginalmente da notícia da Cnova sobre a saída de seu co-presidente, German Quiroga, e o fim da estrutura de dois co-CEOs, fazendo com que Emmanuel Grenier seja o único presidente da companhia. 

Segundo os analistas do banco, apesar de ainda queimar caixa, a B2W parece estar com uma estrutura mais sólida, mostrando crescimento de vendas e margens relativamente estáveis, o que pode tornar a notícia marginalmente positiva para a empresa. Na bolsa, no entanto, os papéis vêm de uma longa queda, acumulando desde setembro de 2014 desvalorização superior a 60%. 

Vale (VALE3, R$ 9,03, -1,20%; VALE5, R$ 6,73, -1,90%)
As ações da Vale perderam força nesta tarde e viraram para queda, se afastando do otimismo externo e alta da commodity. Hoje, o minério de ferro subiu 2,2% no porto de Qingdao, na China, indo a US$ 42,20 a tonelada. 

Pesam sobre a empresa notícia de que a Moody’s colocou o rating da empresa em revisão para possível rebaixamento e temor do mercado sobre o impacto do fechamento do porto de Tubarão, no Espírito Santo. Descoladas do movimento, as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 3,14, +0,64%), holding que detém participação na Vale, seguem em alta. 

A Vale foi notificada ontem que a Justiça Federal suspendeu temporariamente suas atividades e da ArcelorMittal Brasil no Píer II (minério de ferro) e no Píer de Carvão (Praia Mole), no Espírito Santo, até que sejam tomadas medidas eficazes para evitar a emissão de poeira de carvão no ar e pó de minério do mar.

Segundo o BTG Pactual, esse porto é relevante para a empresa (responsável por 105 milhões de toneladas em 2015 – um terço das exportações da Vale) e a notícia traz preocupação. “Se esta questão se perdurar por mais tempo, pode fazer preço no minério de ferro (curva do minério já subindo)”, disseram os analistas.

Já o Bradesco BBI destacou que, se o fechamento do porto durar mais quatro dias, a Vale terá que suspender operações no Sistema Sudeste, diz relatório de analistas incluindo Alan Glezer. A mineradora já entrou com recurso, que deve ser julgado em 2 a 3 dias. Se não cumprir a determinação da justiça, a Vale poderá multada em até 2/30 da receita da unidade. 

Além disso, a Vale informou hoje que vai divulgar seu balanço do 4° trimestre dia 25 de fevereiro, às 06h00 (horário de Brasília). O relatório de produção será divulgado dia 18 de fevereiro, antes da abertura do pregão. 

Minerva (BEEF3, R$ 11,86, +3,13%)
A Minerva comunicou ao mercado nesta sexta-feira (22) que seu conselho de administração aprovou aumento de capital no montante de até R$ 1,56 bilhão, por meio de uma subscrição particular de até 99,7 milhões de ações. Após a notícia, as ações da companhia saltaram 1%, indo para R$ 11,58. Às 17h30 (horário de Brasília), os papéis eram cotados a R$ 11,57, configurando alta de 0,61%. 

Para se ter uma ideia, o aumento de capital proposto, se atingido o valor máximo, representa 70% do valor de mercado da empresa, segundo fechamento de ontem, que estava em R$ 2,207 bilhões. A companhia informou que para ser aceito, é preciso que, no mínimo 47.848.524 ações sejam subscritas no aumento de capital, o que corresponderia a R$ 746,4 milhões.

Pelo comunicado, divulgado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta tarde, o preço da oferta será de R$ 15,60 para cada nova ação – isto é, 35,6% acima do valor de fechamento da véspera. 

A obrigação da subscrição fica a cargo da Salic, conforme mencionado em fato relevante divulgado dia 23 de dezembro do ano passado, disse a empresa. Por meio da obrigação assumida, a Salic garante o atingimento da subscrição mínima. A Salic, é controlada pelaSaudi Agricultural and Livestock Investment Company e a VDQ Holdings VDQ Holdingsé a maior acionista da empresa, detentora de 32,87% das ações da empresa, conforme último dado disponibilizado na BM&FBovespa de 30 de dezembro de 2015. 

Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 34,00, +1,49%)
A Cnova, operação de comércio eletrônico do grupo francês Casino, controlador do Grupo Pão de Açúcar, informou hoje a nomeação de Emmanuel Grenier como único presidente-executivo da empresa, após renúncia na véspera do co-presidente e presidente-executivo da subsidiária brasileira German Quiroga. A unidade brasileira passará a ser dirigida por Flavio Dias a partir de 15 de fevereiro. Segundo a empresa, a renúncia de Quiroga “teve caráter pessoal e foi acordada com a administração da empresa”.

Segundo o BTG Pactual, a saída de Quiroga somada às recentes investigações e processos de investidores devem continuar pressionando as ações do Pão de Açúcar, aumentando as preocupações dos investidores em relação à governança corporativa da Cnova e do Grupo Pão de Açúcar como um todo. 

Na semana passada, a Cnova informou que suas receitas líquidas foram infladas em cerca de R$ 110 milhões até dezembro após desvios de produtos em centros de distribuição no Brasil. As mudanças da Cnova ocorrem na mesma semana que o Grupo Pão de Açúcar anunciou alterações na unidade responsável por supermercados, Multivarejo.  

Eletrobras (ELET3, R$ 5,20, +3,38%; ELET6, R$ 8,62, -0,92%)
Segundo o jornal O Globo, o governo fará capitalização de quase R$ 6 bilhões na Eletrobras. Com o aporte, a estatal renovará neste ano o contrato de concessão das distribuidoras Cepisa, Ceal, Eletroacre, Ceron, Boa Vista Energia e Amazonas Distribuidora de Energia, segundo a reportagem. 

 Depois de renovar os contratos, Eletrobras poderá dar início ainda este ano ao processo de privatização das distribuidoras, diz a reportagem; a expectativa é arrecadar mais que os quase R$ 6 bi que serão aportados. O aporte na Eletrobras está previsto no Orçamento de 2016, sancionado na semana passada pela presidente Dilma Rousseff.

O montante equivale à 2ª parcela do bônus de assinatura cobrado pelo governo no leilão de hidrelétricas antigas no ano passado. O Ministério de Minas e Energia confirmou a capitalização neste ano, segundo O Globo; a pasta disse que ainda estuda a forma como ela será feita.  

AES Tietê (TIET11, R$ 12,05, +2,99%)
As units da AES Tietê voltam a disparar na Bovespa depois de ter batido mínima dia 20, quando marcaram queda de 25% no mês. Neste momento, os papéis subiam quase 4%, acumulando nos últimos dois pregões alta de 9,4%. 

O motivo da disparada é um relatório do BTG Pactual da última quinta-feira, elevando a recomendação das units para compra, tirando-as da sua carteira “short” (vendida). 

Prevendo um cenário de inflação elevada para o Brasil, o banco aponta ações das elétricas, em especial empresas de transmissão de energia para buscar proteção, assim como ganhar elevados dividendos. O banco estima um dividend yield (dividendos/ação) para a AES Tietê de 13%. 

Além da AES Tietê, o banco destaca também outras elétricas, citando que há tempo não se via papéis que pagam dividendos tão altos com uma performance tão fraca. Dada essa distorção, eles aproveitaram para rever os modelos de outros papéis: Taesa (TAEE11, R$ 15,50, +0,65%), Alupar (ALUP11, R$ 11,15, +3,05%) e Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 42,49, +3,76%), que segue como sua top pick no setor. 

Rumo (RUMO3, R$ 1,50, -25,74%)
A pior ação do Ibovespa, com queda de 75,96% no mês, bem afastada da segunda colocada, Metalúrgica Gerdau, que cai 40%, a Rumo segue hoje também para a maior queda do índice neste pregão, renovando mínima histórica na Bolsa. 

No radar da empresa, acionistas aguardam pela assembleia geral extraordinária que vai decidir, dia 3 de fevereiro, sobre o cancelamento do aumento de capital anunciado em dezembro, de R$ 650 milhões.  

Telebras (TELB4, R$ 1,37, -16,46%)
As ações da Telebras desabaram, após a companhia ter reiterado em comunicado que, tendo ouvido o seu acionista controlador – o governo federal – inexiste qualquer iniciativa ou processo de fusão da companhia com quaisquer outras empresas. Assim como nos últimos dias, as ações da companhia operam entre leilões na Bovespa. 

No começo da semana passada, as ações da companhia – que estavam esquecidas na Bolsa’ – dispararam até 520% em dois dias no começo da semana passada, em meio à notícia de que o governo estaria estudando a fusão dela com mais outras duas companhias para criação de uma megaestatal de telecomunicações. A empresa já havia informado naquela mesma semana que desconhecia a transação, o que levou os papéis a perderem força na Bolsa. 

Hoje, o ministério das Comunicações, ao qual a Telebras é vinculada, disse que não apoia eventual fusão com Serpro e Dataprev, companhias mais focadas em software, pois prefere que Telebras se consolide como a única estatal de infraestrutura de telecom. O ministro da pasta, André Figueiredo, falou em entrevista à Bloomberg, em Brasília.

Segundo ele, é um estudo muito superficial. “Nós não tivemos acesso a esse estudo em caráter oficial, por isso consideramos pura especulação“, disse. O ministério tomou conhecimento do estudo sobre eventual fusão das três empresas por meio da mídia e não participou de nenhuma discussão sobre o tema, acrescentou. 

Fora o esclarecimento sobre o rumor, a estatal informou ontem ainda que nomeou Flavio Luiz Lammel como diretor administrativo-financeiro e de relações com investidores.

Educacionais
A Kroton (KROT3, R$ 7,74, -3,85%) teve sua recomendação cortada de overweight (exposição acima da média do mercado) para neutra pelo JPMorgan. A ação possui preço-alvo de R$ 9 por ação. Já a Anima (ANIM3, R$ 9,45, -3,57%) foi cortada de neutra para underweight (exposição abaixo da média do mercado), com preço-alvo de R$ 9,50.  

Sabesp (SBSP3, R$ 19,49, +3,95%)
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) divulgou em fato relevante no site da CVM que celebrou ontem um Protocolo de Intenções com o município de Mauá para elaborar estudos e avaliações visando o equacionamento das relações comerciais e das dívidas existentes entre o município e a companhia. 

Contax (CTAX11)
Segundo o Valor, a Contax está a um único passo de conseguir fechar a renegociação de suas dívidas. O jornal aponta que os credores, incluindo o BNDES, aceitaram dar à companhia seis anos para pagar sua dívida de R$ 1,4 bilhão. A empresa terá dois anos de carência para começar a pagar o principal dos compromissos e um ano para os juros e, para finalizar essa etapa, é preciso que as instituições que ofereceram garantiam ao banco de fomento nacional emitam outras carta-fianças, com as novas condições. É o que resta de pendência.

Assim, Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Safra e Santander precisam assinar as novas fianças até 4 de fevereiro. Essa foi a condição solicitada pelo BNDES na assembleia de debenturistas realizada na terça-feira.

Localiza (RENT3, R$ 20,49, -1,54%)
A Localiza teve a sua recomendação cortada pelo Goldman Sachs de neutra para venda. O seu preço-alvo também foi cortado, de R$ 25,30 para R$ 20,00.  

Lojas Renner (LREN3, R$ 16,70, +0,91%)
A companhia varejista Renner enviou comunicado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) afirmando quem na próxima reunião do conselho da companhia, ainda sem data para ocorrer, será proposto o pagamento de 40% do resultado do exercício de 2015 em dividendos e juros sobre capital próprio. De acordo com a nota da empresa, a decisão ocorre em meio a política de crescimento sustentado da companhia e seu plano de investimentos. 

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