Maior petrolífera do mundo quer abrir capital; “valuation” conservador é de US$ 2,5 tri

Em uma análise colocando o preço do barril em apenas US$ 10, a companhia, segundo a Bloomberg, valeria hoje cerca de US$ 2,5 trilhões

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O mercado de petróleo segue piorando a cada dia no mundo todo, com o preço da commodity quebrando recordes negativos e voltando para suas mínimas em 12 anos eu encostar na casa de US$ 30 por barril. Mas há uma empresa – talvez a maior do mundo em valor de mercado – que parece não estar muito preocupada com o mercado. A empresa Saudi Aramco confirmou que estuda abrir o seu capital.

Ainda não há uma um estudo completo, mas especialistas já acreditam que a companhia saudita deva ser a mais valiosa do mundo, superando US$ 1 trilhão e deixando bem para trás a americana Apple, que com US$ 622 bilhões é hoje a empresa de maior valor.

Para se ter uma ideia, as reservas da Saudi Aramco chegam a 260 bilhões de barris de petróleo, 10 vezes mais que a da gigante Exxon Mobil, por exemplo. Em uma análise colocando o preço do barril em apenas US$ 10, a companhia, segundo a Bloomberg, valeria hoje cerca de US$ 2,5 trilhões.

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Em comunicado, a estatal da Arábia Saudita listou algumas opções para abrir seu capital: alienar uma participação restrita em seu capital social ou agregar todas as suas subsidiárias de refino de petróleo. A escolha, informaram seus representantes, deve ser feita nos próximos meses.

Após o término dos estudos, as alternativas serão levadas aos conselhos Supremo e de Administração da empresa para uma decisão final. A proposta, ainda de acordo com o comunicado da Saudi Aramco, é “consistente com a direção geral e progressiva” do país para a “privatização de vários setores da economia”.

Apesar dos números impressionantes, há quem não tenha plena confiança nestas informações. Em entrevista para a Bloomberg, Jason Bordoff, diretor do Centro de Política Energética Global na Universidade de Columbia e ex-funcionário sênior de petróleo na Casa Branca, disse que algumas pessoas “levantaram questões sobre a verdadeira dimensão” das reservas de petróleo da Saudi Aramco. Nunca houve uma divulgação de dados das reservas da empresa, algo que pode mudar se ela se tornar pública.

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Mohammed bin Salman, príncipe da Arábia Saudita, disse ao The Economist que estava “entusiasmado” com uma potencial oferta de ações. “Isso é algo que está sendo revisado, e nós acreditamos que uma decisão será tomada nos próximos meses”. O príncipe foi citado ainda afirmando que um IPO traria “transparência” a Aramco.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.