18 ações sobem mais de 3% e apenas 8 recuam; elétricas sobem com vitória do governo

Confira os principais destaques de ações do pregão desta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa voltou a subir forte nesta quarta-feira (11), depois de ter amenizado os ganhos no início da tarde. O impulso do índice coincidiu com falas do ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que defendeu que a situação fiscal deva ser enfrentada com “um ajuste fiscal completo”. O ex-BC, por sua vez, desviou-se das questões sobre se ele aceitará assumir o ministério: “eu não trabalho, não penso e nem falo sobre hipóteses, eu trabalho com coisas concretas e objetivas”. 

Com o ânimo renovado do mercado, 18 ações subiram mais de 3%, com destaque para papéis de empresas ligadas ao consumo, que figuraram entre os maiores ganhos do Ibovespa: Cia Hering (HGTX3, R$ 16,22, +4,92%), Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 53,88, +4,32%), Lojas Americanas (LAME4, R$ 53,88, +4,32%) e Lojas Renner (LREN3, R$ 19,30, +3,93%). A educacional Kroton (KROT3, R$ 10,60, +5,89%) ficou com segunda maior alta. Do lado negativo, apenas 8 ações recuaram, com Suzano na pior posição do índice.

Chamaram atenção também os papéis das elétricas, que subiram após aprovação da Medida Provisória 688, que transfere o risco hidrológico (falta de chuvas) na geração de hidrelétrica de energia ao consumidor final também define a licitação em usinas cujas concessões não foram prorrogadas, casos de Cesp em São Paulo, Copel no Paraná e Cemig em Minas Gerais. 

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Confira abaixo os principais destaques de ações desta sessão:

Elétricas
As ações das elétricas subiram hoje, após vitória do governo. O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta terça-feira, a Medida Provisória (MP) 688/2015. Entre outras coisas, a proposta transfere o risco hidrológico (falta de chuvas) na geração hidrelétrica de energia ao consumidor final e prorroga contratos das usinas ou suas concessões, para compensar os prejuízos que tiveram neste ano com a geração menor. Pelo texto aprovado, as geradoras poderão agora escolher se querem assumir um risco pela energia contratada a partir de 2016. 

Na Bolsa, as ações da Eletrobras (ELET3, R$ 6,29, +3,97%; ELET6, R$ 10,77, +0,19%), Copel (CPLE6, R$ 33,29, +2,87%), Cemig (CMIG4, R$ 7,71, +2,80%) e Cesp (CESP6, R$ 16,38, +2,82%) tiveram fortes ganhos.

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Apesar do otimismo com a aprovação da MP, o presidente da Cesp, Mauro Acre, disse hoje a jornalistas que está com dificuldade para fechar parcerias para entrar na disputa do leilão do dia 25 de novembro. O executivo afirmou também que o grupo de bancos que o governo federal disse que irão financiar as empresas interessadas no leilão “não existe” e que apenas o Banco do Brasil teve reuniões com a Cesp sobre o certame.

Vale (VALE3, R$ 15,32, -0,39%; VALE5, R$ 12,70, -0,24%)
As ações da Vale ficaram com leves perdas, depois de cair pelos últimos cinco pregões, quando acumularam desvalorização de 11,4%. Os papéis, que mais cedo chegaram a subir, se descolam do desempenho positivo do minério de ferro no porto de Tianjin, na China. Hoje, a commodity subiu 0,6%, a US$ 48,00 a tonelada.  

No radar da mineradora, a Vale disse que não é responsável pelo recente rompimento de barrigens da Samarco ocorrido no município de Mariana (MG), uma vez que é apenas acionista da empresa. A Samarco é uma joint venture entre Vale e a anglo-australiana BHP Billiton. O acidente ocorrido na semana passada deixou ao menos seis mortos e 21 desaparecidos. 

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“A Vale é mera acionista da Samarco, sem qualquer interferência operacional na gestão da empresa, direta ou indiretamente, de perto ou à distância”, disse um porta-voz da empresa, em respostas por e-mail ao Wall Street Journal. “A Vale realmente não tem qualquer responsabilidade pelo infeliz e triste acidente”, acrescentou. 

Segundo a mineradora, a Samarco é administrada de forma independente de seus acionistas e é responsável por todas as questões técnicas e financeiras relacionadas às suas operações.

Siderúrgicas
As ações das siderúrgicas seguiram o movimento positivo e ficaram entre as maiores altas do Ibovespa hoje, com Usiminas (USIM5, R$ 2,79, +3,33%), CSN (CSNA3, R$ 5,34, +3,49%) e Gerdau (GGBR4, R$ 5,56, +0,18%). No radar, a usina siderúrgica da Usiminas em Cubatão, alvo de demissões de 4 mil trabalhadores, está operando normalmente nesta quarta-feira depois que a polícia foi chamada para garantir a entrada de funcionários, informaram a companhia e sindicato local. 

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Na véspera, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e Siderúrgicos de Santos e Região, Florêncio Rezende de Sá, afirmou que a entidade tentaria promover greve por tempo indeterminado em protesto contra as demissões na unidade.

Segundo a companhia, ordem judicial que proibiu o sindicato de impedir a entrada de trabalhadores na usina foi cumprida apenas depois da “intervenção da Polícia Militar, que garantiu a entrada dos empregados e a operação normal da usina”.

Petrobras (PETR3, R$ 9,26, +0,54%; PETR4, R$ 7,72, +1,45%)
Seguindo o bom humor do mercado e descolando da queda dos preços do petróleo, as ações da Petrobras tiveran a segunda alta em seis pregões nesta quarta-feira. Lá fora, no entanto, o petróleo brent caía 0,44%, a US$ 47,23 o barril.

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Petroleiros avaliam se vão aceitar as propostas apresentadas pela Petrobras e encerrar a greve iniciada no dia 1º deste mês. Nesta quarta-feira os sindicalistas se reuniram com a gerência de recursos humanos da empresa. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a Petrobras se posicionou sobre a Pauta pelo Brasil, que inclui a reivindicação de retomada dos investimentos e também a suspensão do plano de venda de ativos.

Bradesco (BBDC3, R$ 23,91, +1,40%; BBDC4, R$ 21,84, +2,44%)
O Bradesco confirmou nesta manhã o falecimento de dois executivos em queda de avião de jato na noite de terça-feira. Marco Antonio Rossi, presidente da Bradesco Seguros, e Lúcio Flávio Condurú de Oliveira, diretor-geral da Bradesco Vida e Previdência, morreram em queda de jato do banco na cidade de Catalão, em Goiás. As duas outras vítimas são os tripulantes da aeronave. 

Marco Antonio Rossi, que estava no Bradesco há 32 anos, além de presidente da Bradesco Seguros, era presidente executivo do banco e potencial sucessor do atual presidente, Luiz Carlos Trabuco Cappi.

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Ambev (ABEV3, R$ 19,06, +2,20%)
A Ambev anunciou a aquisição do grupo de marcas de bebidas mistas, cidras e cervejas especiais, no mercado canadense, pertencentes ao Mark Anthony Group. As marcas adquiridas incluem nomes reconhecidos, como Palm Bay, Mike’s Hard Lemonade e Okanagan Cider. A operação está avaliada em US$ 350 milhões. O acordo também inclui a compra da Turning Point Brewery, em British Columbia, a qual produz a cerveja Stanley Park. As marcas adquiridas serão geridas pela Labatt Breweries of Canada, uma subsidiária da Ambev.

Para o Bradesco BBI, o impacto será limitado nos resultados, dado que a transação representa somente 1% adicional nas vendas consolidadas da Ambev. Embora pequeno, o acordo é estratégico, já que sidra oferece perspectiva de crescimento atraente, comentaram os analistas. 

Além disso, a Anheuser-Busch InBev, controladora da Ambev, lançou sua oferta de mais de US$ 100 bilhões pela SABMiller nesta quarta-feira e concordou com a venda da fatia da rival na norte-americana MillerCoors, em uma tentativa de obter aprovação regulatória para a união. A AB InBev disse que concordou em vender a fatia de 58% da SABMiller na MillerCoors para o outro principal acionista do negócio, a Molson Coors, por US$ 12 bilhões.

Durante teleconferência com investidores, o CEO da AB InBev, Carlos Brito, afastou qualquer possibilidade de a Ambev participar da compra da SABMiller. As ações da Ambev sofreram recentemente com a incerteza se a sua controladora usaria seu caixa para realizar a transação. Segundo Brito, “essa é uma operação da AB InBev… sempre foi uma operação da AB InBev, então…”. 

BB Seguridade (BBSE3, R$ 27,86, -0,64%)
O Credit Suisse revisou suas projeções para BB Seguridade após o resultado do 3° trimestre, cortando o preço-alvo das ações de R$ 37,00 para R$ 30,00. O banco reduziu as estimativas para crescimento de prêmio, devido à alta penetração que já foi alcançada com base de clientes do Banco do Brasil e a piora do cenário macroeconômico. A recomendação segue em outperform (desempenho acima da média). 

Ecorodovias (ECOR3, R$ 5,88, +1,55%)
A Ecorodovias teve a primeira alta depois de três pregões seguidos no negativo, refletindo balanço do terceiro trimestre. O lucro líquido da Ecorodovias caiu 6% no terceiro trimestre, para R$ 109,1 milhões, frente o mesmo período de 2014. Um dos aspectos que contribuíram para esse resultado foi o volume de tráfego, em veículos equivalentes pagantes, que totalizou 55,104 milhões no trimestre, queda de 2,6% no volume sobre mesmo período de 2014.

Para o Bradesco BBI, a companhia tem implementado um importante plano de redução de custos. Despesas financeiras maiores levaram a surpresa negativa no resultado líquido, comentou o banco. 

Minerva (BEEF3, R$ 12,78, -1,43%)
Seguindo a visão positiva dos analistas sobre o balanço divulgado ontem à noite, as ações da Minerva tiveram alta hoje. Analistas ressaltaram melhora na margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) e fluxo de caixa livre, mas o Bradesco BBI destacou que isso pode não ser sustentável até 2016. 

Minerva reportou um prejuízo líquido de R$ 446,1 milhões no terceiro trimestre de 2015, um avanço de 130,2% em relação ao mesmo período de 2014, quando as perdas foram de R$ 193,8 milhões. O resultado negativo se deve sobretudo à variação cambial, que afeta a parte do endividamento da companhia que é denominado em dólar, embora não tenha efeito caixa. 

Segundo o Credit Suisse, a companhia entregou um bom resultado, conseguindo reunir expansão de margem e fluxo de caixa livre. A margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) ficou em 11,7%, contra 9,7% no segundo trimestre, em consequência de maiores preços de carne de vaca e menor preço de gado). O Bradesco BBI também destacou como positivo a expansão da margem, embora não haja pouca visibilidade de que as margens serão sustentáveis ano que vem. 

Rossi (RSID3, R$ 0,87, -1,14%)
A Rossi Residencial teve prejuízo líquido de R$ 171,1 milhões no terceiro trimestre, valor 36% menor do que o registrado um ano antes. A receita líquida caiu 37%, para R$ 259,4 milhões. Já o custo dos imóveis e serviços vendidos diminuiu 46%, para R$ 216,2 milhões. O Ebitda ficou negativo em R$ 116,1 milhões, cifra 34% menor do que o indicador também negativo registrado um ano antes.
 

Segundo o Bradesco BBI, o prejuízo líquido parece “persistente” e distratos poderão aumentar nos próximos trimestres, enquanto novos projetos são lançados e a inadimplência deve continuar crescendo.

CSU CardSystem (CARD3, R$ 3,05, +1,67%) 
As ações da CSU CardSystem chegaram a disparar 6,67% após balanço do terceiro trimestre, atingindo o maior patamar no intraday desde 2 de junho. A CSU registrou um lucro líquido de R$ 4,1 milhões no período e de R$ 11,6 milhões nos nove primeiros meses do ano, o que representa crescimentos anuais de 30,6% e 51,8%, respectivamente. Já o Ebitda da companhia avançou 25,2%, atingindo os R$ 17,2 milhões, enquanto no acumulado do ano chegou a R$ 50,1 milhões. 

Smiles (SMLE3, R$ 32,02, +3,76%)
Depois de forte queda na véspera, as ações da Smiles, controlada pela Gol (GOLL4, R$ 3,51, +0,86%), apareceram entre as maiores altas do Ibovespa nesta sessão. A controladora Gol divulga hoje, após o fechamento do mercado, os resultados do terceiro trimestre. Uma perda de R$ 1,6 bilhão pode levar a companhia a registrar o maior prejuízo da sua história, segundo estimativas do GBM. 

Profarma (PFRM3, R$ 6,35, -3,64%)
As ações da Proforma viraram para queda após ameaçar alta, depois de divulgação de balanço. A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 6,4 milhões no período, queda de 69% ante o prejuízo de R$ 20,6 milhões um ano antes. A receita líquida da companhia cresceu 9,3%, para R$ 934,7 milhões no terceiro trimestre.

Como o esperado, a companhia reportou bons dados no trimestre, devido a melhora operacional no seu principal segmento, comentou o Banco Fator Corretora. 

Marcopolo (POMO4, R$ 2,40, +9,09%)
As ações da Marcopolo chegaram a subir 10% nesta sessão, após a companhia anunciar que a New Flyer Industries, na qual a Marcopolo possui participação acionária de 19,97%, assinou acordo para adquirir a Motor Coach Industries (MCI), maior produtora norte-americana de ônibus rodoviários, pelo valor de US$ 445 milhões.  

Segundo o BTG Pactual, a transação é positiva para a Marcopolo, sendo que 20% do valor da compra representa 17% do valor de mercado da companhia e eleva entre 15% a 20% o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) estimado da Marcopolo para 2016. 

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