Ibovespa vira para alta com força de Ambev e Vale; dólar avança por cenário fiscal

Mercado oscila entre perdas e ganhos antes do fim de semana; possbilidade de Levy deixar o cargo preocupa investidores

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa vira para alta nesta sexta-feira (16). Assim como ontem, quem puxa esta recuperação são as ações de Ambev e da Petrobras. No entanto, fica no radar a provável nova revisão da meta fiscal de 2015 pelo governo, já prevendo um déficit nas contas públicas, o que traz pessimismo. Além disso, a permanência do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no cargo, parece cada vez mais difícil, com o pessoas dentro do PT dizendo que ele falhou em sua missão de manter a nota de crédito do Brasil nas agências de classificação de risco. Lá fora, o dia é de alta nas bolsas europeias e asiáticas com a percepção de que estas regiões devem manter seus estímulos econômicos. 

Às 16h18 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira registrava ganhos de 0,63% a 47.460 pontos. Já o dólar comercial tem alta de 1,06% a R$ 3,8408 na venda, ao passo que o dólar futuro para novembro registra ganhos de 0,90%, a R$ 3,861. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 vira para alta de 4 pontos-base, a 15,40%, ao mesmo tempo em que o DI para janeiro de 2021 registra leve alta de 15 pontos-base, para 15,83%.

De acordo com a Folha de S. Paulo, o governo deve rever a meta fiscal de 2015 hoje. A frustração de receita e o pagamento de todas as dívidas do governo com bancos públicos, nas chamadas pedaladas, devem levar a revisão da meta, sendo que as medidas levariam a rombo de R$ 60 bilhões no ano. O governo espera convencer o TCU (Tribunal de Contas da União) a parcelar os pagamentos pelos próximos anos. Ainda assim, o Planalto assumirá compromisso de fazer o possível para cumprir a meta de superávit primário de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2016. O relator do Orçamento para 2016, o deputado federal, Ricardo Barros (PP-PR), disse que vai tirar a CPMF das previsões de receitas para o ano que vem.

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Ainda no noticiário político, o PT já dá como certa a saída de Joaquim Levy, segundo informações do Valor Econômico. A troca é esperada para depois que Congresso ratificar vetos de Dilma. No partido, afirma-se que ministro foi nomeado para impedir a perda do grau de investimento, missão que não cumpriu. Lula defendeu a demissão de Levy e a política de não agressão ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em reunião com deputados do PT em Brasília, de acordo com a Folha de S. Paulo.

Indicadores e agenda
Já entre os indicadores, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma prévia do PIB, foi divulgado nesta quinta às 8h30. O índice mostrou uma retração de 4,47% em agosto na comparação anual, contra uma expectativa mediana do mercado segundo a pesquisa Bloomberg de 4,3% de contração. Em comparação com maio, o recuo da atividade econômica foi de 0,76%, contra estimativas de 0,61% de queda.

Às 12h, a agência de classificação de risco, Fitch, fez teleconferência para explicar a decisão de rebaixar a nota do Brasil de BBB para BBB- com perspectiva negativa. A agência destacou as incertezas politicas como um fator de instabilidade e também comentou sobre um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff que, segundo a analista Shelly Shetty, pode ter implicações negativas. Shetty afirmou que avaliará as implicações negativas caso o impeachment aconteça.

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Em meio às pressões cada vez maiores para que o ministro da Fazenda Joaquim Levy saia, a analista destacou que ele tem exercido um importante papel no ajuste fiscal e que deu credibilidade à agenda fiscal. “Se Levy sair, vamos avaliar o novo ambiente político”, afirmou. “Nos próximos meses, vamos continuar a monitorar os acontecimentos de perto”.

A aprovação da CPMF não está no cenário-base da Fitch.  

Mais informações em breve.