Ibovespa vira para queda puxado por Petrobras; dólar segue em baixa e volta a R$ 3,857

Mercado tenta esboçar uma recuperação após queda de 4% ontem, mas indicadores negativos aqui e lá fora fream qualquer otimismo; vitória política do governo fica no radar

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa virou para queda depois de operar entre perdas e ganhos pela manhã desta quarta-feira (14). O recuo de mais de 1% das ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,67, -1,73%; PETR4, R$ 8,03, -1,23%) pressiona o índice, em um dia parecia ser de correção da Bolsa. No radar, estão os novos dados fracos da China, desta vez na inflação, que pressionam os mercados internacionais. Por aqui, o governo comemora a vitória no STF (Supremo Tribunal Federal), com a concessão de liminares que afastam a possibilidade da Câmara dos Deputados analisar pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff em um futuro próximo. Entre os indicadores daqui, as vendas do varejo surpreenderam negativamente ao caírem 9,6% em agosto na comparação anual. 

Às 12h35 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira tinha queda de 0,35%, a 47.197 pontos. Já o dólar comercial cai 0,92% a R$ 3,8575 na venda, ao passo que o dólar futuro para novembro registra perdas de 0,96%, a R$ 3,881. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 cai 16 pontos-base, a 15,67%, ao mesmo tempo em que o DI para janeiro de 2021 sobe 2 pontos-base a 16,03%.

No radar político, depois das quatro derrotas da semana passada, enfim o governo teve um motivo para respirar aliviado. O STF concedeu três liminares que suspenderam o rito de tramitação de pedidos de impeachment estabelecido por Cunha. O Presidente da Câmara, no entanto, diz que segue com poder para despachar pedidos e que vai recorrer das decisões do Supremo, em clara divergência sobre a extensão das medidas. Na prática, o que o Planalto fez foi ganhar tempo para recompor a base e enviar emissários para a reaproximação com Cunha. Segundo o Estado de S. Paulo, Dilma tentará agora sair da agenda negativa e recompor a base para votar o pacote fiscal até dezembro.

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Já a oposição, antecipando-se a uma provável defesa do governo contra um pedido de impeachment baseado na rejeição das contas públicas de 2014 pelo TCU (Tribunal de Contas da União), apresentará esta semana um novo pedido, mostrando que as pedaladas fiscais ocorreram também em 2015. A ideia é enfraquecer o argumento de que Dilma não poderia sofrer impedimento com base em algo que ocorreu no seu mandato anterior. Contudo, a peça só será analisada quando Cunha quiser, em uma estratégia para manter governo e oposição amarrados à sua intenção de permanecer no comando da Câmara e barrar investigação no Conselho de Ética, segundo a coluna Painel da Folha de S. Paulo. “Se derrubo Dilma, no dia seguinte vocês me derrubam”, disse Eduardo Cunha para a oposição, segundo o G1.

Na agenda do dia, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, irá discursar na Câmara dos Deputados, às 15h. 

Entre os indicadores, as vendas do varejo divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) caíram 0,9% em agosto em relação a julho, contra estimativas medianas dos economistas em 0,6% de recuo, segundo a pesquisa Bloomberg. Já na comparação anual, houve queda de 9,6%, contra previsões de 8,6% de retração.

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Destaques da Bolsa
Entre as quedas, a Sabesp (SBSP3, R$ 17,25, -1,43%) recua após ter o seu rating rebaixado. A S&P rebaixou o rating de crédito global corporativo da Sabesp de BB+ para B, com perspectiva estável, como o esperado. A agência de rating afirmou que o rebaixamento reflete a liquidez mais fraca, por causa de medidas para preservar os reservatórios de água, como resultado da severa seca na região. Além disso, cita a forte depreciação do real durante o ano, que representou um peso adicional para o desempenho operacional e financeiro da companhia. A falta de transparência sobre as ações da Sabesp durante a crise hídrica é uma das principais críticas feitas por especialistas em recursos hídricos, ativistas e promotores públicos.

Assim como ela, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,68, -1,63%; PETR4, R$ 8,03, -1,23%) caem depois de abrir em alta.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 PCAR4 P.ACUCAR-CBD PN 52,51 -3,60
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 11,44 -2,80
 RUMO3 RUMO LOG ON 8,40 -2,78
 BRFS3 BRF SA ON 64,85 -1,85
 ELET3 ELETROBRAS ON 5,47 -1,80

Ainda entre as blue chips, a Ambev (ABEV3, R$ 18,57, -0,70%) recua depois de cair mais de 5% ontem. No holofote do mercado, as duas maiores cervejarias do mundo concordaram na terça-feira em formar um grupo ainda maior, responsável por um terço da cerveja produzida no mundo. O acordo ocorreu depois que a SABMiller recebeu uma oferta melhorada da rival maior AB InBev avaliada em mais de US$ 100 bilhões.

Se for concluída, a transação será a quinta maior fusão da história corporativa global e a maior aquisição já feita de uma companhia do Reino Unido.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 GOLL4 GOL PN N2 3,98 +4,46
 OIBR4 OI PN 2,67 +3,89
 USIM5 USIMINAS PNA 3,40 +3,03
 NATU3 NATURA ON 22,83 +2,79
 FIBR3 FIBRIA ON 54,95 +2,50


Entre as ações, a Vale (
VALE3, R$ 18,75, +0,91%; VALE5, R$ 15,13, +1,00%) tenta se recuperar depois de cair 10% ontem. O minério de ferro spot com 62% de pureza com entrega no porto de Qingdao subiu 0,27% hoje, a US$ 55,12, depois de cair quase 3% no último pregão. 

China traz fraqueza
As bolsas asiáticas e europeias caíram nesta quarta-feira, ampliando as perdas após a inflação na China enfraquecer mais do que o esperado, alimentando preocupações sobre as pressões deflacionárias na segunda maior economia do mundo. 
O mercado ainda fica de olho nos EUA, com a divulgação do Livro Bege às 15h (horário de Brasília). Por lá, os investidores esperam pela temporada de resultados e também repercutem alguns dados divulgados pela manhã como inflação ao produtor, que caiu 0,5% em setembro contra expectativas de recuo de 0,3% e ante estabilidade em agosto. 

Os dados de vendas do varejo nos EUA também saíram, mostrando avanço de 0,1%, abaixo dos 0,2% esperados para setembro. Este indicador também havia mostrado estabilidade em agosto.

O índice de preços ao consumidor da China avançou 1,6% em setembro em comparação com o ano anterior, disse a Agência Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês), ficando um pouco abaixo da expectativa de 1,8% e abaixo dos 2% de agosto. As ações chinesas terminaram em queda, com o índice de blue-chips recuando 1,13% e o índice de Xangai com queda de 0,95%. Já o japonês Nikkei recuou 1,89%, a 3.262 pontos.

Mais cedo nesta quarta-feira, a Autoridade Monetária de Cingapura disse que vai afrouxar sua política monetária pela segunda vez neste ano ao reduzir o ritmo de valorização da moeda local. O movimento visa reviver a economia que quase não conseguiu evitar uma recessão no terceiro trimestre.

Entre os dados da Europa, chama a atenção a produção industrial da zona do euro, que recuou em linha com as expectativas em agosto, uma vez que o setor de energia reverteu os ganhos obtidos em julho e apenas a produção de bens ao consumidor duráveis mostrou expansão robusta.

A produção industrial nos 19 países que usam o euro caiu 0,5% na comparação mensal para registrar avanço de 0,9% sobre um ano antes, informou a Eurostat nesta quarta-feira. Economistas consultados pela Reuters esperavam queda mensal de 0,5% e ganho anual de 1,8%.

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