Petrobras cai 3%, Vale sobe 4,5% e Magazine Luiza desaba 8% após grupamento

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa chegou a operar no negativo, mas conseguiu encerrar o primeiro pregão de outubro no positivo, se descolando das bolsas americanas, que ficam entre perdas e a estabilidade. Em destaque também o dia volátil do petróleo, que acabou afetando o desempenho da Petrobras.

Nos EUA, o presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, disse, em entrevista ao Wall Street Journal, que a alta de juros nos Estados Unidos em outubro é uma possibilidade, levando o dólar a ganhar força nesta sessão.

Por aqui, o Ibovespa ficou dividido entre a queda das ações da Petrobras e alta dos papéis da Vale, que sobem com alívio trazido pela China, e bancos. Ganhou destaque ainda a Marfrig, que vê suas ações afundarem em meio à nova fase da Operação Acrônimo, da Polícia Federal, que tem como alvo a Marfrig, o CEO (Chief Executive Officer) da Cemig e a Odebrecht. 

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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Marfrig (MRFG3, R$ 6,45, -10,04%)
As ações da Marfrig desabaram, em meio às notícias sobre a Operação Acrônimo, da Polícia Federal, que deflagou nova fase hoje. A operação investiga irregularidades na campanha e suposto recebimento de propina pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, do PT. Entre os alvos desta nova fase estão a Marfrig, o CEO da Cemig (CMIG4) e Odebrecht.

Em comunicado ao mercado, a Marfrig comunicou que está sendo cumprido, nas dependências da empresa, mandado de busca e apreensão no âmbito da Operação Acrônimo e que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela operação. A empresa disse que está à disposição das autoridades no sentido de colaborar com a investigação em curso, já tendo sido colocada, anteriormente, à disposição do Ministério Público e autoridades judiciais sobre o assunto. 

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Vale (VALE3, R$ 17,22, +3,86%; VALE5, R$ 13,92, +4,50%)
As ações da Vale subiram hoje em meio ao alívio dos preços das commodities no mercado internacional diante de sinais preliminares de estabilização na China. Acompanharam o desempenho as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 8,43, +2,80%), holding que detém forte participação na mineradora. 

Em apresentação anual da companhia no Canadá, o CFO da Vale, afirmou ontem que a companhia tem recursos para 2015 e não precisa de oferta de ações. Ele informou ainda que o projeto de expansão de Serra Azul, da Vale, está adiantado.

Em relatório após os comentários do CFO, o Itaú BBA comentou que a Vale ainda é “altamente dependente” de questões macroeconômicas e à volatilidade do preço das commodities.

Petrobras (PETR3, R$ 8,37, -1,99%; PETR4, R$ 7,02, -3,04%)
As ações da Petrobras viraram para queda em meio à reviravolta dos preços do petróleo no mercado internacional, que caiu mais de 4% desde a mínima. O petróleo Brent operava com leve alta de 0,21%, a US$ 48,47. No radar da companhia, a estatal firmou nota de crédito à exportação com o Banco do Brasil no valor de R$ 4,075 bilhões, com lastro em letras de crédito do agronegócio (LCA). 

Segundo o Credit Suisse, ainda não está claro se seria um empréstimo novo ou uma rolagem, embora a notícia de O Estado de S. Paulo informe que não seria um empréstimo novo. Caso seja confirmado um novo empréstimo, o banco acredita que a notícia pode ser interpretada como marginalmente positiva, já que aliviaria um pouco a preocupação do mercado em relação à capacidade da empresa em conseguir levantar dívidas, mesmo em um cenário onde a empresa perdeu o investment grade, sofre forte pressão de fluxo de caixa para 2016 e com o dólar em um patamar desfavorável para a empresa.

Os analistas salientam, no entanto, que o montante não é relevante se comparado com o gap entre entradas (de US$ 17 bilhões de Ebitda mais US$ 12 bilhões de meta de desinvestimentos) e saídas (de US$ 25 bilhões em capex mais US$ 7 bilhões em pagamentos de juros e US$ 12 bilhões em dívidas vencendo) em 2016. A Petrobras não divulgou a taxa de empréstimo, mas comentou que estava consistente com o que tem sido praticado pelo mercado.  

Santos Brasil (STBP11, R$ 13,50, +5,47%)
As ações da Santos Brasil subiram após a empresa prorrogar contrato da Tecon Santos. Essa é a primeira alta dos papéis nos últimos 4 pregões. O contrato prevê o compromisso da companhia em investir R$ 1,28 bilhão em obras e demais intervenções.  

Gerdau e Metalúrgica Gerdau 
As ações das Gerdau (GGBR4, R$ 5,45, -0,37%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,81, -3,77%) caíram nesta sessão. No radar da empresa, notícia do Valor aponta que a Metalúrgica Gerdau estuda fazer um aumento de capital de R$ 1,5 bilhão, que teria participação da família Gerdau, cujo interesse seria manter fatia atual de 65% na companhia. 

Caso se concretize, a leitura do mercado inicialmente é positiva já que tiraria o peso da Gerdau em relação aos pagamentos de dividendos acima do razoável para que a holding obtenha recursos para pagamento de juros de sua dívida. Isso porque a holding tem como sua única fonte de recursos o pagamento de dividendos da Gerdau. Para o Santander, a holding provavelmente consome caixa e a oferta de ações seria um alívio. 

Em comunicado ao mercado, a Metalúrgica Gerdau disse que rotineiramente a administração da companhia analisa alternativas de adequação e otimização de sua estrutura de capital. Mas que quaisquer estudo desta natureza são preliminares e não há qualquer definição sobre os mesmos. 

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 13,15, -8,68%)
As ações da Magazine desabaram após grupamento de ações. A varejista aprovou na véspera grupamento de oito para uma ação, que passa a valer já neste pregão.  

Gol (GOLL4, R$ 3,48, -5,18%)
As ações da Gol recuaram forte e figuram perto da mínima histórica nesta sessão, acumulando queda de 22% nos últimos oito pregões. Segundo matéria do Valor, o governo deve negar o pedido de socorro às aéreas, que estão com déficit de caixa de R$ 7,3 bilhões neste ano, até agosto. A notícia ajuda a fazer pressão nos papéis da Gol, que já vem de forte derrocada na Bolsa em meio às perspectivas ruins para a aérea em meio à deterioração econômica e disparada do dólar. 

De acordo com o jornal, um dos pedidos das aéreas, que é do uso da verba represada do FNAC (Fundo Nacional de Aviação Civil) como fonte de recursos para pagamento de tarifas aeroportuárias e de navegação, deve ser negado. Juridicamente, a proposta é tida no governo como inviável porque esses recursos não podem servir como empréstimo, segundo autoridades graduadas ouvidas pelo jornal.

Eztec (EZTC3, R$ 12,44, +7,61%)
A Eztec aprovou programa de recompra de até 5,48 milhões de ações ordinárias com o prazo de 18 meses. 

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