Bancos caem no final e Ibovespa fica mais perto da mínima do ano; dólar recua

Índice teve dia negativo apesar da melhora do cenário político, que é ofuscada pelo cenário externo; previsões do Relatório Focus mostram pessimismo

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira (17) em meio à indefinição no cenário doméstico e exterior somados ao vencimento de opções sobre ações, que trouxe volatilidade às ações. Mais cedo, o índice caiu mais forte com o cenário externo, em meio à queda do Empire State Index, que lê os dados do setor de manufatura em Nova York. Aqui no Brasil ficaram no radar as manifestações do domingo (16) que foram menores do que as de março, mas maiores do que as de abril, o que é visto como insuficiente para agravar a situação política da presidente Dilma Rousseff (PT). O índice aproxima-se da mínima do dia 30 de janeiro, quando fechou em 46.907 pontos. O volume negociado neste pregão foi de R$ 6,69 bilhões.

A Bolsa caiu 0,61%, a 47.217 pontos. Já o dólar futuro para setembro teve leve queda de 0,09% a R$ 3,502, ao mesmo tempo em que o dólar comercial registrou perdas de 0,02% a R$ 3,4823 na venda. 

Segundo a BM&FBovespa, o exercício das opções sobre ações movimentou R$ 2,04 bilhões nesta segunda-feira (17). Deste total, R$ 1,563 bilhão veio do exercício de opções de venda e os R$ 479,403 milhões restantes vieram de opções de compra. Isso mostra que os investidores estão negativos com o cenário brasileiro. 

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No cenário político desta segunda ficou a espera pelo cronograma de votações para as matérias consensuais da chamada Agenda Brasil. A pauta discutida entre os ministros da área econômica do governo e senadores tem por objetivo estabelecer condições para melhorar a atual situação econômica do país.

Indicadores
O Empire State Index veio em um recuo de 14,9 pontos, ante expectativas de crescimento de 5 pontos, sendo a pior leitura desde a recessão. Depois do dado, as bolsas europeias e os índices norte-americanos passaram a cair, mas acabaram fechando em alta em meio a resultados corporativos. 

Também tinha algum peso por aqui o Relatório Focus, com a mediana das projeções de diversos economistas, casas de análise e instituições financeiras para os principais indicadores macroeconômicos. A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 oscilou de uma retração de 1,97% para uma de 2,01%. Já no caso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o medidor oficial de inflação utilizado pelo governo, as projeções são de que haja um avanço de 9,32% este ano.

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Por fim, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 670 milhões na 2ª semana de agosto (10 a 16). O número é resultado de US$ 3,376 bilhões em exportações e US$ 2,706 bilhões em importações, segundo informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Ações em destaque
Os bancos ameaçaram um repique, mas caíram, estendendo as perdas da última semana por conta da Medida Provisória 675, que trata do aumento da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) de 15% para 23%. Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,39, -1,05%), Bradesco (BBDC3, R$ 24,94, -1,81%; BBDC4, R$ 23,81, 1,65%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 18,98, -1,66%) recuaram.

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

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 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 OIBR4 OI PN 3,00 -9,91 -65,16 33,92M
 JBSS3 JBS ON 14,34 -4,84 +29,43 213,39M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 6,03 -4,29 -40,50 12,31M
 CSAN3 COSAN ON 19,50 -3,47 -31,70 56,39M
 SBSP3 SABESP ON 15,33 -2,67 -8,07 21,12M

Por outro lado, Petrobras (PETR3, R$ 10,20, -1,45%; PETR4, R$ 9,12, -1,94%), fechou em queda apesar da virada do petróleo. O barril do Brent agora sobe 0,08% a US$ 49,23. Assim como ela, fecharam em baixa os papéis da Vale (VALE3, R$ 18,01, -1,04%; VALE5, R$ 14,24, -0,70%) depois da queda de 0,14% a US$ 56,66 a tonelada do minério de ferro spot no porto de Qingdao. 

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 HGTX3 CIA HERING ON 13,50 +8,70 -31,29 23,35M
 ESTC3 ESTACIO PART ON 13,70 +4,10 -41,46 62,25M
 MRVE3 MRV ON 7,10 +3,65 -0,66 76,93M
 TIMP3 TIM PART S/A ON 8,78 +3,17 -24,19 48,53M
 QUAL3 QUALICORP ON 19,90 +2,05 -27,17 62,52M

Do lado das altas, as ações da MRV Engenharia (MRVE3, R$ 7,10, +3,65%) subiram forte após a divulgação dos resultados do segundo trimestre. A companhia teve alta no lucro do segundo trimestre sobre um ano antes e acredita que continua resistente à fraqueza da economia brasileira, mas vai manter uma postura financeira mais conservadora diante das atuais incertezas. A geração de caixa da MRV cresceu 11,7% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2014 e totalizou R$ 154 milhões, somando R$ 301 milhões no primeiro semestre. 

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A construtora e incorporadora teve lucro líquido ajustado de R$ 188 milhões no segundo trimestre ante R$ 142 milhões um ano antes. A média das estimativas de analistas obtidas pela Reuters apontava para lucro líquido ajustado de R$ 120,4 milhões. A receita operacional líquida da MRV aumentou 29% ano a ano e encerrou o segundo trimestre em R$ 1,3 bilhão, valor recorde para a companhia.

Mas o maior destaque de alta mesmo foi a Cia Hering (HGTX3, R$ 13,50, +8,70%) cujos papéis seguem em disparada desde o início do mês, com a divulgação do balanço do segundo trimestre, que embora tenha mostrado um cenário desafiador para a varejista, foi menos catastrófico do que no primeiro trimestre, quando após o balanço a empresa viu suas ações afundarem 22%. Desde a divulgação do resultado do segundo trimestre, os papéis já sobem 20%.

Sobre o movimento de hoje, operadores divergem entre uma possibilidade de “short squeeze” (pressão dos vendidos por falta de doadores no mercado de aluguel de ações) e uma forte compra de um investidor estrangeiro. Em relação ao aluguel, operadores comentam que tem sido “muito difícil” alugar a ação, com a taxa média subindo lentamente de 6% para 6,5% nos últimos 15 dias.

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As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN EJ 26,39 -1,05 966,44M 452,12M 28.097 
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 10,45 -1,88 585,96M 133,22M 17.683 
 PETR4 PETROBRAS PN 9,12 -1,94 564,95M 458,74M 34.433 
 BBDC4 BRADESCO PN 23,81 -1,65 402,26M 240,24M 12.866 
 VALE5 VALE PNA 14,23 -0,77 375,93M 321,49M 21.247 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 18,55 -0,32 354,48M 212,97M 23.580 
 KROT3 KROTON ON ED 9,97 +1,94 270,01M 140,45M 29.113 
 BRFS3 BRF SA ON 70,60 -0,56 263,68M 151,95M 7.861 
 CIEL3 CIELO ON 41,00 +1,43 251,23M 195,95M 12.432 
 LREN3 LOJAS RENNER ON 100,63 +1,95 247,70M 83,19M 3.875 

* – Lote de mil ações 
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) 

Bolsas europeias
As bolsas asiáticas tiveram um dia misto nesta segunda-feira, com foco na volatilidade no mercado chinês. A relativa estabilidade do yuan não foi suficiente para aliviar as preocupações com a possibilidade de Pequim desvalorizar sua moeda ainda mais após a surpreendente decisão da semana passada.

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O índice MSCI que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão recuava 0,97%. Na semana passada, o índice recuou 2,6%, após Pequim desvalorizar o iuan, golpeando os mercados financeiros globais e alimentando receios sobre a economia chinesa. Shangai subiu 0,73%, enquanto Hang Seng caiu 0,74%. Já o japonês Nikkei teve alta de 0,49%, com foco também no PIB do país, que registrou baixa de 1,6% no segundo trimestre e aumentou a pressão sobre o primeiro-ministro Shinzo Abe para intensificar seus esforços para impulsionar a economia após décadas de deflação.

A queda do yuan pressionou ativos de maior risco, como moedas emergentes, diante de temores de que a desvalorização daria início a uma guerra cambial. Mas os mercados financeiros começaram a se estabilizar perto do fim da semana passada depois que a China desacelerou o ritmo do tombo da moeda.

Em um sinal de que parte do alívio sentido perto do fim da semana passada pode estar desaparecendo em meio a expectativas de que as autoridades vão continuar a guiar o iuan mais para baixo, as ações em Xangai chegaram a cair 1,5%, para depois recuperarem-se e fecharem em alta, em uma sessão volátil.

Na Europa, a maioria das principais bolsas fechou em alta nesta segunda-feira, lideradas pela Alstom por especulações de que a aquisição de seu negócio de energia por parte da General Eletric será aprovada pelas autoridades regulatórias. O mercado ficou na expectativa pelo progresso para o terceiro programa de resgate da Grécia. Segundo um porta-voz do Ministério das Finanças da Alemanha, o envolvimento do FMI no resgate grego permanece indispensável para a Alemanha.

Ele disse que a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, só vai propor que a instituição aumente seu envolvimento financeiro no resgate se a Grécia cumprir a exigências sobre a implementação de reformas até outubro e a primeira avaliação do resgate seja bem-sucedida.