Marfrig dispara 8%; JBS cai 4% hoje e Bancos sobem

Confira abaixo a atualização dos principais destaques de ações da Bovespa nesta terça-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após passar boa parte do dia em alta, o Ibovespa fechou no zero, com a Petrobras zerando os ganhos, enquanto os bancos fecharam em alta, além das ações de empresas eletrointensivas – Vale, Gerdau e Braskem -, que são beneficiadas com o acordo da Chesf, subsidiária da Eletrobras. Por outro lado, as ações da maior parte das elétricas registraram baixa. 

Confira abaixo os principais destaques da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 14,35, -1,37%; PETR4, R$ 12,97, -1,74%)
As ações da Petrobras zeraram os ganhos nos últimos minutos do pregão desta terça-feira. O destaque meio às expectativas com a reunião do conselho de administração na próxima sexta-feira. Segundo Deyvid Bacelar, que ocupa a vaga de representante dos funcionários da companhia no colegiado, o plano de negócios da Petrobras entre 2015 e 2019 vai entrar na pauta da reunião do conselho de administração do dia 26, mas não deverá ser votado. 

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Uma matéria do Estadão de sábado apontava que a diretoria conseguiu concluir o plano de negócios da estatal para apresentá-lo na reunião desta semana. Aldemir Bendine, presidente da estatal, havia prometido a divulgação neste mês, mas, nos últimos dias, o mercado já considerava a possibilidade de que o encontro do conselho fosse adiado ou, se mantido, que o plano não chegasse a ser analisado. 

Além disso, a companhia informou ontem à noite que já decidiu, como parte de seu plano de desinvestimento, que não pretende manter sua participação em sete usinas de açúcar e etanol da Guarani, uma das maiores empresas do setor no Brasil, mas terá uma dura negociação com o grupo francês Tereos (TERI3), controlador do negócio, disseram duas fontes próximas do assunto à Reuters. A estatal de petróleo informou os sócios franceses em uma reunião em meados de abril, na sede da companhia, no Rio, que pretendia vender sua fatia atualmente em 42,9% no negócio.

Braskem, Vale e Gerdau
As ações da Braskem, Vale e Gerdau reagiram positivamente à notícia de que o governo enviou ao Congresso a Medida Provisória 677 que prorroga o contrato da Chesf com indústrias eletrointensivas no Nordeste até 2037. As ações da Braskem lideram os ganhos do Ibovespa nesta manhã. 

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O contrato atual foi firmado há mais de três décadas e termina no dia 30 de junho, abrangendo um conjunto de 13 unidades industriais, que compram energia a cerca de R$ 110 megawatt-hora. Entre as maiores empresas diretamente interessadas, apareceram as grandes ações da Bolsa Vale (VALE3, R$ 19,81, +0,61%; VALE5, R$ 17,06, +0,89%), Braskem (BRKM5, R$ 12,85, +3,21%), Gerdau (GGBR4, R$ 7,90, -1,25%), além de papéis com menos giro de negócios, como Paranapanema (PMAM3, R$ 3,96, 0,00%) e Ferbasa (FESA4, R$ 8,55, +9,76%). Todas elas mostraram reação positiva na Bolsa hoje, mas Ferbase é a que tem mais a ganhar com a notícia. 

Braskem afirmou ontem, através de e-mail de sua assessoria de imprensa, que “considera a renovação dos contratos de energia com a Chesf como primordial para a competitividade da indústria brasileira”. Vale mencionar que a valorização da Braskem ocorre depois do derretimento dos papéis na última sexta-feira, quando caíram quase 10% com a Operação Lava Jato, que prendeu naquele dia o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, maior acionista da companhia. 

Marfrig e JBS
As ações da Marfrig (MRFG3, R$ 5,70, +7,55%) ganharam força e voltaram a disparar nesta terça-feira em meio à notícia sobre a venda da Moy Park para a JBS (JBSS3). Em dois dias, os papéis da companhia já subiram 18%. Assim como na véspera, o volume financeiro movimentado com a ação ficou acima da média nesta sessão, atingindo R$ 35,9 milhões, contra média diária de R$ 18,6 milhões nos últimos 21 pregões. Na contramão, as ações da JBS cairam 3,66%, a R$ 16,04, liderando as perdas do Ibovespa. O frigorífico fez nesta manhã uma teleconferência com o mercado sobre a operação. O presidente da JBS, Wesley Batista, disse que vê US$ 50 milhões em sinergias com a Moy Park, entre aquisição de suprimentos, melhores práticas de produção e no manejo, originação de risk management em grãos e comercialização de produtos produzidos em outras plataformas da JBS direto para o varejo da companhia na Europa.

Para analistas presentes na teleconferência, a companhia reforçou que o incremento da dívida total com a aquisição não deve impactar o confortável nível de alavancagem da companhia. No final do primeiro trimestre, a companhia reportou endividamento de 2,3 vezes o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que deve subir agora para 2,54 vezes. 

Veja mais em: Bom para todo mundo: JBS ganha a Europa e Marfrig perde dívida com venda da Moy Park

Ontem, analistas ressaltaram que a venda é positiva para a Marfrig, já que ajuda a diminuir sua alavancagem, e neutra para a JBS. Na ocasião, o Bank of America Merrill Lynch elevou a recomendação da Marfrig de underperform (desempenho abaixo da média) para compra, com novo preço-alvo de R$ 7,00 por ação. Mesmo com a alta de hoje, “vemos que o rali deve continuar já que o desinvestimento planejado deve permitir que a empresa reduza o custo da sua dívida”, comentaram os analistas Fernando Ferreira, Isabella Simonato e João Almeida, do BofA. 

Bancos 
As ações dos bancos subiram em dia positivo na Bolsa. Papéis do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 34,83, +0,99%) e Bradesco (BBDC3, R$ 27,45, -0,24%; BBDC4, R$ 28,64, +1,17%) figuram entre as altas do Ibovespa, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,42, -0,59%), que também mostrava valorização virou para queda. As duas primeiras instituições batem nesta sessão o maior patamar registrado em junho na Bolsa. Hoje, saiu o saldo das operações de crédito do sistema financeiro, que cresceu 0,7% em maio, para R$ 3,081 trilhões, de acordo com relatório divulgado pelo Banco Central. Já a inadimplência total nas operações de crédito com recursos livres subiu de 4,6% em abril para 4,7% em maio.

Em relatório, o Credit Suisse comentou que, do lado negativo, destaque para inadimplência de 90 dias, que aumentou em 10 pontos-base, e o crescimento de 10 pontos-base na expansão do custo de risco do setor público e privado, enquanto, do lado positivo, os bancos seguem mostrando aumento do spread bancário, que é a diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e quanto cobram para emprestá-los, evidenciando que eles precisam mitigar os possíveis riscos oriundos da qualidade dos ativos e do regulador. 

O movimento de alta das instituições financeiras nos últimos dias – passado forte derrocada iniciada na metade de maio – coincide com o vencimento de opções sobre ações na Bovespa, em 15 de junho. Isto porque muitos investidores estavam com opções de venda desses papéis, “segurando” uma recuperação, com o vencimento, esses investidores zeraram suas posições, recomprando ações dos bancos na Bolsa, que, para muitos analistas, já tinham caído demais. Passado esse evento, os papéis ficaram mais “leves”, possibilitando que conquistassem patamares mais elevados.

Do fechamento do dia 12 para cá, as ações do Itaú Unibanco, Bradesco e BB dispararam entre 5% e 6% na Bolsa.  

Concessionárias
Segundo a Fitch, o Brasil deverá ser a exceção na América Latina, com desaceleração no setor de infraestrutura em 2015. Nos demais países da região, a trajetória de crescimento para os ativos de infraestrutura deve se manter, ainda que em ritmo mais lento. A agência de classificação de risco projeta uma queda de 5% no volume de tráfego nas rodovias pedagiadas do País. Hoje, as ações do setor CCR (CCRO3, R$ 14,67, -2,85%), Ecorodovias (ECOR3, R$ 7,79, -1,39%) e Triunfo (TPIS3, R$ 4,09, -1,92%) caíramna Bolsa.

Multiplan (MULT3, R$ 49,00, +1,87%)
As ações da Multiplan fecharam como a sexta maior alta do Ibovespa. Em relatório divulgado hoje, o BTG Pactual comenta que a ação é sua favorita no setor em meio ao ambiente macroeconômico desafiador. A recomendação do banco é compra, com preço-alvo de R$ 58,00.  

Embraer (EMBR3, R$ 23,81, -0,65%)
A Embraer recebeu pedido de US$ 30 milhões da Etihad Flight College, subsidiária da Etihad Airways, por quatro jatos Phenom E100, com opção para aquisição de mais três aeronaves do mesmo modelo. O acordo é avaliado em cerca de US$ 30 milhões, baseado nos preços atuais de tabela, caso todas as opções sejam exercidas . As entregas começam no primeiro trimestre de 2016.  

Gol (GOLL4, R$ 7,61, -0,26%)
A Gol informou ontem à noite seus números prévios de tráfego referentes ao mês de maio. A companhia registrou aumento de 4,3% na demanda por voos domésticos em maio na comparação anual. Na mesma base, a oferta doméstica cresceu 2,2% no mês passado. A taxa de ocupação dos voos domésticos cresceu 1,6 ponto percentual, para 77%. O número de passageiros transportados cresceu 0,7%, para 2,978 milhões. 

Iochpe-Maxion (MYPK3, R$ 13,70, +4,10%)
As ações da Iochpe-Maxion dispararam pelo terceiro consecutivo, acumulando no período alta de 14%, com volume financeiro movimentado acima da média. Em comunicado enviado à BM&FBovespa, esclarecendo a oscilação recente das ações, a companhia informa que desconhece a existência de qualquer fato que possa justificar a alta dos papéis nos últimos dias, assim como o aumento no número de negócios e quantidade negociada.  

Lupatech (LUPA3, R$ 8,40, +0,12%)
A fornecedora de equipamentos e serviços para o setor de óleo e gás Lupatech informou nesta terça-feira que foi aprovado seu pedido de recuperação judicial solicitado em conjunto com outras subsidiárias do grupo. Segundo fato relevante, o pedido foi aprovado pela 1ª Vara de Falências e Reuperações Judiciais da Comarca de São Paulo. 

A Lupatech entrou em maio com pedido de recuperação judicial, em caráter de urgência, uma vez que vem sendo afetada pelos menores preços do barril do petróleo e pelas turbulências envolvendo a Petrobras, sua principal cliente.

Ex-OGX (OGXP3, R$ 0,06, 0,0%) 
A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) negou recurso da Óleo e Gás, ex-OGX, e multou a petroleira em R$ 3,5 milhões devido a irregularidades em sistemas da plataforma OSX-1, que opera no campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, disse a agência nesta terça-feira.

Em e-mail à Reuters, a ANP explicou que as infrações, encontradas nos sistemas de medição da unidade, foram constatadas em fiscalização nos dias 8 a 9 de maio de 2012. A Óleo e Gás não poderá mais recorrer no âmbito administrativo. A plataforma OSX-1 produziu cerca de 3,3 mil barris de petróleo por dia em maio ou 25 por cento da produção total da empresa no mês, segundo dados da Óleo e Gás. ANP também negou recurso da petroleira contra a aplicação de multa por irregularidades no bloco S-M-26, concedido por meio do contrato BM-S-56, na Bacia de Santos.

São Martinho (SMTO3, R$ 38,80, +1,31%)
A São Martinho atingiu maior cotação em quase dois meses após informar que obteve lucro líquido de R$ 286,1 milhões no ano fiscal de 2015, contra R$ 135 milhões no ano passado. A receita líquida atingiu R$ 2,35 bilhões, ante R$ 1,97 bilhão um ano antes. Segundo o Bradesco BBI, como esperado, a companhia mostrou bons números, com fortes resultados operacionais.