Ibovespa caminha para pior semana do ano com quedas de Petrobras, elétricas e bancos

Aumento da CSLL para os bancos e alta do minério são drivers em novo dia de forte volatilidade da Bolsa; contingenciamento de verbas do governo sairá às 15h30

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa opera em queda nesta sexta-feira (22) com recuos de Petrobras, elétricas e bancos. Os investidores ficam de olho no contingenciamento do orçamento, aumento da CSLL e divulgação do IPCA-15. De acordo com informações da Reuters, o tamanho do corte no Orçamento será divulgado às 15h30. Lá fora, as bolsas dos Estados Unidos operam entre perdas e ganhos e as europeias ficam sem direção definida.

Às 14h24 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira sofria desvalorização de 1,49%, a 54.290 pontos. Assim, ele já cai 5,11% na semana, o pior desempenho semanal de 2015. Enquanto isso, o dólar comercial registrava ganhos de 1,17%, a R$ 3,0769 na compra e a R$ 3,0781 na venda. 

Ações em destaque
Subiam forte os papéis da Vale (VALE3, +0,30% a R$ 20,31; VALE5, +1,25%, R$ 17,04), beneficiados pela disparada do minério de ferro nesta sexta. O preço do minério à vista no porto de Qingdao na China teve forte alta de 3,54%, a US$ 59,96 a tonelada. 

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Já as ações da Petrobras (PETR3, -2,91%, a R$ 13,02;  PETR4, -3,20%, a R$ 13,02) operam em queda e puxam o índice. No radar, a estatal já teria escolhido os ativos que colocará à venda para melhorar o caixa e diminuir seu endividamento. A ideia é vender a participações minoritárias de algumas subsidiárias, como a BR Distribuidora e a Gaspetro, e de seu parque de geradoras de energia térmica, informou o Valor. Segundo o jornal, a estatal quer também alienar fatias em alguns blocos do pré-sal. 

Também do lado da queda, os bancos como Itaú Unibanco (ITUB4, -1,89%, a R$ 35,38) e Bradesco (BBDC3, -2,98%, R$ 27,36; BBDC4, -2,29%, R$ 29,05) caíam depois que o governo oficializou o aumento da CSLL de 15% para 20% nas instituições financeiras. O último aumento da CSLL ocorreu em 2008, no 2º mandado do presidente Lula, ocasião em que a econômica brasileira também passava por um cenário preocupante na área da política monetária. Na ocasião, a alíquota subiu de 9% para os atuais 15%. Em reflexo, os papéis de bancos e seguradoras voltam a sofrer hoje.

Ainda na ponta negativa, a Eletrobras (ELET3, -2,42%, a R$ 6,44; ELET6, -4,72%, a R$ 8,88) cai depois que a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou o rating em moeda estrangeira da companhia para “Ba1”, ante “Baa3”, retirando da estatal brasileira o grau de investimento. A Moody’s, que colocou o rating sob revisão para possível novo rebaixamento, disse que as métricas de crédito da Eletrobras não eram condizentes com o grau de investimento, mesmo após a melhora financeira registrada no primeiro trimestre. 

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Já as ações do setor educacional operam entre ganhos e perdas hoje. No Ibovespa, Kroton (KROT3, R$ 12,87, +2,14%) é a maior alta e Estácio (ESTC3, R$ 18,59, -2,16%) está entre as quedas. Segundo fontes disseram à Reuters, o contingenciamento de verbas do setor ficará em R$ 69,9 bilhões. O anúncio será feito na tarde desta sexta-feira, às 15h30 (horário de Brasília), de acordo com o Ministério do Planejamento. 

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 BRKM5 BRASKEM PNA 13,20 -5,04
 ELET6 ELETROBRAS PNB 8,89 -4,61
 SBSP3 SABESP ON 18,24 -4,40
 GFSA3 GAFISA ON 2,52 -3,82
 GOAU4 GERDAU MET PN ED 8,16 -3,55

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 EMBR3 EMBRAER ON 25,01 +2,42
 KROT3 KROTON ON ED 12,86 +2,06
 BRAP4 BRADESPAR PN 11,03 +1,29
 VALE5 VALE PNA 17,04 +1,25
 FIBR3 FIBRIA ON 41,70 +1,21
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Economia
A inflação medida pelo IPCA-15 ficou em linha com o que a mediana dos especialistas esperavam, que era um avanço de 0,59%. Em abril, o índice havia subido 1,07%. Em 12 meses, a inflação acumulada do IPCA-15 está em 8,24% ante estimativas de 8,23%. 

Na agenda, às 14h, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini e a presidente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Cristine Lagarde, participam de seminário sobre metas de inflação. Além disso, serão divulgados os indicadores de criação de novas vagas no mercado de trabalho brasileiro pelo Caged. 

Além disso, o presidente do Federal Reserve de São Francisco, John Williams, afirmou hoje que regras para a política monetária podem ser benéficas, mas trazem alguns problemas. Um deles é que, para serem efetivas, elas precisam dizer o que o Fed faria no momento em que precisasse reduzir os juros de curto prazo para próximo de zero, como em momentos de crise econômica. “Não há dúvidas de que iremos chegar a esse ponto” em algum momento no futuro, disse Williams.

Na maior economia do mundo, o índice de preços ao consumidor subiu 0,1% em abril, dentro da mediana das expectativas do mercado, apesar de um pouco abaixo do resultado de março, quando avançou 0,2%. Os juros dos títulos soberanos dos EUA caem.

Na Alemanha, o PIB da maior economia da zona do euro cresceu 1% no primeiro trimestre de 2015 na comparação anual, em linha com a previsão. Enquanto isso, o índice Ifo de sentimento das empresas no país caiu a 108,5 em maio, levemente acima da previsão de mercado.

Bolsas mundiais
Os índices acionários asiáticos fecharam em alta nesta sexta-feira, após Wall Street marcar outra máxima recorde diante de expectativas quase totais de que o Federal Reserve não deve elevar a taxa de juros em junho. O índice Nikkei, por sua vez, alcançou a máxima em 15 anos. As ações japonesas foram impulsionadas nesta semana pelo crescimento melhor que as estimativas de analistas no primeiro trimestre. Como amplamente esperado, o banco central japonês deixou a política monetária inalterada e disse que a economia japonesa está melhorando.

Na Europa, o dia é misto, de olho principalmente para os dados da economia alemã. Atenção também para a fala do presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, que destacou que as perspectivas para a economia da região parecem mais “brilhantes” hoje do que nos últimos sete anos. Porém, destacou que parte das perdas com a crise poderão se tornar permanentes. 

(Com Reuters e Agência Estado) 

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