Por que a Ecorodovias ganha leilão mas a ação desaba na Bolsa?

Empresa ofereceu deságio bem superior à média da concorrência com tarifa básica proposta de R$ 3,28; atual administradora, CCR, ofereceu R$ 4,24

Paula Barra

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SÃO PAULO – A Ecorodovias (ECOR3) venceu nesta quarta-feira (18) o leilão da ponte Rio-Niterói oferecendo um deságio bem superior à média da concorrência com tarifa básica proposta de R$ 3,28 – equivalente a um deságio de 36,67% sobre o valor máximo permitido. A vitória a esse valor foi suficiente para afundar as ações da companhia na Bolsa. Às 14h21 (horário de Brasília), os papéis caíam 4,32%, a R$ 9,09, depois de terem batido na mínima do dia queda de 5,79%, a R$ 8,95. 

“Acreditamos que a primeira reação do mercado foi negativa devido ao grande desconto e a baixa IRR (Taxa Interna de Retorno, na sigla em inglês) de 5,1%, inferior ao limiar do governo de 72%”, comentaram os analistas Gabriel De Gaetano, Eduardo Silveira e Guilherme Reif, do Banco Espírito Santo.

Segundo eles, há risco de queda da IRR devido ao tráfego, capex (investimentos em bens de capital) e margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida), além do novo projeto trazer risco de menor estimativa de lucro para a empresa. “Nós acreditamos que a pressão no curto prazo sobre as ações da Ecorodovias deve-se principalmente ao fato de que o spread entre a oferta da CCR e Ecorodovias eram muito grandes”, comentaram. A atual administradora da Ponte, a CCR, ofereceu proposta de pedágio de R$ 4,24, um deságio de 18,2% – o pior lance entre os concorrentes. A CCR era considerada favorita já que conhecia os números do fluxo de veículos da ponte. Seis grupos disputaram o leilão. O pedágio atual é de R$ 5,20. 

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Apesar do impacto negativo, os analistas do BES acreditam que essa forte queda dos papéis pode abrir uma oportunidade de compra no ativo. Eles reiteraram recomendação de compra para o papel com preço-alvo de R$ 13, potencial de valorização de 37%.