Braskem afunda 19% com ligação à Lava Jato; Gol dispara 6% com parceria

Confira aqui os principais destaques da Bovespa no pregão desta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após cinco pregões seguidos, o Ibovespa tem alívio e engata alta nesta quarta-feira (11), levando juntos blue chips que vinham sendo penalizadas nas últimas sessões, como Petrobras e bancos. O destaque do pregão, no entanto, fica com as ações da Braskem, que derretem após depoimentos ligarem a empresa à Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras. Fora do Ibovespa, chamava atenção as ações da small cap CSU CardSystem, que subiam forte após anúncio de recompra de ações. Confira abaixo os principais destaques, segundo cotação das 15h30 (horário de Brasília): 

Petrobras (PETR3, R$ 8,53, +2,52%; PETR4, R$ 8,81, +3,04%)
As ações da Petrobras têm dia de repique hoje em meio à melhora do mercado e enquanto crescem rumores sobre alterações no conselho de administração da companhia. Ontem, começaram a pipocar especulações de que Murilo Ferreira, da Vale, poderia assumir a presidência do conselho da empresa, em substituição a Guido Mantega, mas a estatal disse desconhecer o fato em comunicado divulgado durante à noite. 

Crescem rumores de Murilo Ferreira na Petrobras; nome pode ser confirmado dia 23

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Bancos 
Na mesma toada, depois de fortes quedas, as ações dos bancos também mostram alívio hoje. Destaque para os grandes bancos Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,73, +2,99%), Bradesco (BBDC3, R$ 35,09, +2,15%; BBDC4, R$ 34,62, +2,76%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 21,76, +2,30%).  

Braskem (BRKM5, R$ 11,16, -18,84%
As ações da Braskem seguem em derrocada na Bolsa após depoimentos ligarem a empresa à esquema de propina da Operação Lava Jato. Segundo dois delatores da Operação Lava Jato, a petroquímica Braskem, controlada pela Odebrecht, pagou propina para comprar matéria-prima mais barata da Petrobras entre 2006 e 2012. O doleiro Alberto Youssef disse que, em troca de suposto favorecimento, a empresa pagava em média US$ 5 milhões por ano a ele e ao ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. As informações são da Folha de S. Paulo.

Em comunicado enviado nesta tarde, a empresa disse que todos os pagamentos com a Petrobras seguiram a legislação aplicável e foram aprovados de acordo com as regras de governança da empresa, além de ressaltar que os preços praticados nos contratos de matérias-primas nunca favoreceram a Braskem e sempre estiveram atrelados às mais caras referenciais internacionais. Hoje os papéis BRKM5 operam em seu menor patamar desde 2012, enquanto os BRKM3, de baixa liquidez, operam no menor patamar desde 2010. Chama atenção do mercado também o volume financeiro dos papéis preferenciais, que era de R$ 99,9 milhões.

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Mais uma empresa da Bolsa é ligada a esquema de propina da Lava Jato

Cetip (CTIP3, R$ 30,07, -1,44%)
A Cetip negou, em resposta, a uma consulta da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), ter encontrado qualquer indício de irregularidade no processo de diligência na aquisição da GVR, empresa que realiza registro de restrições (gravames) de veículos financiados. Na segunda-feira, a empresa viu suas ações desabarem 8% na Bolsa depois que seu nome surgiu nas investigações da Operação Lava Jato por meio da GRV. Depoimentos do doleiro Alberto Youssef apontaram outras empresas públicas em escândalo de propina, entre elas o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) que teria firmado um acordo com a GVR. O esquema envolvia pagamento de R$ 20 milhões em propina. O que a Cetip explicou posteriormente é que a GVR, contratada para realizar o serviço, foi comprada pela empresa em dezembro de 2010, depois que os pagamentos teriam começado. Mas, segundo Youssef, as propinas teriam prosseguido a compra.

Estácio (ESTC3, R$ 15,90, -0,93%)
Segundo uma matéria do Valor, a Estácio vai subsidiar os juros do programa de financiamento estudantil Pravaler. Nesse programa, o aluno paga 50% da mensalidade durante o curso e 50% depois de formado, com subsídio dos juros o aluno pagará apenas o valor corrigido pela inflação. A cerca de um mês a Anima (ANIM3) também adotou essa estratégia. Para a Guide Investimentos, a notícia é positiva para a Estácio. 

Even (EVEN3, R$ 4,39, -1,35%)
A Even reportou lucro líquido de R$ 67,5 milhões no quarto trimestre de 2014, acumulando no ano inteiro lucro de R$ 252,4 milhões, frente os R$ 282,8 milhões apresentados em 2013. O Itaú BBA espera reação neutra do mercado a resultados “sólidos” no período e em linha com o aguardado.  

Mills (MILS3, R$ 7,46, +6,57%)
A Mills encerrou o quarto trimestre de 2014 com receita líquida de R$ 181,9 milhões, queda de 13,4% na comparação com o mesmo período de 2013; no ano, a cifra ficou em R$ 794,2 milhões, queda de 4,6%. A empresa finalizou o trimestre com prejuízo líquido de R$ 6,2 milhões, contra lucro líquido de R$ 45,6 milhões no ano anterior; em 2014, a empresa registrou lucro líquido de R$ 64,3 milhões, ou R$ 81,7 milhões sem considerar itens não recorrentes.  

Gol (GOLL4, R$ 9,15, +6,03%)
A Gol teve sua recomendação rebaixada pelo Bank of America Merrill Lynch de compra para neutra. Além disso, a companhia anunciou hoje que fez acordo de compartilhamento de voos com a Air Canada. A parceria depende de aprovação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). De acordo com Ciro Camargo, gerente de alianças da Gol, a empresa tem investido em parcerias que trazem cada vez mais benefícios aos seus clientes.

A Guide Investimentos acrescenta em relatório que a ação ajuda a imprimir a marca da Gol no exterior, e trará receita em dólar para a companhia; para eles, o movimento abranda a pressão que a apreciação do dólar tem causado nos múltiplos de endividamento, visto que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) se beneficia da parceria.

Direcional (DIRR3, R$ 5,67, -0,53%)
Depois de rumores envolvendo possível fechamento de capital, a Direcional veio a mercado e comunicou que “não há qualquer negociação em curso para realização de uma oferta pública de aquisição de ações visando ao fechamento de capital”. Ontem, uma reportagem do Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apontava que o fundo árabe controlador Red Sea Housing se uniu à família Gontijo para fechar o capital da construtora mineira. O desembolso para a operação seria de R$ 700 milhões, ou R$ 9 por ação. Segundo a XP Investimentos, se confirmado, as ações tendem a subir forte. O preço estimado corresponderia a um upside de 58,73% no papel. 

Embraer (EMBR3, R$ 25,04, +0,89%)
A Embraer assinou na manhã desta quarta-feira (11) acordo com a Republic Airways para venda de 5 jatos E175. O valor do contrato é estimado em US$ 222 milhões e será incluído na carteira de pedidos da companhia do primeiro trimestre de 2015. A Guide Investimentos destacou que a notícia é positiva para a companhia, ressaltando que as ações da empresa estão em sua carteira recomendada top picks.

CSU CardSystem (CARD3, R$ 3,25, +6,21%)
A CSU CardSystem tem a primeira alta na Bolsa após três pregões seguidos de quedas após aprovar programa de recompra. Segundo comunicado enviado pela empresa ontem à noite, o programa irá recomprar até 1 milhão de ações, que correspondem a 6,48% das ações em circulação no mercado da empresa, pelo prazo de 365 dias, a contar a partir de hoje. A aquisição dos papéis será intermediada pelo Bradesco, BTG Pactual, Credit Suisse, Banco Fator Corretora e Brasil Plural. 

Sabesp (SBSP3, R$ 16,11, -1,17%)
Os funcionários da Sabesp aprovaram indicativo de greve para o dia 19, informou o Valor. Além disso, foi deliberada a convocação para reforçar a decisão um dia antes, 18, na sede do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo). Entre as reivindicações, estão a reintegração imediata dos 399 trabalhadores já demitidos da companhia, a discussão da participação dos funcionários no programa de pagamentos de resultados e o pagamento de adicional de periculosidade incidente sobre as horas extras. 

Queiroz Galvão (QGEP3, R$ 5,78, +3,96%)
Após despencar 12% na última terça-feira (10), a Queiroz Galvão informou hoje que acredita que o movimento se deu após informações de problemas em projetos no pré-sal. A companhia, que foi questionada pela BM&FBovespa após o movimento que ontem ainda era desconhecido pelo mercado, informou que a derrocada dos ativos se deu após declarações prestadas pela Galp, que detém 14% de participação no Consórcio do Bloco BM-S-8, em conjunto com a QGEP (10%), a Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás (10%) e a Petrobras (PETR3; PETR4) (66%).

Em apresentação no Capital Markets Day 2015, a Galp estimou que seus projetos no pré-sal da Bacia de Santos sofriam atraso médio de um ano em decorrência de fatores conjunturais da indústria. Especificamente sobre o Bloco BM-S-8, a Galp informou que o escoamento de gás é um desafio para o desenvolvimento do projeto Carcará, assinalando ainda que suas avaliações internas sobre o atraso nos projetos possuem alto grau de incerteza e que deverão ser revistas após o posicionamento do operador dos blocos em que detém participação.