Petrobras tem novos bens bloqueados e cria diretoria; recomendação e mais 6 agitam 4ª

Quarta-feira deve ser agitada na Bolsa com o investidor seguindo na espera da nova equipe econômica de Dilma

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A quarta-feira (26) deve ser agitada na Bolsa, com o mercado seguindo no aguardo da divulgação da equipe econômica de Dilma Rousseff, prevista para hoje. Entre as ações que estão o radar do investidor, destaque para a Petrobras, informou ontem que seu conselho de administração aprovou a instituição do cargo de diretor de governança, risco e conformidade.

Petrobras
Em meio a investigações, a Petrobras (PETR3PETR4) informou ontem que seu conselho de administração aprovou a instituição do cargo de diretor de governança, risco e conformidade, com o objetivo de mitigar riscos nas atividades da companhia, como os de fraude e corrupção, garantindo a aderência a leis, incluindo as regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e da SEC (Securities and Exchange Commission). 

A empresa comunicou ainda que, além de participar das decisões da diretoria executiva da empresa, as matérias a serem submetidas à deliberação deste colegiado deverão contar, necessariamente, com a prévia manifestação favorável deste diretor quanto à governança, gestão de risco e conformidade dos procedimentos. Segundo a empresa, a criação deste cargo substituirá a posição de diretor da área internacional da empresa.

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Ainda no noticiário da estatal, a Justiça de Pernambuco determinou o bloqueio de contas da companhia até o valor de R$ 126,66 milhões. O pedido foi movido pelo Sintepav-PE, que representa os trabalhadores da construção pesada no estado, na semana passada por conta da falta de pagamento dos funcionários da Refinaria Abreu e Lima contratados pela fornecedora Alumini. 

Vanguarda Agro
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) condenou na terça-feira (25) dois conselheiros da Brasil Ecodiesel, Vanguarda Agro (VAGR3), por insider trading (ou uso de informação privilegiada). Somente um dos executivos permanece no cargo. 

A autarquia condenou em R$ 500 mil cada um dos conselheiros, Silvio Tini e Mauro Antonio Moura de Castro, por atitudes tomadas enquanto ocupavam cargos na Brasil Ecodiesel. O primeiro foi condenado por não cumprimento do dever de sigilo a informações relevantes da empresa, enquanto o segundo, por negociar com os papéis da empresa de posse de informação privilegiada. 

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O episódio julgado hoje ocorreu em 2010, quando a companhia se uniu à Maeda. A operação, divulgada por meio de fato relevante somente em 24 de outubro daquele ano, foi veiculada pela Exame no dia 30 de setembro – quase um mês antes. Um dia depois, houve uma reportagem, desta vez com declarações de Tini, praticamente confirmando a escolha do novo diretor presidente para a companhia e acrescentando que teria êxito no cargo em uma eventual união da empresa com a Maeda ou qualquer outra empresa.

JBS
Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, em julgamento ontem a Justiça manteve o bloqueio da participação acionária que o Grupo Bertin tem na JBS (JBSS3) para garantir o pagamento de uma dívida de R$ 500 milhões que o Grupo Bertin tem com a empresa Mitarrej; a fatia é equivalente a R$ 700 milhões. 

Credores acusam a família Bertin de ocultar patrimônio e desviar recursos para o exterior ao vender, a preço de banana, suas ações na maior empresa de proteína animal do mundo. A história começa em 2008, quando Bertin e Mitarrej criaram uma empresa em comum, a MC2. Há controvérsias sobre o seu nascimento. Os Bertins dizem que foram procurados pela Mitarrej. Mitarrej diz que foi o contrário: que os Bertins queriam ter uma empresa de energia mais robusta e incentivou a fundação da Mitarrej.

No começo, a sociedade foi um sucesso. Ganhou, em dois leilões de energia, 21 térmicas. Os projetos eram um grande negócio, pois poderiam gerar energia equivalente a meia Usina de Itaipu. Em 2010, porém, a sociedade foi desfeita. A Bertin alega, em nota enviada por sua assessoria de imprensa, que “em 2012, foram acordadas condições para negociação de uma possível saída da Mitarrej dos projetos, mediante determinadas condições contratuais, condições essas que não foram cumpridas e que ora são alvo de disputa judicial”. A Mitarrej tem outra versão: “Nos pediram para sair”, diz Valter Pinheiro, da Mitarrej. De qualquer forma, a Justiça já determinou o pagamento.

Recentemente, a operação Lava Jato mostrou que a relação entre todos os sócios é anterior. Eles haviam participado de outros negócios. O que chamou a atenção da Polícia Federal é que a intermediação de alguns deles foi feita pela CSA Project, uma empresa de fachada do doleiro Alberto Youssef. Os Bertins negam essa avaliação da polícia, que é, no entanto, confirmada pela Mitarrej.

MMX (MMXM3)
Em comunicado de esclarecimento ao mercado, a mineradora diz que não vê base legal ou contratual para alegações de inadimplência e menciona que está procurando encontrar uma solução para negocial com a Cefar.

Caso as companhias não entrem em um acordo sobre os direitos e deveres de cada uma em relação aos contratos entre ambas, a MMX declarou que irá tomar as medidas necessárias e cabíveis para defender seu patrimônio. 

No dia 22 de novembro a companhia foi questionada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) após notícia do Diário do Comércio dizer que a companhia poderia perder direitos minerários das minas de minério de ferro de Serra Azul, da companhia Mineração da Serra da Farofa.

Iguatemi (IGTA3) e BR Malls (BRML3)
Ambas as companhias tiveram recomendação elevada pelo Santander. No caso do Iguatemi, a equipe de analistas do Santander Research elevou a recomendação dos papéis IGTA3 de manutenção para compra, colocando-a como “top pick” do setor. De acordo com eles, a companhia é a que possui maior potencial de crescimento nos próximos dois a três anos. 

Já no caso da BR Malls, os analistas reiniciaram a cobertura dos papéis com recomendação de compra, mesmo ela sendo a que possui “menor potencial de crescimento para os próximos anos entre seus pares”.

Eletrobras (ELET3; ELET6)
Em meio à “confusão” com o pagamento dos dividendos da companhia – que não devem ser pagos neste ano – um grupo de acionistas minoritários da Eletrobras questiona a aprovação pelo Conselho de Administração da companhia, de um investimento de US$ 100 milhões em uma usina hidrelétrica de Nicarágua em operação conjunta com a Queiroz Galvão. O primeiro aporte deverá ser de US$ 15 milhões, pagos até final deste ano. 

Iesa
Após a companhia ser notificada por Oficiais da Justiça do Trabalho sobre a proibição da demissão em massa de quase dois mil funcionários programada para esta segunda-feira, a companhia de óleo e gás resolveu suspender as demissões. 

A Iesa havia sido contratada pela Petrobras para construir módulos de compressão de gás para plataformas de petróleo, mas o contrato foi rescindido após o envolvimento da estatal nos escândalos revelados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.