Com Petrobras e Vale, Ibovespa engata alta de olho em noticiário agitado

Novas pesquisas eleitorais, novas denúncias envolvendo Petrobras, revisão do PIB do Brasil para baixo, preço do minério de ferro, vencimento de opções e expectativa por Fed guiam sessão desta segunda-feira

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Após registrar a pior semana em dois anos, o Ibovespa abriu esta segunda-feira (15) entre leves perdas e ganhos, mas firmou alta com a valorização das ações da Petrobras, que sobem quase 2%, assim como as ações de bancos, que sobem cerca de 1%. Vale lembrar que hoje é dia de vencimento de opções sobre ações, que também deve contribuir para a volatilidade do índice. O mercado fica de olho nos dados do minério de ferro, que registram um movimento de alta e levam aos ganhos de mais de 1% dos ativos da Vale, enquanto segue atento às próximas pesquisas eleitorais e repercute a revisão do PIB brasileiro para baixo pelo Focus e pela OCDE.  Às 10h45 (horário de Brasília), o índice registrava ganhos de 0,84%, a 57.406 pontos.

No cenário macroeconômico, destaque para o Focus, que cortou mais uma vez – pela 16ª semana sgeuida – a previsão para o crescimento da economia brasileira. A expansão do PIB (Produto Interno Bruto) em 2014 diminuiu para 0,33%, ante 0,48% da semana anterior.

Vale ressaltar que a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) também reduziu suas expectativas de crescimento do Brasil neste e no próximo ano, também piorando as contas para as principais economias desenvolvidas nesta segunda-feira. Agora, a OCDE vê que a economia brasileira crescerá 0,3%, ante 1,8% que enxergava em maio. Para 2015, a expectativa é de expansão de 1,4%, contra 2,2% anteriormente.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O mercado segue de olho na alta do dólar que fechou, na semana passada, em sua maior alta em 10 meses, o que beneficia exportadoras, caso de Fibria, Suzano e siderúrgicas, enquanto a Gol é afetada negativamente, por ter boa parte da sua dívida atrelada ao dólar. 

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, são:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 CMIG4 CEMIG PN 17,06 +2,40
 GFSA3 GAFISA ON 3,18 +2,25
 VIVT4 TELEF BRASIL PN 50,61 +1,93
 PETR4 PETROBRAS PN 20,51 +1,84
 PETR3 PETROBRAS ON 19,47 +1,83

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, são:

Continua depois da publicidade

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 JBSS3 JBS ON 9,44 -1,46
 ESTC3 ESTACIO PART ON 26,12 -1,21
 GOLL4 GOL PN N2 13,87 -0,93
 LREN3 LOJAS RENNER ON 69,86 -0,85
 LIGT3 LIGHT S/A ON 22,21 -0,85


Noticiário da Petrobras em destaque

Nesta data, o noticiário corporativo se junta ao político com destaque, mais uma vez, para a Petrobras, em meio a novas denúncias envolvendo a companhia, que também anunciou sua produção mensal. As ações da companhia, após abrirem praticamente estáveis, engataram um movimento de alta. 

A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, afirmou no domingo que não preocupa a presença do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. Costa foi convocado após denúncia de suposto esquema de repasse de recursos da estatal a políticos.

Já segundo informado pela revista IstoÉ no sábado (13), o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa citou mais um governador, dois senadores e um deputado federal entre os políticos envolvidos num esquema de corrupção na estatal. 

A Istoé incluiu na lista o governador do Ceará, Cid Gomes, os senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e Francisco Dornelles (PP-RJ) e o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, do Rio. Costa firmou um acordo de delação com o MPF (Ministério Público Federal) e tem revelado detalhes do suposto esquema de desvio de recursos públicos dentro da estatal. A Veja já havia citado 12 nomes de políticos envolvidos no esquema: dentre eles, Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco morto em 13 de agosto de 2014, além de Roseana Sarney (PMDB-MA) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ).

A produção de petróleo da Petrobras no Brasil atingiu em agosto a média de 2,105 milhões de barris/dia (bpd), um aumento de 2,7% em relação a julho e de 10,4% na comparação com o mesmo mês de 2013, informou a empresa na noite desta sexta-feira. O volume ficou próximo do recorde registrado em dezembro de 2010, de 2,121 milhões de barris/dia.

“O crescimento da produção decorreu, principalmente, do aumento do volume produzido pelas plataformas P-55, no campo de Roncador (Bacia de Campos), P-58, que começou a operar em março no Parque das Baleias (área norte da Bacia de Campos), e FPSO Cidade de Paraty, em Lula Nordeste (Bacia de Santos)”, disse a Petrobras em comunicado.

Vale ressaltar que o noticiário eleitoral promete ser agitado nesta semana, com a divulgação das pesquisas Ibope, Datafolha e Vox Populi. 

Mercado internacional de olho no Fed e China
Os principais índices asiáticos, exceto o benchmark Shangai Composto, encerraram a segunda-feira em queda, após fracos dados econômicos da China. Vale mencionar que o índice Nikkei de Tóquio estava fechado devido a um feriado público no Japão. Já na Europa, os índices iniciam a semana sem uma direção única, com investidores à espera da reunião de política monetária do Fed (Federal Reserve), que acontece nesta quarta-feira (17).  

Dados divulgados no sábado mostraram que a produção industrial da China cresceu ao ritmo mais fraco em quase seis anos em agosto, enquanto o crescimento em outros setores importantes também desacelerou. A produção industrial avançou 6,9% em agosto ante o ano anterior, ante expectativa de alta de 8,8% e desacelerando fortemente ante os 9,0% registrados em julho.

Na Europa, investidores seguem na expectativa da reunião do Fed e esperam que os líderes da autoridade monetária façam algum comunicado sobre quando deve terminar o programa de estímulos no país. “A política do Fed é de deixar o mais claro possível quais serão seus próximos passos, e se não comunicarem nada com certeza agora, a reunião seguinte com certeza contará com a decisão sobre o fim do QE3”, explica o gestor da FCL Capital, Fernando Araújo.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.