Melhor ação da semana subiu apenas 4%; veja os 10 destaques da Bovespa

Souza Cruz cai mais de 10% após resultados e lidera perdas junto com imobiliária; alta do dólar "salvou" exportadoras

Marina Neves

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SÃO PAULO – Na pior semana do Ibovespa em 2014, poucas ações conseguiram acumular ganhos nestes 5 pregões. A “campeã” do período foi a CSN (CSNA3), com ganhos de apenas 4%, sendo beneficiada pela disparada do dólar na semana – outras exportadoras do índice também fecharam no azul.

Na ponta negativa, aparecem as ações do setor imobiliário, pressionadas pelas apostas dos operadores de contratos futuros de DI de que a taxa de juros brasileira deverá subir. Souza Cruz (CRUZ3) foi outra a cair na faixa de 10%, após trazer novos resultados decepcionantes.

 Ainda na safra de balanços, a Vale (VALE5) respondeu bem aos números do segundo trimestre, assim como a TIM Participações (TIMP3); já a Ambev (ABEV3) sofreu na Bovespa após os resultados. Fora do índice, a Lupatech (LUPA3) seguiu sob forte volatilidade, ao passo que o Fleury (FLRY3) despencou na Bolsa após fontes apontarem que a empresa não será mais vendida para a Gávea Investimentos.

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Veja os destaques da Bovespa da semana:

Exportadoras
Maior alta de julho, a CSN (CSNA3, R$ 11,75, +3,98%) também foi a “campeã” do Ibovespa na semana ao subir quase 4%. A exportadora de minério se beneficiou da alta do dólar, que acumulou ganhos de 1,7% na semana. Ao longo de julho, no entanto, a siderúrgica se beneficiou com a onda de recompras de ações anunciadas.

Outras exportadoras também se beneficiaram na semana. É o caso da siderúrgica Usiminas (USIM5, R$ 8,10, +2,53%) – que também possui atividade no mercado de minério -, as processadoras de alimentos Marfrig e JBS e as fabricantes de papel e celulose Fibria e Suzano.

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Ambev (ABEV3, R$ 15,66, -4,74%)
As ações da produtora de bebidas despencaram na Bovespa após a divulgação do seu balanço do 2º trimestre. A companhia registrou um lucro líquido de R$ 2,2 bilhões entre abril e junho, alta de 15,9% na comparação anual. Apesar do avanço, a margem de rentabilidade da empresa foi impactada pelo mix de embalagens no período. Para a equipe de análise da Planner Corretora, os números ficaram abaixo das projeções médias do mercado – é o caso do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que subiu 2,7%, para R$  3,3 bilhões, mas abaixo da projeção de analistas de R$ 3,6 bilhões.

Além disso, as ações da companhia ainda foram rebaixadas de “outperform” (desempenho acima da média) para neutra pelo analista Alan de Souza, do Banco Safra de Investimentos. O preço-alvo estipulado pelo analista do banco é de R$ 20,40 por ação – o que garante um potencial de valorização na faixa de 30% sobre a cotação de fechamento desta sexta.

Vale (VALE3, R$ 31,77, -1,88%; VALE5, R$ 28,54, -1,42%)
As ações da mineradora caíram nesta semana em 3 pregões fazendo com que a companhia registrasse perdas na variação semanal. A queda não foi muito acentuada graças à trégua que as ações da companhia obtiveram ontem com a divulgação dos seus resultados para o segundo trimestre. Os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 22,55, -1,27%), holding que detém forte participação nas ações da Vale, também caíram.

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Apesar do desempenho, o mercado encontra alívio hoje no indicador chinês – principal destino das exportações da Vale. Duas pesquisas PMI (Índice de Gerente de Compras) divulgadas na noite de ontem cimentaram apostas de que a economia do gigante asiático está retomando o ímpeto após uma série de medidas de estímulos. O PMI oficial divulgado pelo governo subiu para a máxima em 27 meses, a 51,7 em julho, superando as projeções de 51,4.

Souza Cruz (CRUZ3, R$ 20,70, -10,85%)
As ações da gigante produtora de cigarros foram uma das maiores quedas do Ibovespa na semana, também após a companhia divulgar seu balanço trimestral. A fabricante de cigarros teve lucro líquido de R$ 392,9 milhões no segundo trimestre, queda de 9,8% na comparação anual.

A receita líquida caiu 4,9% na mesma base de comparação e encerrou junho em cerca de R$ 1,48 bilhão. O recuo foi pressionado pela diminuição de 30,7% na receita líquida de tabaco para exportação, disse a empresa. “A expectativa é de que haja desaceleração na queda de volume de tabaco exportado no segundo semestre de 2014 quando comparado com o primeiro semestre de 2014”, acrescentou a Souza Cruz.

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Em relatório, a Planner comentou que a Souza Cruz é líder absoluta do mercado brasileiro, mas enfrenta todo tipo de dificuldades, com as restrições à propaganda e o consumo de tabaco, sem contar a tendência verificada no país nos últimos anos de redução no consumo do produto. Assim, seus resultados refletem este contexto difícil de mercado, disseram os analistas.

Imobiliárias
As imobiliárias sofreram nesta semana após divulgação dos seus resultados e pela expectativa da reunião do Fomc que teve esta semana. Existia a possibilidade de uma sinalização de aumento da taxa de juros, que não foi comentada na reunião, mas o aguardo do mercado influenciou nas ações das imobiliárias.

O destaque de queda para o setor ficou com a PDG Realty (PDGR3, R$ 1,40, -7,89%), que acentuou as perdas nesta sexta após a divulgação de seu resultado trimestral, que demonstrou prejuízo de R$ 135,3 milhões entre abril e junho ante um resultado negativo de R$ 104,9 milhões um ano antes.

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Elétricas
As elétricas demonstraram fortes perdas a partir desta terça-feira, quando a diretoria da Aneel decidiu adiar até 28 de agosto o prazo para liquidação das despesas das distribuidoras com as operações de maio do mercado de energia de curto prazo, que não estão cobertas pela tarifa. Com o novo prazo, o governo ganha mais tempo para negociar com um pool de bancos, incluindo o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), um empréstimo de cerca de R$ 6,5 bilhões para cobrir os custos adicionais das distribuidoras até o fim do ano. O adiamento pesa nas ações do setor pois sinaliza dificuldade do governo em negociar o novo empréstimo com bancos.

O destaque de queda está com a Eletropaulo (ELPL4, R$ 10,46, -7,68%) e Light (LIGT3, R$ 21,32, -6,61%), que caem mais de 6% na variação semanal.

TIM (TIMP3, R$ 12,39, +0,24%)
Registrando altos ganhos no pregão de hoje, as ações da companhia de telefonia também subiram timidamente na semana, ficando próxima à estabilidade no período dos 5 dias. Hoje, a companhia divulgou seu balanço trimestral, que revelou que o lucro da companhia teve queda de 5,2% de abril a junho na comparação anual, com receitas sofrendo impacto da redução da atividade econômica durante o mês da Copa do Mundo, informou a segunda maior operadora móvel do Brasil. A InfoMoney transmitirá ao vivo reunião da TIM com investidores na segunda-feira (4) às 10h.

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Lupatech (LUPA3, R$ 0,32, -27,27%)
As ações da companhia seguiram voláteis nesta semana, repercutindo a aprovação do aumento de capital bilionário na semana passadaContudo, muita gente no mercado não só questionou a sustentabilidade da alta de 100% após a aprovação, como ainda argumentou que a trajetória da ação deveria ser exatamente a oposta, já que a forte diluição de capital que será provocada pela enxurrada de ações no mercado deveria levar o preço dos papéis para cerca de R$ 0,02, segundo cálculo dos gestores da Ujay Capital.

Além disto, nesta semana a companhia deu um prazo extra para seus credores dizerem se vão participar ou não da conversão da debêntures em ações ou ADRs (American Depositary Receipts) da companhia. A nova data para se manifestar é até 12 de agosto.”O prazo final é prorrogado para a data que representa 10 dias antes da data de término de exercício do direito de preferência pelos acionistas da Companhia, no âmbito do aumento de capital anunciado ao mercado na última semana”, informa a empresa via fato relevante.

Fleury (FLRY3, R$ 14,99, -10,72%)
As ações da companhia despencaram na Bovespa após fontes declararem que a Gávea Investimentos não deverá mais comprar o Fleury. A novela se estende ao passo que a Gávea Investimentos, gestora comandada pelo ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, suspendeu as discussões para comprar a Fleury, noticiou a Bloomberg e a Revista Exame, citando pessoas com conhecimento do assunto que pediu anonimato porque as discussões são privadas.

O acordo foi interrompido porque o Instituto Hermes Pardini, laboratório de capital fechado que iria ter operações unidas às do Fleury, queria uma participação maior na companhia combinada, disseram antes pessoas próximas à transação.