Ibovespa cai mais de 2% com piora no exterior e fiscal no Brasil; Petrobras desaba 3%

Balanço de empresas seguem no radar; na Europa, o dia é de fortes baixas em meio à preocupação com o economia e resultados corporativos ruins

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa acentua as perdas no início da tarde desta quinta-feira (31), com perdas de mais de 2%, digerindo a bateria de resultados, mas principalmente por conta do cenário exterior, também em meio aos dados corporativos depecionantes e com as preocupações sobre a economia da zona do euro. Às 13h33 (horário de Brasília), o índice registrava perdas de 2,20%, a 55.628 pontos, no seu quinto dia de baixa. As ações da Petrobras caem cerca de 3%. 

Em destaque no exterior, está o problemático banco português BES (Banco Espírito Santo), que chegou a desabar 50% na manhã desta quinta-feira após a divulgação do balanço. O Banco Espírito Santo anunciou na noite de ontem que acumulou prejuízo de 3,488 bilhões de euros no segundo trimestre de 2014. No acumulado dos primeiros seis meses, a perda atingiu 3,577 bilhões de euros. O maior banco privado português em ativos, liderado por Vítor Bento há duas semanas, adiantou que registou perdas contábeis e contingências da ordem de 4,253 bilhões de euros.

Enquanto isso, atenção para os dados da zona do euro. A inflação anual na zona do euro desacelerou em julho para seu menor nível desde o pior da crise financeira há quase cinco anos, destacando os riscos de deflação no radar do Banco Central Europeu (BCE). Os preços ao consumidor nos 18 países que compartilham o euro subiram 0,4% em julho na base anual, pior resultado nessa comparação desde outubro de 2009, quando houve recuo de 0,1%, informou nesta quinta-feira a agência de estatísticas da UE, Eurostat.

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 Destaque ainda para o FMI (Fundo Monetário Internacional), que disse que a China deveria definir uma meta de crescimento econômico de 6,5% a 7% para 2015 e evitar medidas de estímulos a menos que a economia ameace desacelerar de maneira forte destes níveis.

Enquanto isso, no Brasil, os resultados do setor público consolidado desanimaram, ao registrar um déficit primário  de R$ 2,1 bilhões, em junho, o primeiro para o mês, e de R$ 11,046 bilhões, em maio. Em 12 meses encerrados em junho, o superávit primário chegou a R$ 68,528 bilhões, o que corresponde a 1,36% do Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no país. A meta para o setor público, este ano, é 1,9% do PIB. “Obviamente o déficit de maio e junho tornam o atingimento da meta mais distante, mais difícil. Exigirá um esforço maior do governo para obte-la, mas não significa que não será atingida”, disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.

Já na agenda dos EUA, destaque para os pedidos de auxílio desemprego, que ficou levemente abaixo do esperado com 302 mil pedidos; amanhã, sairá o relatório de emprego de julho; à noite, sai o PMI industrial da China.

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Resultados guiam ações
A temporada de resultados volta a roubar as atenções dos investidores nesta quinta-feira, tendo também como destaque para Ambev (ABEV3) e Embraer (EMBR3). Nesta manhã, o Santander Brasil (SANB11) também divulgou seu resultado, no qual mostrou lucro líquido de R$ 527,5 milhões, enquanto o Bradesco (BBDC4reportou um lucro 27,7% maior na comparação anual. 

Já a Vale registrou um lucro líquido de R$ 3,187 bilhões no segundo trimestre de 2014, abaixo da expectativa do mercado de resultado de R$ 5 bilhões, mas 283% maior na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando a companhia foi afetada por perdas contábeis cambiais. As ações da Vale, após alternarem entre leves perdas e ganhos, viraram para baixo, com queda de 0,6%.  

A Ambev (ABEV3divulgou lucro líquido de R$ 2,2 bilhões entre abril e junho, alta de 15,9 por cento na comparação anual, em linha com a previsão média de analistas em pesquisa da Reuters; o papel ABEV3 registra baixa de cerca de 4%. A Embraer (EMBR3) apresentou forte lucro no segundo trimestre, favorecida pela redução de imposto de renda e pelo aumento da receita com entregas de aeronaves, revertendo resultado negativo registrado um ano antes. 

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Apenas as ações de algumas exportadoras registram ganhos, com destaque para as companhias do setor de papel e celulose, em meio à forte alta do dólar, de 1,40%, uma vez que as receitas das empresas são atreladas à divisa norte-americana. 

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, são:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 CPLE6 COPEL PNB 34,67 -4,86
 CESP6 CESP PNB 28,51 -4,17
 ABEV3 AMBEV S/A ON EDJ 15,72 -4,15
 MMXM3 MMX MINER ON 1,42 -4,05
 PETR3 PETROBRAS ON 17,94 -3,96

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, são:

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 Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 8,66 +1,64
 FIBR3 FIBRIA ON ATZ 22,22 +0,91
 CSNA3 SID NACIONAL ON 11,30 +0,80
 USIM5 USIMINAS PNA 8,01 +0,50
 ELET6 ELETROBRAS PNB 10,89 +0,09

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.