Ibovespa parte para 5º pregão de queda com baixa de mais de 1%; dólar sobe forte

ADRs da Vale, que registravam alta, vira para alta em meio às perspectivas de redução da exportação de commodities; noticiário é negativo no exterior em meio à riscos de deflação no euro e default na Argentina

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa registra queda na sessão desta quinta-feira (31), de olho na temporada de balanços e em meio às perspectivas de declínio nas perspectivas de exportação de commodities. Às 10h39 (horário de Brasília), o índice registrava perdas de 1,07%, a 56.268 pontos. A Vale (VALE3;VALE5), que via seus ADRs subirem após a divulgação de seus números para o segundo trimestre, virou para leve baixa na Bovespa em meio a essas notícias, mas logo voltou a subir.

As ações da Petrobras caem cerca de 2%, assim como os papéis das estatais, ainda digerindo novas pesquisas eleitorais. As bolsas de Nova York também registram expressiva baixa, em meio às preocupações com o risco de deflação na zona do euro e na espera da divulgação do relatório de emprego, amanhã de manhã. Enquanto isso, em meio a aversão ao risco do mercado, o dólar registra ganhos de cerca de 1%.

A temporada de resultados volta a roubar as atenções dos investidores nesta quinta-feira, tendo também como destaque para Ambev (ABEV3) e Embraer (EMBR3). Nesta manhã, o Santander Brasil (SANB11) também divulgou seu resultado, no qual mostrou lucro líquido de R$ 527,5 milhões, enquanto o Bradesco (BBDC4reportou um lucro 27,7% maior na comparação anual. Após abrir em leve alta, os papéis BBDC4 viraram para queda. 

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Já a Vale registrou um lucro líquido de R$ 3,187 bilhões no segundo trimestre de 2014, abaixo da expectativa do mercado de resultado de R$ 5 bilhões, mas 283% maior na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando a companhia foi afetada por perdas contábeis cambiais. 

A Ambev (ABEV3divulgou lucro líquido de R$ 2,2 bilhões entre abril e junho, alta de 15,9 por cento na comparação anual, em linha com a previsão média de analistas em pesquisa da Reuters; o papel ABEV3 registra baixa de cerca de 2%. A Embraer (EMBR3) apresentou forte lucro no segundo trimestre, favorecida pela redução de imposto de renda e pelo aumento da receita com entregas de aeronaves, revertendo resultado negativo registrado um ano antes; os ativos EMBR3 registram leves ganhos. 

Ainda no Brasil, o mercado fica de olho nas pesquisas eleitorais, com a divulgação das pesquisas regionais Ibope para São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Distrito Federal e Minas Gerais, que mostraram um cenário mais positivo para o PSDB. Por outro lado, segundo divulgado pelo twitter da colunista da Globo Cristiana Glôbo, Dilma está à frente de Aécio em São Paulo e no Rio de Janeiro, enquanto o tucano lidera em Minas Gerais e no Distrito Federal, mas não deu detalhes sobre o número do segundo turno. Conforme aponta a XP Investimentos, estes números ainda não são conclusivos, mas podem fazer com que os investidores aproveitem para embolsar os lucros registrados nos últimos meses. 

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Já na agenda dos EUA, destaque para os pedidos de auxílio desemprego, que ficou levemente abaixo do esperado com 302 mil pedidos; amanhã, sairá o relatório de emprego de julho; à noite, sai o PMI industrial da China.


As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, são:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 ELPL4 ELETROPAULO PN N2 10,45 -3,06
 PDGR3 PDG REALT ON 1,43 -2,72
 EVEN3 EVEN ON 6,13 -2,70
 ABEV3 AMBEV S/A ON EDJ 15,98 -2,56
 CMIG4 CEMIG PN 18,65 -2,51

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, são:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 VALE3 VALE ON 32,73 +1,58
 VALE5 VALE PNA 29,23 +1,04
 BRAP4 BRADESPAR PN 23,21 +0,69
 FIBR3 FIBRIA ON ATZ 22,10 +0,36
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 8,53 +0,12

Europa em queda; Argentina dá calote
Enquanto isso, as bolsas globais caem com resultados abaixo do esperado de cias. como Samsung e Deutsche Lufthansa. Na Europa, os dados de preços também desanimaram, ao apontar para uma inflação mínima em quase 5 anos em julho na zona do euro. 

Na América Latina, o destaque fica para a Argentina, que entrou em default pela segunda vez em 12 anos depois que acabaram as esperanças de um acordo de última hora com os credores chamados de “holdouts”, preparando o caminho para que os preços de ações e bônus argentinos desabem nesta quinta-feira e aumentando as chances de que a recessão seja ainda mais forte neste ano.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.