Vale “acorda” na Bolsa e 3 small caps sobem mais de 50%; veja as ações da semana

Dentro do Ibovespa, temporada de resultados começa a pegar fogo, com Hering disparando e Usiminas afundando; Oi volta a cair forte

Marina Neves

Publicidade

SÃO PAULO – A semana marcou o início de temporada de resultados do 2º trimestre, que já trouxe repercussão em grandes empresas do Ibovespa. Além disso, a gigante Vale trouxe boas surpresas aos investidores com dados de produção melhores que o esperado e se destacou positivamente, enquanto a Oi manteve a sina negativa e afundou nos dois últimos pregões da semana.

Fora do Ibovespa, tivemos três small caps apresentando valorização de mais de 50%: Lupatech, Karsten e CSU Cardsystem.

Veja os 11 destaques que agitaram a semana:

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

1) Vale (VALE3, R$ 32,38, +0,12%; VALE5, R$ 28,95, 0,00%)
As ações ordinárias e preferenciais da Vale subiram 2,96% e 2,64%, respectivamente. A mineradora divulgou seus dados de produção do 2º trimestre, que vieram melhores do que o esperado. A companhia elevou a produção da matéria-prima do aço em 12,6% no segundo trimestre do ano, ante o mesmo período de 2013, registrando o melhor resultado para os meses entre abril e junho de sua história. A produção de minério de ferro da Vale atingiu 79,448 milhões de toneladas, alta de 11,8% ante o primeiro trimestre, “devido a melhores condições climáticas e aos ramp-ups da Planta 2, em Carajás (Norte), e da nova planta de Conceição Itabiritos, no Sistema Sudeste”.

Após os dados, analistas comentaram positivamente sobre o futuro da companhia. O Itaú BBA afirmou que a Vale pode elevar suas estimativas de produção para 2014. A equipe do banco de investimentos estima que a produção de minério da empresa alcance 320 milhões de toneladas este ano.

Aliado a isso, a produção industrial chinesa atingiu seu melhor nível em 18 meses com um salto nas novas encomendas, indicando de que a economia está acelerando com as medidas do governo.

Continua depois da publicidade

2) Lupatech (LUPA3, R$ 0,44%, -22,81%)
Mesmo com a forte queda de 22,81% nesta sexta-feira, as ações da Lupatech acumularam ganhos de 72,24% na semana. Na última terça-feira, o conselho de administração aprovou um aumento de capital que pode chegar a R$ 1,32 bilhão, o que provocou uma disparada de 100% nas no pregão de quarta-feira (23). Contudo, muita gente no mercado não só tem questionado a sustentabilidade dessa alta como ainda argumenta que a trajetória da ação deveria ser exatamente a oposta.

É o caso de Diego Arruda e Antonio Bueno, sócios e gestores da Ujay Capital – asset que possui pouco mais de R$ 80 milhões em ativos sob gestão. Em entrevista ao InfoMoney, os dois investidores consideram o aumento de capital como uma mera equalização da dívida, e não como a “solução mágica” dos problemas da Lupatech, que encontra-se em recuperação extrajudicial. Com isso, eles aumentaram consideravelmente a posição “short” (ou “vendida”, quando você lucra com a queda da ação) no papel, cravando um objetivo de R$ 0,02 para a ação.

3) Karsten (CTKA4, R$ 1,03, -5,50%)
A Karsten viu suas ações subirem 114,58% nesta semana. Na noite de segunda-feira, logo após a ação subir 60%, a companhia respondeu à CVM – que pediu esclarecimentos sobre a alta da ação – que estava em negociação com seus controladores para um aumento de capital de até 6 vezes seu valor de mercado e, tendo em vista a disparada repentina de suas ações, achou mais prudente abrir a informação aos investidores. O movimento continuou na terça (+54,5%) e quarta-feira (+6,72%).

4) B2W (BTOW3, R$ 35,64, +3,30%)
Um dos grandes “casos de sucesso” da Bovespa nos últimos meses, as ações da B2W subiram nos 5 pregões da semana e acumularam ganhos de 9,25%, fechando no seu maior patamar desde março de 2010. Após anos enfrentando problemas operacionais, o braço de varejo online da Lojas Americanas vem conseguindo reportar bons resultados a cada trimestre, além de também ter se beneficiado com a injeção bilionária de capital feito pela gestora Tiger. Além disso, as ações BTOW3 passaram a fazer parte do índice MSCI no mês passado, o que garante uma nova demanda de grandes investidores – já que muitos fundos de investimento que acompanham este índice precisam comprar a ação para replicar seu desempenho.

5) Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 111,74, +1,12%)
As ações da companhia subiram 4,44% nesta semana após a companhia ter divulgado seus resultados nesta quarta-feira. A empresa divulgou que o lucro líquido de R$ 358 milhões  no segundo trimestre, mais de 4,5 vezes superior na comparação anual, em meio a fortes resultados operacionais. Analistas de mercado já esperavam um forte avanço no lucro, já que entre abril e junho do ano passado a empresa teve despesas não recorrentes de R$ 350 milhões.

Ainda assim, o resultado ficou acima do esperado. A média das estimativas obtidas pela Reuters apontava para um lucro líquido de R$ 264,5 milhões. Além da baixa base de comparação, a linha final também foi impulsionada pela melhora operacional dos negócios.

6) Fleury (FLRY3, R$ 16,79, +1,45%)
As ações da companhia registraram ganhos na semana de 2,42%. Segundo informações da Bloomberg, que citou uma fonte com conhecimento no assunto, Goldman Sachs poderá se juntar à Gávea – gestora do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga -para comprar a companhia. Além do Goldman Sachs, o Abu Dhabi Investment Authority também estaria considerando se unir à Gávea para realizar a compra do Fleury. Caso a integração se consolide, os dois investidores passariam a fazer parte de uma negociação que mexeu com o mercados nos últimos seis meses.

7) CSU (CARD3, R$ 2,74, +16,60%)
As ações da CSU subiram 45,95% nesta semana após terem noticiado na quarta-feira que 
fecharam contratos com empresas de vários segmentos nos últimos meses, promovendo o incremento no faturamento em R$ 60 milhões anuais para a empresa. Em comunicado, a CSU disse que na unidade CSU ITS, voltada à terceirização de tecnologia com hospedagem de softwares e hardwares e terceirização de data center, foram assinados contratos com Porto Seguro e Europ Assistance.

8) Gol (GOLL4, R$ 14,13, -1,88%)
As ações da Gol figuraram no topo dos maiores ganhos do Ibovespa, registrando alta de 9,10%, em meio à expectativa do mercado acerca dos seus resultados trimestrais. Segundo o analista Mário Bernardes Junior, do BB Investimentos, os papéis sobem pelo terceiro dia consecutivo graças a uma possível antecipação do mercado referente aos resultados da empresa, que deverão vir ainda melhores que os do primeiro trimestre, já que a Copa proporcionou bons números para a companhia e levou a uma taxa de ocupação mais alta do que o esperado pela companhia.

Ainda de acordo com o analista, a tensão no Iraque com a tomada de refinarias não irá impactar em grandes números os resultados da empresa.

9) Hering (HGTX3, R$ 21,70, +5,34%)
As ações da companhia tiveram alta na semana de 7,82%, impulsionado principalmente pela alta desta sexta-feira (+5,34%). O movimento positivo veio mesmo com os resultados divulgados ontem não agradando o mercado: 
diante de um ambiente incerto e um calendário prejudicado pela Copa do Mundo, a empresa apresentou um recuo anual de 16,5% no lucro líquido no segundo trimestre de 2014, indo para R$ 74,2 milhões – analistas consultados pela Reuters estimavam um lucro líquido de R$ 78 milhões. Além do resultado, a varejista divulgou um programa de recompra de até 5 milhões de ações pelos próximos 365 dias, fato que pode ter sustentado a ação no curto prazo.

Outra varejista que soltou seu balanço trimestral na semana foi a Lojas Renner (LREN3), que teve lucro líquido de R$ 118,5 milhões, alta de 20,9% na comparação anual. A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado subiu 22,9% sobre um ano antes, a R$ 248,1 milhões. A média das estimativas de analistas apontava lucro líquido de R$ 115,8 milhões e Ebitda ajustado de R$ 241,7 milhões em pesquisa da Reuters.

10) Usiminas (USIM5, R$ 7,90, +0,64%)
Figurando como a maior queda na semana do Ibovespa, as ações da Usiminas caíram com a piora do mercado de aço no Brasil, o que ofuscou a reversão de prejuízo para lucro líquido relatado no resultado da companhia. O resultado da siderúrgica passou de R$ 22,1 milhões negativo no ano passado para R$ 129 milhões positivo. Já a receita líquida da empresa caiu 4,3%, indo para R$ 3,106 bilhões. O Ebitda cresceu para R$ 549,4 milhões, na mesma base de comparação. Segundo a empresa, o maior preço médio da venda de aço no mercado doméstico e do maior volume de exportações de aço, compensou o menor preço médio e volume da exportação do minério de ferro.

11) Oi (OIBR4, R$ 1,49, -3,87%)
Mais uma semana e as ações da Oi tiveram queda, acumulando no ano perdas de 58,5%. Contribuiu para a queda de 5,13% na semana a notícia de que a Anatel 
considera a empresa do setor mais endividada no País seja a operadora mais fraca e antevê que sua independência esteja em risco caso ela não participe do próximo leilão de espectro wireless. “O que acontecerá com a consolidação do mercado dependerá do leilão de 700 mega-hertz: ele definirá o futuro das telecomunicações no Brasil”, disse Carlos Baigorri, superintendente de Competição da Anatel, em entrevista de Brasília anteontem. “Provavelmente o mercado queira dissolver a empresa que não ganhar no leilão”.

Baigorri disse que qualquer operadora que perca o leilão estaria em risco. Ele não quis dar mais detalhes sobre como o mercado dissolveria uma empresa. A assessoria de imprensa da Oi, com sede no Rio de Janeiro, não quis comentar. Analistas como Kevin Smithen, do Macquarie Group Ltd., consideram provável que a Oi não participe do leilão de espectro 4G do governo porque está paralisada por dívidas. O analista Andrew Campbell, do Credit Suisse Group AG, descreveu o leilão como uma “oportunidade única na vida” para ganhar capacidade de serviço de dados de alta velocidade.