Petrobras, discórdia sobre reajuste de pedágio e mais 5 empresas agitam o noticiário

Entre os destaques, a CCR se manifestou contra a decisão da Artesp sobre o reajuste de pedágios, enquanto a Eletropaulo teve seu rating cortado pela Fitch

Paula Barra

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SÃO PAULO – A semana inicia com noticiário corporativo carregado. Entre os destaques, a Petrobras (PETR3; PETR4) afirmou na última sexta-feira (27) que seu conselho de administração autorizou, em fevereiro, a diretoria a buscar novas reservas de petróleo e convocou analistas para tentar amenizar o mal estar gerado pela escolha da estatal para ficar com o óleo excedente da cessão onerosa, com antecipação de pagamentos. 

“Na reunião do Conselho de fevereiro houve aprovação para que a empresa buscasse novas fontes para explorar petróleo e gás, no plano estratégico até 2030”, disse a jornalistas pela manhã a ministra do Planejamento e conselheira da estatal, Miriam Belchior.

A declaração da ministra foi dada após o conselheiro Silvio Sinedino, que representa os funcionários no Conselho da empresa, ter afirmado na última quinta-feira que considerava recorrer à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) por não ter sido informado sobre um acordo da Petrobras com a União para produção de petróleo excedente em quatro áreas do pré-sal. No começo da semana passada, o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) escolheu a Petrobras para extrair, sem licitação e agora pelo regime de partilha, um volume excedente estimado de 9,8 bilhões a 15,2 bilhões de barris de petróleo na cessão onerosa.

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Concessionárias de rodovias
No final da semana passada, a Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo) definiu reajuste médio de 5,29% para pedágios no estado. As novas tarifas passaram a valer a partir de 1° de julho. O aumento, no entanto, ficou abaixo do IPCA, índice de preços que normalmente define o reajuste anual, que está em 6,37% no acumulado de 12 meses.

O porcentual de aumento varia dependendo da praça de pedágio. Entre as empresas listadas em Bolsa, as tarifas de pedágio nos acessos de Diadema e Eldorado da Rodovia Imigrantes, administrada pela Ecovias, empresa do Grupo Ecorodovias (ECOR3), não terão aumento, por exemplo. Já o pedágio principal da mesma rodovia terá um reajuste de 3,77%, passando de R$ 21,20 para R$ 22. Por outro lado, a tarifa da CCR Autoban (CCRO3) (que administra o sistema Anhanguera Bandeirantes) recebeu aumento de 5,38% neste ano. 

Após o anúncio, a CCR se manifestou contra a decisão da Artesp sobre o reajuste de pedágios e afirmou que tomará as medidas necessárias para defender seus interesses e “direitos contratualmente assegurados”. Em fato relevante, a CCR afirmou que regras claras regem as concessões rodoviárias nos respectivos contratos, que determinam obrigações e direitos, entre as quais o reajuste anual de tarifas mediante a aplicação direta de um índice de preço (IPCA).

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Hoje pela manhã a Ecorodovias disse que adotou os reajustes médios nas tarifas de pedágio das concessionárias rodovias Ecovias dos Imigrantes e Ecopistas, de 4,58% e 6,97%, respectivamente. Entretanto, a empresa apontou que não concorda com os reajustes determinados unilateralmente pela Artesp para ambas as concessionárias, pois não correspondem a aplicação dos índices previstos nos contratos de concessão e informou que tomará as medidas cabíveis. 

Eletropaulo
Além disso, a Eletropaulo (ELPL4) teve seu rating cortado pela agência de classificação de risco Fitch, com perspectiva estável. Segundo o comunicado da agência, o rebaixamento reflete o enfraquecimento do perfil de crédito da companhia desde a implementação do terceiro ciclo de revisão tarifária, em julho de 2012, o que resultou em uma redução significante da “geração de caixa operacional da empresa e impactou de forma negativa seus indicadores de crédito”.

A Fitch acrescenta que os ratings incorporam a espectativa da agência de que a alavancagem líquida ajustada da Eletropaulo permaneça de moderada a alta, de acordo com as análises feitas por eles. Ainda de acordo com a agência de classificação de risco, a empresa se beneficia de seu perfil de negócios, “dada a exclusividade no direito de distribuição de eletricidade à região metropolitana de São Paulo, que é favorável”.

O comunicado ainda declara que o atual risco hidrológico está acima da média e tem imposto pressão adicional ao fluxo de caiza da Eletropaulo, “dado o aumento de custos relacionado à alta de preços de energia no mercado spot e aos elevados despachos das usinas térmicas”. De acordo com os analistas da Fitch, estes custos não gerencionáveis pressionam o EBITDA e a liquidez no curto prazo.

Cemig
O Conselho de Administração da Cemig (CMIG4) aprovou em reunião nesta sexta-feira a distribuição de 1,704 bilhão de reais, correspondentes a 1,354228576 real por ação, em dividendos extraordinários.

O pagamento será realizado em duas parcelas, de 1,1 bilhão de reais, até 8 de julho, e de 604 milhões de reais até 30 de setembro, disse a companhia. Terão direito a recebimento os acionistas com base na companhia nesta sexta-feira.

Energias do Brasil
A EDP Energias do Brasil (ENBR3) informou nesta sexta-feira ter concluído a venda de 50 por cento de suas participações nas usinas hidrelétricas de Santo Antônio do Jari e Chachoeira Caldeirão para a CWEI Brasil, subsidiária da chinesa Três Gargantas (China Three Gorges Corporation, CTG).

Segundo fato relevante, a CWEI pagou no total 420,6 milhões de reais, sendo 420,2 milhões de reais relativos à fatia de 50 por cento detida pela EDP na usina Santo Antônio Jari e 400 mil reais relativos à participação de 50 por cento na usina de Cachoeira Caldeirão.

O acordo havia sido anunciado em dezembro.

“Com a conclusão destas operações, EDP e CWEI consolidam sua parceria no mercado de energia, sob uma estrutura acionária equilibrada, com controle compartilhado, direitos equivalentes e tomada de decisão com base em consenso entre as partes”, disse a empresa do grupo Energias de PortugalEDP.LS.

SulAmérica
A SulAmérica (SULA11) informou que a holandesa ING ING.AS vendeu toda sua participação na companhia em leilão nesta sexta-feira.

Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o ING vendeu 34.073.516 units da SulAmérica por cerca de 521,7 milhões de reais. Com isso, o acordo de acionistas da SulAmérica foi rescindido.

Em comunicado, o ING informou que vendeu os 10 por cento restantes que tinha na SulAmérica, “em linha com com seu objetivo de desinvestir em negócios em seguros e de gestão de recursos e se focar na atividade bancária”. A empresa holandesa afirmou que o negócio lhe rendeu 170 milhões de euros.

Nos últimos meses, a ING vem vendendo participações de negócios em países incluindo China e Coreia do Sul.

Com a operação, a ING concluiu um processo de desinvestimento nos últimos anos. Em maio de 2013, vendeu ao International Finance Corporation (IFC) 26,4 milhões de ações ordinárias e 52,9 milhões de papéis preferenciais da seguradora, reduzindo sua fatia na SulAmérica para 13,6 por cento.

(Com Reuters)