JBS dispara 6% após derrota para Tyson; Eletropaulo mais 5 ações roubaram a cena

Com nenhuma ação fechando em queda, Marfrig volta a registrar fortes ganhos, enquanto fora do índice Lupatech e GP Investiments sobem mais de 15%

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em mais um dia de forte alta na Bolsa nesta segunda-feira (9), as ações da Eletropaulo (ELPL4) chamaram atenção e lideraram com folga os maiores ganhos do Ibovespa ao saltarem 7,37%, a R$ 9,76, em uma sessão onde nenhum papel do índice fechou em queda. O volume financeiro movimentado supera em 5 vezes a média diária, atingindo R$ 23,49 milhões, com as compras sendo lideradas por Credit Suisse, JPMorgan e Merrill Lynch – sinalizando uma entrada de investidores estrangeiros no papel.

O motivo para a alta das ações pode estar associado à expectativa de queda no preço de energia no mercado à vista, explica o analista da XP Investimentos, William Alves. Com a volta das chuvas, a projeção é que os reservatórios das hidrelétricas voltem a subir, reduzindo a utilização das termoelétricas e baixando o preço da energia. Na última semana, o valor da energia já havia recuado de seu máximo em R$ 822 MWh para R$ 577,39 MWh, preço que caiu ainda mais esta semana, atingindo R$ 318,60 MWh.

No caso das companhias distribuidoras como a Eletropaulo, a queda do preço é positiva, já que no cenário sem chuvas elas precisavam buscar energia “extra” no mercado para suprir o que não conseguiam oferecer. Com o preço da energia em seu máximo como anteriormente, o caixa das distribuidoras ficava bastante pressionado. Situação que deve melhorar com esse ambiente de alívio nos valores da energia.

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JBS
As ações da JBS (JBSS3, R$ 7,91, +6,32%) dispararam após a empresa comunicar ao mercado que sua controlada nos Estados Unidos, a Pilgrim’s Pride, retirou a proposta para adquirir a Hillshire depois de uma nova investida que a Tyson Foods deu na companhia. “A decisão da Pilgrim’s de retirar a proposta segue o anúncio de hoje da Tyson Foods sobre a Hillshire”, explica a JBS em comunicado enviado ao mercado. 

A Tyson aumentou sua proposta e deve pagar US$ 63 por ação em dinheiro pela Hillshire, avaliando a empresa em mais de US$ 7,7 bilhões. Nas últimas semanas a JBS foi bastante prejudicada enquanto a Tyson e a Pilgrim’s disputavam a compra da Hillshire devido aos altos valores propostos pelas duas companhias.

Anhanguera
As ações da Anhanguera Educacional (AEDU3, R$ 17,69, +2,73%) subiram após o Conselho de Administração da empresa aprovar, em reunião realizada na última sexta-feira, a incorporação das ações da empresa pela Kroton (KROT3), tornando-se assim uma subsidiária integral da segunda empresa, de acordo com ata de reunião. 

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A decisão ocorre após o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovar em maio, com restrições, a fusão entre as duas empresas, que criará a maior empresa de ensino privado do país e uma das maiores do mundo, com cerca de 1,1 milhão de alunos. Com essa valorização, os papéis renovam sua máxima histórica e já acumulam alta de 58% desde o final de fevereiro.

Gol
Após fechar a última semana entre as maiores perdas do Ibovespa, os papéis da Gol (GOLL4) subiram forte neste pregão, avançando 4,40%, para R$ 13,06, em meio à queda do dólar, que nos últimos dias chegou a bater em R$ 2,28. Nesta sessão, a moeda norte-americana fechou com queda de 0,83%, a R$ 2,23 na venda. Vale lembrar que 55% dos custos da Gol são em dólar e que uma volatilidade na moeda prejudica bastante a companhia, pressionando principalmente o preço do combustível das aeronaves.

Marfrig
As ações da Marfrig (MRFG3) aproveitaram o dia positivo e voltaram a disparar neste pregão, fechando o dia com ganhos de 5,39%, a R$ 6,06. Desde que apresentou seu resultado do primeiro trimestre os papéis da companhia passam por um forte rali, encerrando o mês de maio como a maior alta do Ibovespa. Considerando os últimos 7 pregões, os ganhos da companhia chegam a 16%, enquanto no ano a valorização é de 51,50%.

Lupatech
As ações da Lupatech (LUPA3, R$ 0,64, +18,52%) registraram fortes ganhos, chegando a subir 29,63% na cotação máxima do dia, após a companhia informar em comunicado ao mercado que o plano de recuperação extrajudicial apresentado aos titulares de Bônus Perpétuos (plano de recuperação extrajudicial) foi homologado pelo juízo da 2ª vara judicial da Comarca de Nova Odessa, estado de São Paulo, onde está situada a sede da companhia.

Para atender os requisitos legais necessários para a eficácia e validade do plano de recuperação extrajudicial, a companhia aguarda, ainda, a manifestação da corte competente da cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos.

GP Investiments
Após anunciar que venderá sua participação na Sascar para a Michelin, o private equity listado na Bovespa, GP Investiments (GPIV33, R$ 5,04, +17,21%), vê seus BDRs (Brazilian Depositary Receipts) subirem na bolsa brasileira, chegando a valer R$ 4,85 na sua cotação máxima do dia até o momento.

A Michelin comprará a empresa brasileira de gestão de frota de caminhões e segurança de carga Sascar por € 440 milhões para entrar na indústria independente de caminhões forte no Brasil, disse o grupo francês de pneus e serviços automotivos nesta segunda-feira. A GP Investiments, cujo fundo GP Capital Partners V, L.P detinha 46% da Sascar, venderá sua participação por US$ 260 milhões.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.