Resultados, STJ e exclusão do MSCI: veja 11 ações que foram destaque; Oi cai 10%

Com suspensão de julgamento, papéis da Cemig despencam mais de 6%; mesmo com entrada no MSCI, ações e units da Via Varejo fecham em queda

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em mais um dia negativo para o Ibovespa, os destaques desta quinta-feira (15) ficaram para as ações refletindo a temporada de resultados – que termina nesta noite – e para as companhia envolvidas nas mudanças anunciadas para o índice MSCI. O pregão termina com apenas 17 das 71 ações do Ibovespa no positivo, enquanto 14 papéis recuaram mais de 2%, com destaque para as empresas do setor elétrico.

Com o pior desempenho do índice ficaram as ações preferenciais da Oi (OIBR4), que caíram 8,04%, a R$ 1,83 – atingindo na mínima do dia perdas de 9,05%, a R$ 1,81 -, refletindo o resultado do primeiro trimestre. Fora do índice, as ações ordinárias da companhia registraram desvalorização de 10,96%, cotadas a R$ 1,95. Vale destacar que nos últimos dias, a equipe da Citi Corretora reiterou sua recomendação de venda das ações, colocando o preço-alvo para os papéis em R$ 1,80, valor apenas R$ 0,01 abaixo da mínima das ações nesta sessão.

A operadora de telecomunicações teve um recuo de 13% em seu lucro líquido no primeiro trimestre sobre um ano antes, para R$ 228 milhões, informou a empresa na madrugada desta quinta-feira. A geração de caixa medida pelo Ebitda Ebitda somou R$ 2,957 bilhões nos três primeiros meses do ano, alta de 37,5% na comparação anual.

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Cemig
As ações da Cemig (CMIG4) fecharam com perdas de 6,38%, a R$ 15,85, em meio à nota publicada pela empresa de que o julgamento do mandado sobre a Usina de Jaguara foi suspenso após o ministro Mauro Campbell Marques, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ter pedido vistas. Até o momento, a votação está empatada com dois votos pela derrubada da liminar e dois pela manutenção e não há nova data para a retomada do julgamento.

A companhia alega que a nova lei para as concessões de energia aprovada em janeiro de 2013 não poderia retroagir para alterar os contratos assinados conforme a legislação anterior, e, por consequência, seus direitos adquiridos. Por outro lado, a União diz que respeitou os 50 anos do contrato da usina e afirma que a Cemig não teria o direto de renovação automática da concessão de Jaguara por mais 20 anos.

Rossi
Voltando para a temporada de resultados, as ações da Rossi (RSID3), que chegaram a subir quase 4%, viraram e fecharam a sessão com perdas de 1,69%, a R$ 1,75. A empresa teve lucro líquido de R$ 6,8 milhões no primeiro trimestre, ante prejuízo de R$ 10 milhões um ano antes, enquanto o Ebitda foi de R$ 38,7 milhões no período, alta de 77,2% sobre igual período do ano passado. Do lado operacional, a empresa também conseguiu fazer lançamentos, saindo do zero um ano antes para R$ 157,8 milhões entre janeiro e março.

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Segundo a XP Investimentos, o ponto positivo do resultado foi a geração de caixa do trimestre, que acarretou na queda da alavancagem da companhia, que atingiu 89,9% da relação entre a dívida líquida e patrimônio líquido no período. Entretanto, a corretora apontou que permanece cética com o setor.

HRT
Fora do Ibovespa, destaque para as ações da HRT (HRTP3), que acentuaram os ganhos durante a tarde e fecharam com ganhos de 11,27%, a R$ 0,79, após divulgar seu resultado trimestral. A petroleira encerrou o primeiro trimestre deste ano com um lucro líquido de R$ 1,7 milhão, revertendo um prejuízo de R$ 99,2 milhões registrado um ano antes, informou a empresa na noite de quarta-feira, em seu primeiro resultado operacional. O Ebitda totalizou R$ 35,8 milhões entre janeiro e março, também revertendo um resultado negativo em R$ 97,6 milhões um ano antes.

Brasil Pharma
As ações da Brasil Pharma (BPHA3) caíram 1,80%, cotadas a R$ 3,28, em reflexo ao resultado. A empresa passou a registrar prejuízo no primeiro trimestre deste ano, com resultado negativo de R$ 185,3 milhões ante lucro líquido ajustado de R$ 2,58 milhões no mesmo período do ano passado. 

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Já a receita bruta foi de R$929,3 milhões, com crescimento de 15,7% ante o ano passado, enquanto o Ebitda ficou negativo em R$ 141 milhões com margem Ebitda negativa de 15,2%. Um ano antes, o Ebitda estava positivo em R$ 34,7 milhões e a margem Ebitda ajustada estava em 4,3%.

JBS
As ações da JBS (JBSS3) tiveram queda de 1,99%, a R$ 7,87, depois do resultado do primeiro trimestre. Segundo a XP Investimentos, a empresa mostrou um operacional bom, mas com algumas ressalvas. Os analistas explicam que o “calcanhar de aquiles” da companhia segue sendo a importante operação bovina nos Estados Unidos (próximo a 39% da receita da empresa), na qual a companhia reportou novamente um Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de US$ 22,5 milhões neste trimestre.

Além disso, o seu resultado financeiro negativo de R$ 869 milhões, com perdas com derivativos de R$ 902,7 milhões, despesas com juros de R$ 694 milhões, contrabalanceadas por variações cambiais positivas de R$ 629 milhões.

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Cyrela
A Cyrela (CYRE3, R$ 13,55, +0,37%) teve lucro líquido de R$ 163 milhões no primeiro trimestre, queda de 8,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior, sob o efeito de fatores que incluíram distrato de terrenos e menor resultado da joint venture Cury, voltada para o programa Minha Casa Minha Vida. O resultado teve impacto negativo de R$ 25 milhões referentes a terrenos distratados na região Nordeste (10 milhões), provisões jurídicas por atraso de obras (8 milhões), além de um baixa contabil (7 milhões) no período.

MRV, Via Varejo, Cia Hering e Marcopolo
O trio MRV Engenharia (MRVE3, 0,00%, R$ 7,04), Cia Hering (HGTX3, -3,97%, R$ 23,23) e Marcopolo (POMO4, -5,48%, R$ 3,97) caíram forte neste pregão após as ações terem sido excluído da composição da carteira teórica do MSCI Brasil. Enquanto isso, as units da Via Varejo (VVAR11), que foram incluídas no índice, também fecharam com queda, de 1,33%, a R$ 26,00, enquanto as ações ordinárias da empresa recuaram 2,44%, a R$ 8,00. 

Calculado pelo banco norte-americano Morgan Stanley, o índice MSCI é o principal índice de ações acompanhado por investidores institucionais e grandes fundos de investimentos do mundo. Com isso, pode ser esperada uma pressão compradora nos papéis que entrarão no índice e vendedora sobre aqueles que saíram no pregão desta quinta-feira. 

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Vale lembrar que no caso da MRV, a companhia reflete ainda a divulgação do resultado do primeiro trimestre. A empresa teve lucro de R$ 81 milhões entre janeiro e março, aumento de 2,7% sobre o mesmo período de 2013. A companhia teve despesas comerciais 9% maiores no trimestre na comparação anual, num total de R$ 69 milhões de reais entre janeiro e março.

As vendas da MRV no período avançaram 40%, a R$ 1,54 bilhão, ainda baseada na desova de estoques. Os lançamentos subiram 54% no período, para R$ 1,16 bilhão. Os cancelamentos de contratos (distratos) foram de R$ 327,9 milhões, alta de 41% na comparação anual. A relação entre as vendas e as rescisões foi de 21,3% no período, alta de 0,08% sobre o ano anterior, disse a MRV.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.