Após abrir estável, Ibovespa é impulsionado por ações da Petrobras, que sobem 2%

Índice abriu próximo à estabilidade, mas tenta engatar alta com continuidade dos ganhos da Petrobras; Banco do Brasil, CSN, Gerdau, Ambev e Cielo divulgaram resultados

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após alternar entre leves perdas e ganhos, o Ibovespa ganha um pouco de forças no início da tarde desta quarta-feira (7), com destaque para a disparada das ações da Petrobras (PETR3, R$ 17,36, +1,82%; PETR4, R$ 18,63, +2,14%) que, após abrir com perdas, engatam um movimento de alta e sobem cerca de 2%. Com isso, o benchmark da bolsa registrava ganhos de 0,35%, a 53.966 pontos, às 12h08 (horário de Brasília). 

Vale ressaltar que, na véspera, as ações da estatal tiveram fortes ganhos seguindo o rali eleitoral, em meio às expectativas pelos novos números da corrida eleitoral e também repercutindo os dados da pesquisa Ibope para presidência feita no estado do Ceará, tradicional reduto eleitoral do PT, que mostrou queda na intenção de voto para a atual presidente. Nesta semana, serão revelados os números da disputa presidencial pelo Datafolha. 

Ainda em destaque nesta sessão, está a divulgação dos resultados referentes ao primeiro trimestre do Banco do Brasil (BBAS3), CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4), Ambev (ABEV3) e Cielo (CIEL3). No cenário internacional, chama a atenção o aumento das tensões na Ucrânia. O mercado também fica de olho no discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, às 11h. 

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No noticiário econômico nacional, destaque para o relatório do Deutsche Bank, em que o estrategista Hongtao Jiang reduziu a recomendação aos títulos soberanos do Brasil de neutro para underweight (exposição abaixo da média), destacando a forte valorização dos ativos nos últimos meses e a deterioração dos fundamentos macroeconômicos nacionais.

A despeito do rali eleitoral, que levou à forte alta do Ibovespa em meio às últimas pesquisas mostrando queda das intenções de voto na presidente Dilma Rousseff, Jiang acredita que Dilma será reeleita, mas em uma eleição apertada e em meio à uma candidatura de cunho mais populista. 

Entre os resultados, a Gerdau registra ganhos de 1,42%, a R$ 14,28, após apresentar lucro líquido de R$ 440 milhões para o primeiro trimestre, ante 160 milhões obtidos um ano antes. O Ebitda somou R$ 1,196 bilhão, crescimento de 48,6% na comparação anual. Enquanto isso, as ações de outra siderúrgica, a CSN, registram queda, com um lucro abaixo do esperado, de R$ 52 milhões. Já a Ambev registra perdas de 0,72% após registrar lucro de R$ 2,54 bilhões, enquanto o Banco do Brasil também têm perdas, de cerca de 1%, após o anúncio de seus números. 

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Já a Cielo, após chegar a subir cerca de 3%, virou para perdas e registra queda de 1,41%, mesmo após divulgar um resultado “surpreendente”  no 1º trimestre, mostrando crescimento em relação ao 4º trimestre de 2013 mesmo com a sazonalidade mais favorável para o final do ano, conforme aponta o BB Investimentos. 

Contudo, o grande destaque nesta sessão ficam para as altas das ações das empresas de educação Kroton (KROT3) e Anhanguera (AEDU3), que anunciaram nesta quarta-feira mudança de relação de troca proposta para união das companhias, segundo fato relevante. Com isso, os papéis da Kroton iniciam o pregão com forte alta de 4,92%, sendo cotadas a R$ 53,93, enquanto as ações da Anhanguera seguem com ganhos de 9,72%, a R$ 15,58. 

Yellen no radar
O discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, também chama a atenção do mercado. Yellen disse que o Fed vai continuar a fornecer um alto grau de acomodação da política monetária, e citou distúrbios geopolíticos e dados fracos do mercado imobiliário como riscos à economia dos Estados Unidos.

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Yellen, falando ao Comitê Econômico Conjunto do Congresso nesta quarta-feira, também indicou preocupações sobre investidores exercendo comportamentos de risco dado o período prolongado de baixas taxas de juros. Nos EUA, o dia é de estabilidade para as bolsas, com exceção da Nasdaq, que registra perdas superiores a 1%. 

Tensões na Ucrânia aumentam
No cenário internacional, as tensões na Ucrânia crescem e reduzem o apetite ao risco nos mercados mundiais. Na última terça-feira, agências russas noticiaram que forças ucranianas atacaram um posto de controle no porto de Mariupol. 

Na Ásia, os benchmarks do continente fecharam o pregão em forte queda. O Nikkei, do Japão, reabriu as negociações após um feriado no país e fechou com perdas de 2,93%, seu menor patamar desde 15 de abril. Com isso, o acumulado no ano aponta para forte baixa de 13,86%.

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Já o índice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, apresentou baixa de 1,05% e atingiu 21.746 pontos, enquanto o índice Shanghai Composite da Bolsa de Xangai registrou baixa de 0,89%, encerrando a 2.010 pontos, após dados do HSBC mostrarem que o setor de serviços da China desacelerou no mês passado.

Na Europa, após abrirem em baixa em meio às tensões na Ucrânia, os índices viraram para cima, em meio à forte temporada de balanços no continente, com a divulgação de resultados de diversas instituições financeiras. 


Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.