Petrobras vai melhorar com ou sem Dilma, diz gestor que bateu mercado em 84 vezes

Apesar de acreditar que Petrobras vai melhorar, atualmente o papel não está entre os seus principais investimentos; entre as maiores apostas estão Bradesco, Itaú, BB Seguridade, BTG Pactual, Vale e ALL

Paula Barra

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SÃO PAULO – Um dos mais experientes e bem-sucedidos gestores do mercado brasileiro, Dório Ferman, disse que a Petrobras (PETR3PETR4) vai bem com ou sem Dilma Rousseff no comando do Brasil. “Vejo a Petrobras com otimismo, seja lá quem ganhar”, disse o gestor do fundo Opportunity Lógica II FIC FIA, que já rendeu quase 84 vezes do resultado do Ibovespa nos últimos 28 anos, em entrevista veiculada no blog Mercados da Veja, escrito por Geraldo Samor. 

Segundo Ferman, a Petrobras é a vitrine do governo da Dilma. Ela colocou a pessoa certa no comando da empresa. “Os problemas eram maiores do que se imaginava”, disse. 

Apesar de acreditar que Petrobras vai melhorar, atualmente o papel não está entre os seus principais investimentos. Ferman comentou que entre as maiores posições do seu fundo estão Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4), BB Seguridade (BBSE3) e BTG Pactual (BBTG11) no setor financeiro; Vale (VALE3; VALE5) em mineração; e ALL (ALLL3) em infraestrutura. “A ALL tende a ser um grande corredor de exportação. A empresa estava em uma luta societária, mas essa questão já foi resolvida. Devemos ver cada vez mais melhora em sua eficiência e gestão”, disse. 

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Por que Vale?
Em relação à Vale, ele reforçou que é uma ação que gosta muito, mesmo tendo perdido muito dinheiro no último ano com uma aposta que parecia sensata e segura – seu fundo chegou a ter 70% em ações da empresa. “O negócio da Vale tem ido melhor do que nós esperávamos, mas o mercado ainda não premiou” a empresa, disse. 

Segundo ele, a direção da Vale é muito boa. “Ela vai continuar fornecendo minério de ferro e a China vai continuar investindo em infraestrutura. Mesmo que a China não cresça mais como antes, o país ainda terá um crescimento expressivo para uma economia muito grande”.

Ferman disse que o preço do minério de ferro – um dos principais motores para a ação da mineradora andar – está acima do que projetava em cerca de 20%. Para ele, o mercado não acordou para o fato de que o preço da commodity não vai cair tanto e a empresa vai performar melhor daqui para frente. “Mas se você perguntar se erramos ou acertamos sobre o investimento em Vale, nós erramos”. 

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De acordo com ele, a falha na avaliação do investimento em Vale foi mais no comportamento do mercado do que no próprio ativo. Isso porque as pessoas não gostam de comprar uma ação que o produto principal dela vai cair com o tempo. “As pessoas gostam de crescimento, de empresas de varejo crescendo 20% ao ano e que projetam expansão por muito tempo e pagam por isso”.

Um exemplo clássico disso é Souza Cruz (CRUZ3), comenta. O P/L (Preço sobre Lucro) da ação era de 3 vezes há cerca de 15 anos e hoje está em 20 vezes. Era uma empresa que diziam que não teria demanda no futuro, mas com o tempo foram vendo que a empresa apresenta lucro sobre lucro, explica. “Não tenho simpatia com a indústria de fumo, mas como empresa é muito boa. Hoje estamos vendidos nela, porque ficou cara demais”.  

Bolsa: 2015 será de ajuste, mas futuro pode ser bom
Para Dória, o ano de 2015 será de ajustes. A taxa de juro provavelmente será alta, mas se o governo tomar as providências necessárias, seja quem for que ganhe a eleição essas providências terão que ocorrer, a inflação tende a ser controlada e as finanças do País equilibradas. Como o preço da ação é o fluxo de dividendos descontada a taxa de juros, o preço do ativo será um pouco afetado, mas o futuro deve ser melhor, comenta.

“Não espero recessão em 2015. Espero, sim, crescimento baixo e arrumação da casa. E se as providências forem tomadas, o Brasil terá um bom crescimento mais para frente. Ou seja, ao invés de crescermos 2% vamos para 3%”, disse.

Atualmente, o Opportunity administra R$ 19,5 bilhões em fundos de investimento, sendo que R$ 7,5 bilhões são geridos por Dório.