Ibovespa alterna entre ganhos e perdas entre “alerta” do Copom, China e dados dos EUA

Ata da autoridade monetária alertou para inflação mais alta em 2014 e 2015 no Brasil, enquanto menor número de auxílio desemprego nos EUA anima e equilibra sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após abrir em leve baixa em meio a um noticiário econômico e corporativo bastante movimentado, o Ibovespa passou a oscilar entre ganhos e perdas na sessão desta quinta-feira (10), após duas sessões de baixa.  

Enquanto a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) alertou para uma inflação mais alta neste e no próximo ano e o Banco Mundial não traçou um cenário muito positivo para o Brasil, os dados mais positivos dos EUA contribuem para equilibrar as perdas do índice. Às 10h35 (horário de Brasília), o índice registrava leve queda de 0,03%, a 51.169 pontos, após ter chegado a registrar ganhos de 0,66% mais cedo.

Contribuiu para tal movimento a alta das ações da Petrobras (PETR3;PETR4), que passou de perdas de 1% nos minutos iniciais para leves ganhos, mas logo zerou as altas. Enquanto isso, a ALL (ALLL3) aparece na ponta positiva do Ibovespa nesta manhã, com valorização de 2,79%, a R$ 7,75, depois de rumores de que a fusão da empresa com a Rumo, braço de logística da Cosan (CSAN3), estaria no caminho de ser aprovada. 

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O futuro da ALL e Rumo será selado em reunião do conselho de administração marcado para a próxima terça-feira, 15 de abril. Segundo apurou o Valor, o clima entre os acionistas da ALL está mais tranquilo. Tudo caminha para que os fundos de pensão, Previ e Funcef, e mais a gestora de recursos BRZ, também concordem com a transação. Juntos, eles somam 30% do bloco de controle da ALL. Os demais 70%, Wilson de Lara, Ricardo Arduini e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), já estavam de acordo com a operação.

Enquanto isso, as ações das elétricas têm um dia de recuperação após a forte queda da véspera, em meio aos temores de que um racionamento no Brasil esteja perto de acontecer. Estas perspectivas foram reforçadas em meio a rumores de que a consultoria PSR, uma das principais sobre o setor elétrico do País, divulgaria relatório ou informaria ao governo a necessidade de que seja decretado o racionamento de energia, o que foi negado por ela. As ações das elétricas têm ganhos, com destaque para a Eletrobras (ELET3, R$ 6,99, +2,49%; ELET6, R$ 11,12, +1,09%). 

Na ponta positiva, contudo, o grande destaque fica para a Prumo Logística (PRML3, R$ 1,26, +9,57%), após a companhia, antiga LLX, assinar contrato de quase R$ 1 bilhão para impulsionar o porto de Açu. 

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Cenário econômico movimentado
Além do cenário corporativo, o econômico também é bastante movimentado. Ao mesmo tempo em que elevou suas projeções para a inflação neste e no próximo ano, o Banco Central defendeu que a política monetária deve permanecer vigilante, retirando a palavra “especialmente” que vinha sendo usada até então, e entende que uma fatia importante dos efeitos do atual ciclo de aperto monetário na inflação “ainda está por se materializar”.  

Segundo a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, o BC argumentou que as decisões futuras serão definidas “com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas”, trouxe o documento divulgado nesta quinta-feira.

Destaque ainda para a projeções do Banco Mundial para a economia brasileira. De acordo com a instituição, o Brasil deverá crescer no máximo 2% este ano por não ter promovido reformas para impulsionar o crescimento, a poupança e os investimentos.

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Do lado positivo, está os EUA, com o número de pedidos de auxílio desemprego caindo para perto da mínima em sete anos. Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 32 mil, para 300 mil em dados ajustados sazonalmente, na semana encerrada em 5 de abril, sendo o menor nível desde maio de 2007, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.

Já na China, dados mostraram que as exportações do país caíram 6,6% em março, ficando muito abaixo das estimativas de analistas que esperavam um aumento de 4%. Já as importações diminuíram 11,3% no ano, também ficando abaixo da expectativa do mercado de 2,4%. Apesar dos fracos dados, o premier chinês disse que o país não irá adotar qualquer política de estímulos à economia para o curto prazo na China.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.